quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

ATITUDES PARA SUCESSO

 


Êxodo 13:17-15:21

 “A história não confia a guarda da liberdade por muito tempo àqueles que são fracos ou tímidos.” O presidente Dwight Eisenhower disse essas palavras em seu discurso de posse, no dia 20 de janeiro de 1953. Como o homem que ajudou a liderar os Aliados rumo à vitória na Segunda Guerra Mundial, o general Eisenhower tinha amplo conhecimento do altíssimo preço da vitória, bem como do fardo pesado da liberdade que sempre segue o triunfo. Charles Kingsley, escritor inglês, estava certo ao dizer que: “Há dois tipos de liberdade – o falso, no qual o homem é livre para fazer o que bem entende, e o verdadeiro, no qual o homem é livre para fazer o que deve”. Ao longo de sua história, a nação de Israel lutou com esses dois tipos de liberdade, como acontece com o povo de Deus nos dias de hoje.

É um sinal de maturidade quando aprendemos que a liberdade é uma ferramenta de construção, não um brinquedo, e que a liberdade envolve aceitar responsabilidades. O êxodo de Israel ensinou ao povo que seu futuro sucesso estava no cumprimento de três atitudes (responsabilidades) importantes: seguir ao Senhor (Êx 13:1 7-22), confiar no Senhor (14:1-31) e louvar ao Senhor (15:12-21).

  1. SEGUIR A O SENHOR (ÊX 13 :17-22)

O êxodo de Israel do Egito não foi o fim de sua experiência com Deus; na verdade foi um recomeço. “Foi preciso uma noite para tirar Israel do Egito, mas foram necessários quarenta anos para tirar o Egito de Israel”, disse George Morrison.1 Se Israel obedecesse 5 à vontade de Deus, o Senhor os conduziria à terra prometida e lhes daria sua herança. Quarenta anos depois, Moisés lembraria a nova geração de que Deus “te tirou do Egito […] para te introduzir na sua terra e ta dar por herança” (Dt 4:37, 38).

A mesma coisa pode ser dita da redenção que temos em Cristo: Deus nos livrou da escravidão para que pudesse nos conduzir à bênção. A. W. Tozer costumava nos lembrar de que “somos salvos de, como também para”. A pessoa que confia em Jesus Cristo nasce de novo e passa a fazer parte da família de Deus, mas esse é só o começo de uma nova e empolgante aventura que deve nos conduzir ao crescimento e a conquistas. Deus nos liberta e, então, nos conduz através das várias experiências da vida, um dia de cada vez, para que possamos conhecê-lo melhor e para que, pela fé, possamos nos apropriar de tudo o que ele deseja nos dar. Ao mesmo tempo, passamos a nos conhecer melhor e crescemos em entendimento quanto à vontade de Deus e quanto à confiança em suas promessas.

Deus traça o caminho para seu povo (w. 17, 18). Deus não é surpreendido por nada. Ele planeja o melhor caminho a ser percorrido por seu povo. E possível que nem sempre compreendamos o caminho que ele escolhe ou que nem mesmo concordemos com ele, mas o caminho de Deus é sempre certo. Podemos dizer cheios de confiança: “Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (SI 23:3) e devemos orar com humildade e pedir: “Faze-me, Senhor , conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas. Guiame na tua verdade e ensina-me” (SI 25:4, 5).

Se houvesse algum estrategista militar no meio do povo de Israel naquela noite, ele provavelmente teria discordado da rota de desocupação escolhida por Deus, pois era longa demais.3 O primeiro destino de Israel era o monte Sinai, mas por que levar milhões de pessoas pela rota mais longa em vez de tomar o caminho mais curto e mais fácil? A resposta é simples: havia postos avançados egípcios por todo o caminho mais curto, e os soldados nesses locais teriam entrado em confronto com os hebreus. Além disso, cruzar a fronteira com a Filistia teria sido um convite a um ataque de seu exército, e a última coisa de que Israel precisava era entrar em guerra com seus vizinhos. Deus sabia o que estava fazendo quando escolheu o caminho mais longo.

Se você permitir que Deus dirija seus passos (Pv 3:5,6), espere ser conduzido, de vez em quando, por alguns caminhos que parecem desnecessariamente longos e sinuosos. Lembre-se de que Deus sabe o que está fazendo, de que ele não está com pressa e de que, enquanto você segui-lo, estará seguro sob a bênção dele. É possível que ele feche algumas portas e, de repente, abra outras, e devemos ficar alertas para isso (At 16:6-10; 2 Co 2:12,13).

 Deus encoraja a fé de seu povo (v. 19). Antes de morrer, José fez seus irmãos prometerem que, quando Deus livrasse Israel do Egito, seus descendentes levariam consigo os restos mortais dele para a terra prometida (Gn 50:24, 25; Hb 11:22). José sabia que Deus cumpriria sua promessa e salvaria os filhos de Israel (Gn 15:13-16). José também sabia que seu lugar era na terra de Canaã, junto com seu povo (Gn 49:29-33).

O que esse caixão significava para as gerações de judeus que viveram durante os terríveis anos de escravidão no Egito? Sem dúvida, os judeus podiam olhar para o caixão de José e ser encorajados. Afinal, o Senhor havia cuidado de José durante suas provações e, por fim, o havia libertado, e faria o mesmo pela nação de Israel, libertando-a no devido tempo. Durante os anos que passou no deserto, Israel viu o caixão de José como uma lembrança de que Deus tem seu tempo e cumpre suas promessas. José estava morto, mas servia de testemunho da fidelidade de Deus. Quando chegaram a sua terra, os judeus cumpriram sua promessa e sepultaram José na terra prometida a Abraão, Isaque e Jacó (Js 24:32).

É idolatria ter lembranças visíveis da fidelidade de Deus? Não necessariamente, pois há vários monumentos importantes no Livro de Josué. Quando Israel cruzou o rio Jordão, o povo ergueu um monumento de pedra na margem oposta para comemorar o que Deus havia feito (Js 4). Também colocaram pedras nos montes Ebal e Gerizim para servir de lembrança da lei de Deus (Êx 8:30-35). Um monte de pedras foi testemunho da traição de Acã (Js 7:25, 26), e uma grande pedra serviu de testemunho da reconsagração de Israel depois da conquista da terra (Js 24:24-28). Samuel colocou uma pedra como marco da vitória de Israel sobre os filisteus e a chamou de “Ebenézer, e disse: Até aqui nos ajudou o S e n h o r ” (1 Sm 7:12).

Enquanto continuamos a obedecer ao Senhor, tais lembranças podem servir para encorajar nossa fé. O importante é que elas apontem para o Senhor e não para um passado morto e que perseveremos em caminhar pela fé e em obedecer ao Senhor em nossos dias.

Deus vai adiante de seu povo para mostrar o caminho (w. 20-22). A nação foi guiada por uma coluna de nuvem, durante o dia, e uma coluna de fogo, durante a noite. Essa coluna é identificada como o anjo do Senhor, que guiou a nação (Êx 14:19; 23:20- 23; ver Ne 9:12). Houve ocasiões em que Deus falou de dentro da coluna de nuvem (Nm 12:5, 6; Dt 31:15, 16; Sl 99:7), e ela também protegeu o povo enquanto caminhavam sob o sol escaldante durante o dia. (Sl 105:39). Quando a nuvem se movia, o acampamento também se deslocava; quando a nuvem parava, o acampamento esperava (Êx 40:34-38).

Não temos o mesmo tipo de orientação visual hoje em dia, mas contamos com a Palavra de Deus, que é luz (Sl 119:105) e fogo (Jr 23:29). É interessante observar que a coluna de fogo servia de iluminação para os israelitas, mas era escuridão para os egípcios (Êx 14:20). O povo de Deus é esclarecido por sua Palavra (Ef 1:15-23), mas os que não são salvos não conseguem compreender a verdade de Deus (Mt 11:25; 1 Co 2:11-16).

O Espírito de Deus, que também é o Espírito de Verdade, guia-nos ao ensinar-nos a Palavra (Jo 16:12, 13). Assim como Deus falou a Moisés por meio da coluna, também o Senhor se comunica conosco por meio das Escrituras ao torná-las claras para nós. Há momentos em que não estamos certos do rumo que Deus deseja que tomemos, mas, se esperarmos nele, ele nos guiará.

Como teria sido insensato os israelitas pararem sua marcha a fim de fazer uma votação sobre o caminho que deveriam tomar para o monte Sinai! Certamente há um lugar para a deliberação e para o referendo comunitários (At 6:1-7), no entanto, quando Deus fala, não há motivo para fazer uma assembleia. Em mais de uma ocasião, nas Escrituras, a maioria estava errada.

2- CONFIAR NO SENHOR (Ê X 14:1-31)

“[Deus] Manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel” (SI 103:7). O povo judeu foi informado daquilo que Deus desejava que fizesse, porém Moisés foi informado do porquê de Deus estar fazendo tais coisas. “A intimidade do S e n h o r é para os que o temem” (SI 25:14). A liderança de Moisés foi um elemento essencial para o sucesso de Israel.

A perseguição dos egípcios (vv. 1-9). Finalmente, ocorreu ao Faraó e a seus oficiais que, ao deixarem os hebreus escaparem, haviam colocado em risco – ou talvez até destruído – toda a economia de sua terra, portanto o mais lógico era ir atrás deles e levá-los de volta ao Egito. Encontramos, aqui, outro motivo pelo qual o Senhor escolheu aquele determinado caminho: os relatos levariam o Faraó a crer que os hebreus estavam vagando como ovelhas perdidas no deserto e que, portanto, poderiam facilmente ser perseguidos e capturados pelo exército egípcio. O Senhor estava atraindo os egípcios para sua armadilha.

O pânico de Israel (w. 10-12). Enquanto os israelitas mantivessem seus olhos fixos na coluna de fogo e seguissem ao Senhor, estariam andando pela fé e nenhum inimigo poderia tocá-los. Contudo, quando tiraram os olhos do Senhor e olharam para trás, viram os egípcios se aproximando, apavoraram-se e começaram a murmurar.

Quando você se esquece das promessas de Deus, começa a imaginar as mais terríveis possibilidades. Os judeus estavam certos de que eles e seus filhos morreriam no deserto assim que o exército egípcio os alcançasse. Em pânico, o povo lembrou Moisés de que haviam lhe dito para partir sozinho (Êx 5:20- 23), mas ele insistira em desafiar o Faraó. Israel encontrava-se, então, numa situação terrível, e a culpa era de Moisés. A incredulidade consegue apagar de nossa memória todas as demonstrações que vimos do grande poder de Deus e todos os exemplos que conhecemos da fidelidade de Deus a sua Palavra.

O poder de Deus (w. 13-31). Moisés era um homem de fé, que sabia que o exército do Faraó não consistia, de modo algum, numa ameaça para Jeová. Moisés deu várias ordens ao povo, e a primeira delas foi: “Não temais” (v. 13). Às vezes, o medo nos enche de energia e procuramos evitar o perigo. Em outras ocasiões, porém, ele nos paralisa e não sabemos o que fazer. Israel foi tentado a fugir, mas Moisés deu-lhe mais uma ordem: “Aquietai-vos e vede o livramento do S e n h o r ” (v. 13). Pela fé, os israelitas haviam marchado para fora do Egito e deveriam, portanto, pela fé, aquietar-se e ver Deus destruir os soldados da cavalaria egípcia.

Moisés não disse apenas para se aquietarem, mas também “vós vos calareis” (v 14). Como teria sido fácil chorar, murmurar e criticar Moisés, mas nenhuma dessas coisas teria ajudado o povo a sair daquela situação. A incredulidade gera murmuração, mas a fé leva à obediência e traz glória para o Senhor. “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10). Que motivo há para reclamação quando temos a maravilhosa promessa de que “O Senhor pelejará por vós” (Êx 14:14)? Mais tarde, em sua jornada, o Senhor ajudaria Josué e o exército israelita a combater suas batalhas (Êx 17:8), mas, dessa vez, Deus derrotaria os egípcios sem a ajuda de Israel.

A ordem seguinte foi de Deus para Moisés: “Que marchem!” (14:15) O fato de Israel estar diante do mar não era problema para Deus, e ele disse a Moisés exatamente o que fazer.

 Por que Deus realizou essa série de milagres para o povo hebreu? Certamente, não era algo que merecessem, uma vez que se encontravam tomados de pânico e encolhidos de medo, reclamando e dizendo que Deus parecia não saber o que estava fazendo.

Em primeiro lugar, ele estava cumprindo sua promessa de que livraria Israel e de que os tomaria para si como seu povo (Êx 3:7,8). Em tempos vindouros, os judeus mediriam todas as coisas tomando como parâmetro a demonstração do grande poder de Deus no êxodo. No entanto, Deus tinha mais um propósito em mente: revelar outra vez seu poder e glória na derrota do exército egípcio. “E os egípcios saberão que eu sou o Senhor ” (Êx 14:18).

Sabendo que estavam sendo perseguidos pelo inimigo e ouvindo os ventos uivando a noite toda, os israelitas devem ter se perguntado o que iria acontecer e por que Deus estava demorando tanto. Contudo, quando temos fé nas promessas de Deus, temos paz em nosso coração. Jesus perguntou a seus discípulos depois de acalmar uma tempestade: “Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé?” (Mc 4:40). A fé e o medo não podem viver juntos no mesmo coração, pois uma coisa destrói a outra. A verdadeira fé depende daquilo que Deus diz e não daquilo que vemos ou da maneira como nos sentimos. Alguém disse, muito corretamente, que fé não é crer apesar das evidências – isso é superstição -, mas sim obedecer apesar das consequências.

Essa série de milagres divinos certamente foi uma revelação da grandeza e do poder de Deus, de sua fidelidade às suas promessas e de sua preocupação por seu povo. Em anos vindouros, os salmistas exaltariam ao Senhor por seus poderosos feitos no mar Vermelho (Sl 66; 78; 80, 81; 105, 106; 136), e os profetas usariam o êxodo para encorajar os exilados judeus durante sua volta à terra depois do cativeiro na Babilônia (Is 43:1-7; 52:11, 12; 55:12, 13; Jr 16:14, 15; 23:7, 8), bem como para motivar a nação apóstata a voltar para o Senhor (Jr 2:2, 3; Ez 20; Os 2:14-23; Am 3; Mq 6:3, 4).

A posição de Moisés (v. 31; 1 Co 10:1, 2). Paulo considerou a marcha de Israel pelo mar como um “batismo”, pois as águas os cercavam de ambos os lados como muros, e a presença de Deus estava atrás deles e sobre eles. Era como se Israel tivesse sido “imersa” ao atravessar rapidamente o fundo seco do mar. Seu livramento certamente foi um ato de Deus, porém realizado mediante a liderança obediente de Moisés. Em decorrência disso, “o povo […] confiou no S en h o r e em Moisés” (Êx 14:31). Passaram, então, a ser uma nação tendo Moisés como líder. Por meio desse “batismo”, o povo de Israel foi identificado com Moisés, assim como nas águas do batismo, o povo de Deus hoje em dia é identificado com jesus Cristo. O milagre do êxodo tornou-se parte da confissão de fé de Israel ao levarem suas ofertas ao Senhor (Dt 26:1-11).

3. LOUVAR AO SENHOR (ÊX 15:1-21) – Uma vez que os inimigos haviam se afogado e que a liberdade era certa, o povo de Israel irrompeu em cânticos e adorou ao Senhor. Não lemos que adoraram a Deus enquanto eram escravos no Egito, e, durante a saída da terra, queixaram-se a Moisés pedindo que os deixasse voltar ao Egito. Mas é preciso haver maturidade da parte do povo de Deus a fim de ser capaz de entoar “canções de louvor durante a noite” (Jó 35:10; SI 42:8; Mt 26:30; At 16:25), e naquele tempo os israelitas ainda eram imaturos em sua fé.

O hino de louvor tem quatro estrofes: a vitória de Deus é anunciada (Êx 15:1-5), as armas de Deus são descritas (vv. 6-10), o caráter de Deus é exaltado (vv. 11-16a) e as promessas de Deus são cumpridas (vv. 16b-18).

A vitória de Deus é anunciada (w. 1-5). O Senhor é mencionado dez vezes nesse hino, enquanto Israel cantava ao Senhor e sobre o Senhor, pois a verdadeira adoração envolve o testemunho fiel de quem Deus é e do que ele faz por seu povo.

A vitória de Deus foi gloriosa, pois em tudo foi obra do Senhor. O exército egípcio foi lançado no mar (vv. 1 e 4), e os soldados afundaram como pedras (v. 5) e como chumbo (v. 10). Foram consumidos como restolho (v. 7). O Faraó havia ordenado que os bebês hebreus do sexo masculino fossem afogados, de modo que Deus lhe retribuiu afogando suas tropas.

Moisés prometeu ao povo: “O Senhor pelejará por vós” (Êx 14:14; ver Dt 1:30), e um dos nomes de Deus é “Jeová Sebaoth”, que significa ” Senhor dos Exércitos”, título que aparece mais de duzentas e quarenta vezes no Antigo Testamento. Em seu hino da reforma, Castelo Forte, Martinho Lutero escreveu:

A nossa força nada faz

Num mundo tão perdido,

Mas nosso Deus socorro traz,

Por Cristo, o escolhido.

Conosco está Jesus,

O que venceu na cruz,

Senhor dos altos céus;

 E, sendo o próprio Deus,

Triunfa na batalha.

(Hinário Luterano, nº 165)

          Se temos neste mundo um inimigo como Satanás e se o pecado e o mal são abomináveis ao Senhor, então Deus deve guerrear contra eles. “O Senhor sairá como valente, despertará o seu zelo como homem de guerra; clamará, lançará forte grito de guerra e mostrará sua força contra os seus inimigos” (Is 42:13). jesus Cristo é tanto o Cordeiro que morreu pelos nossos pecados como o Leão que julgará o pecado (Ap 5:5, 6) e, um dia, cavalgará para a conquista de seus inimigos ; (Ap 19:11). Enfatizar somente que “Deus é | amor” (1 jo 4:8, 16) e ignorar que “Deus é luz” (1 Jo 1:5) significa tirar de Deus os seus atributos de retidão, santidade e justiça. 

Em três ocasiões específicas registradas nas Escrituras, o povo de Israel cantou: “O S en h o r é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação” (Êx 15:2): quando Deus livrou Israel do Egito, quando o remanescente judeu lançou os alicerces do segundo templo (Sl 118:14) e quando os judeus foram reunidos e voltaram para sua terra a fim de desfrutar as bênçãos do reino (Is 12:2)

Em cada um desses casos, o Senhor deu força, salvação e um cântico.

As armas de Deus são descritas (vv. 6- 10). O Senhor é um “homem de guerra” que não luta com armas convencionais. Ao usar características humanas para descrever atributos divinos, os cantores declaram que sua destra é gloriosa em poder, sua majestade lança por terra os inimigos e sua ira os consome como o fogo que queima o restolho

O caráter de Deus é exaltado (w. 11-16a). Com as dez pragas que havia enviado sobre a terra, o Senhor já havia provado como era maior do que os deuses e deusas do Egito. Não é de se admirar que seu povo cantou: “Ó S e n h o r , quem é como tu entre os deuses?” (v. 11; ver Mq 7:18) A resposta, obviamente, é que não há ninguém como o Senhor, pois nenhum outro ser no Universo é “Glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que opera(s) maravilhas” (Êx 15:11). Essa estrofe prossegue louvando a Deus por seu poder (v. 12), por sua sabedoria ao conduzi-los (v. 13) e pela grandeza de sua presença ao inspirar o medo no coração de seus inimigos (v. 14).

A promessa de Deus é cumprida (w. 16b-18). Essa estrofe refere-se à futura conquista de Canaã por Israel e afirma que Deus comprou Israel e que são seu povo. As nações de Canaã ficariam mudas como pedras, quando os exércitos israelitas conquistassem a terra e as tribos se apropriassem de sua herança. Deus os tirou do Egito para levá-los a Canaã e plantá-los em sua própria terra (Sl 44:2; 80:8, 15; Is 5). Deus colocaria seu santuário no meio do povo e habitaria com eles em glória. A frase “O S en h o r reinará por todo o sempre” (Êx 1 5:18) é o apogeu do cântico, enfatizando que Deus é soberano e eterno.

Não apenas Moisés liderou os homens no cântico desse hino de louvor (Êx 15:1) como também Miriã formou um coral especial de mulheres israelitas, que se juntaram a ela repetindo as primeiras palavras do cântico. Seu entusiasmo cheio de regozijo expressou-se enquanto cantavam, tocavam seus tamborins e dançavam na presença do Senhor (ver 1 Sm 18:6; 2 Sm 1:20). Miriã é chamada de “profetisa”, o que explica a razão de, mais tarde, ela ter coragem de criticar Moisés (Nm 12:1, 2).n “As águas cobriram os seus opressores; nem um deles escapou. Então, creram nas suas palavras e lhe cantaram louvor” (Sl 106:11, 12). Contudo, esse não é o fim da história, pois o cântico do povo logo transformou-se em murmuração ao entrarem no deserto e rumarem para o monte Sinai. “Cedo, porém, se esqueceram das suas obras e não lhe aguardaram os desígnios; entregaram-se à cobiça, no deserto; e tentaram a Deus na solidão” (Sl 106:13, 14).

Não foi fácil para eles carregar o fardo da liberdade, e Deus precisou ensiná-los a viver um dia de cada vez.

Pr. Eli V. Filho (Adap. de W.W.)

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

ENVOLVIDO OU COMPROMETIDO

 Envolvido ou Comprometido com Deus?


Marcos 15.21

Entendemos que há uma grande diferença entre estas duas palavras – envolvido x comprometido. Para exemplificar vou contar a estória do porco e da galinha. “Conta-se, que há muito tempo,  em uma determinada fazenda, certo dia, os animais resolveram fazer uma festa para o fazendeiro; a discussão durou horas, pois os porcos achavam que deveriam fazer a melhor festa, pois, assim, chegariam ao coração do duro e mau fazendeiro. As galinhas, achavam que deveriam fazer qualquer coisa ou uma festa qualquer, uma vez que, por ser duro e mau, era isso que o fazendeiro merecia. Após algumas horas de discussão, resolveram finalmente, que começariam os preparativos da festa pela escolha do cardápio, sendo logo apresentada a sugestão das galinhas de que fosse servido na festa ovos com bacon, o que, sem nenhuma discussão foi de pronto aceito pelos porcos”. Pensem então, nessa estória: quem demonstra estar apenas ENVOLVIDO? E quem demonstra estar COMPROMETIDO?

No texto de Marcos 15.21 encontramos um homem que raramente é mencionado dos púlpitos das igrejas: Simão, pai de Alexandre e de Rufo, proveniente de Cirene, norte da África. Pouco, ou quase nada, sabemos a respeito deste homem. Contudo, considerando a história da época e alguns detalhes mencionados no texto, podemos ter uma ideia de quem ele era. Talvez ele fosse um prosélito (um gentio convertido ao judaísmo), ou talvez um judeu africano. Seu nome, Simão, era judeu. Ele certamente viajou a longa distância entre Cirene e a Palestina a pé, com intuito de passar a Páscoa em Jerusalém e oferecer sacrifícios a Deus no templo construído por Herodes. Sabemos mais uma coisa desse Simão: é que ele estava trabalhando. Para financiar as despesas de viagem e de estadia, pois era comum ao judeu que peregrinava para Jerusalém arranjar um emprego temporário quando chagava a Israel.

A vida de Simão Cireneu nos lembra de algumas razões pelas quais devemos nos comprometer com Deus:

1ª) QUANDO SE TRATA DE CHAMADO, NÃO EXISTE ACASO, EXISTE PROPÓSITO.

O texto em tela nos diz que Simão vinha do campo. Que, ao buscar um homem ou uma mulher para realizar a sua obra, Deus possa contar com você, mesmo após o expediente.

Simão não foi escolhido por acaso, mas por que havia um propósito de Deus naquilo. Simão não ia simplesmente ajudar um homem a carregar sua cruz. Ele estava fazendo parte de um plano maravilhoso cuja dimensão ele nem podia imaginar. O que podemos ver ali é a soberana providência na vida daquele homem. Simão tornava-se ali uma peça importante na obra da salvação da humanidade.

Antes de seu encontro com Jesus, Simão possuía religiosidade e devoção, mas depois de encontrar-se com Cristo, recebeu comunhão real e salvação. Naquele dia, sua vida sofreu uma reviravolta física e espiritual e foi inteiramente transformada. Deus ainda pode usar situações difíceis, até mesmo humilhantes, para conduzir as pessoas ao Salvador.

2ª) NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS APENAS POR NÓS MESMOS, MAS PELA GERAÇÃO QUE NOS SUCEDERÁ.

Simão era um dos milhares de judeus de outros países que se dirigiam a Jerusalém para celebrar as festas (At 2:5-11). Havia percorrido mais de 1.200 quilômetros desde a África para comemorar a Páscoa, e agora estava sendo humilhado no dia mais santo de todos! O que diria a sua família quando voltasse para casa? Aquilo que pareceu uma tragédia para Simão, na verdade, foi uma oportunidade maravilhosa de aproximar-se de Jesus Cristo.

            O texto das Escrituras diz que esse Simão era pai de Alexandre e de Rufo, e há uma clara inferência de que esses irmãos se tornaram pessoas importantes na igreja primitiva. A Bíblia identifica Simão como sendo o pai de Alexandre e Rufo muito provavelmente porque eram bem conhecidos no mundo cristão primitivo. Gosto de imaginar Simão voltando para Cirene e contando a Alexandre e a Rufo o que acontecera com ele. Leia Romanos 16.13.

Há uma nova geração olhando para você e para mim. O que estamos ensinando aos nossos filhos, sentados nos bancos das nossas igrejas? Sabe o que eu quero ensinar a esses jovens? Que a nossa vida não vale pelos bens que possuímos, mas pelo esforço com que nos dedicamos à causa de Cristo.

3ª) O QUE APRENDEMOS NO CUMPRIMENTO DA NOSSA MISSÃO É MUITO MAIS VALIOSO DO QUE O PREÇO QUE  PAGAMOS PARA CUMPRI-LA.

Lucas ao relatar esse episódio disse: “Enquanto o levavam, agarraram Simão de Cirene, que estava chegando do campo, e lhe colocaram a cruz às costas, fazendo-o carregá-la atrás de Jesus” (Lucas 23.26). Lucas deixa claro que Jesus seguia na frente. E o que Simão aprendeu, naquela estrada estreita e sinuosa, chamada Via Dolorosa, foi de um significado muito mais rico do que o preço que ele pagou para carregar aquela cruz. Quando chegou no alto do monte do Calvário, deve ter pensado: “Valeu a pena, porque o que eu aprendi com esse homem nunca ninguém vai poder apagar do meu coração”.

Entendemos que compromisso é provavelmente o comportamento mais importante para o verdadeiro cristão. Compromisso, não é uma palavra popular nos dias de hoje. Pois, vivemos numa sociedade descartável. Se não queremos o bebê, abortamos; se não queremos o cônjuge, nos divorciamos; e se não queremos o vovô, praticamos a eutanásia. E com tristeza verificamos que muitos cristãos querem ter esta alternativa hoje. Se não querem mais carregar a cruz de Cristo, colocam-na de lado. E assim, se contentam em praticar um falso evangelho. De forma, implícita ou explicita estão contra a obra do Senhor. Pois, dizem que creem em Deus, mas vivem como se ele não existisse.

Seja ousado e responda: Você está pronto para carregar a cruz? Você está disposto a ser um cristão comprometido com Deus? Se você já teve verdadeiramente um encontro com Cristo, não basta apenas se envolver é preciso ser comprometido com o Senhor e sua obra.

Pr. Eli Vieira

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

IGREJA: VENCENDO OS DESAFIOS


Josué 6


O corajoso pregador João Crisóstomo (347-407 d. C.) disse: “Se você pensa que pode vencer sem lutar e acredita que receberá a coroa sem qualquer batalha, não passa de um péssimo soldado de Cristo.”

Sem dúvida, a vida cristã envolve desafios e conflitos, quer gostemos ou não. Nossos inimigos lutam constantemente contra nós e tentam nos impedir de tomar posse de nossa herança em Jesus. O mundo, a carne e o diabo (Ef 2:1-3) constituem uma coalizão contra a igreja de Cristo, assim como as nações de Canaã formaram uma coalizão contra Josué e o povo de Israel.

A vitória de Israel em Jericó, nos ensina como enfrentar os conflitos da vida, quaisquer que sejam os desafios que se apresentem diante de nós.

1.ANTES DO DESAFIO, LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ ESTÁ LUTANDO EM VITÓRIA E NÃO PELA VITÓRIA (JS 6:1-5)
A notícia do êxodo de Israel do Egito e de suas vitórias ao leste do rio Jordão já havia se espalhado pela terra de Canaã, deixando o povo de lá em pânico (Js 2:9-11; ver Dt 2:25; 7:23; 11:25; 32:30). Deus havia prometido: “Enviarei o meu terror diante de ti, confundindo a todo povo onde entrares; farei que todos os teus inimigos te voltem as costas” (Êx 23:27).

Meu irmão, a rainha Mary da Escócia tinha mais medo das orações de John Knox do que de um exército inimigo. Mas será que a sociedade de hoje tem algum temor daquilo que o povo de Deus é capaz de fazer? É bem provável que não, e isso se deve principalmente ao fato da Igreja, não ter feito muita coisa para mostrar o poder de Deus a um mundo incrédulo. É de se admirar que não conquistemos o respeito do mundo? Mas, não foi assim com Josué e com os israelitas! Eram um povo conquistador que não fazia concessões ao inimigo; antes, confiavam que Deus lhe daria a vitória. Sua marcha foi triunfal, pois instilaram o temor de Deus no coração do inimigo.

O soldado cristão encontra-se numa posição de vitória garantida, pois Jesus Cristo já derrotou todos os inimigos espirituais (Jo 12:31). Ao interceder por seu povo no céu, ele nos ajuda a crescer em maturidade e a realizar sua vontade (Hb 13:20, 21). “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31).

2-DURANTE O DESAFIO, LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ VENCE O INIMIGO PELA FÉ (JS 6:6-16, 20)

Fé não é crer apesar das evidências, pois o povo de Israel havia recebido provas seguidas de que poderia confiar na Palavra e no poder Deus. O Senhor havia separado as águas do mar Vermelho, destruído o exército egípcio, cuidado de seu povo no deserto, derrotado grandes reis, dado a Israel sua terra, aberto o rio Jordão e levado seu povo em segurança à Terra Prometida. O que mais lhes restava fazer senão crer nele?

Assim como a travessia do rio Jordão, a conquista de Jericó também foi um milagre de fé. Josué e seu povo ouviram as ordens de Deus, creram nelas e obedeceram. As atividades daquela semana foram um teste da fé e da paciência do povo de Israel. Deus nunca se apressa. Ele sabe o que faz e o tempo certo de fazê-lo. A queda de Jericó é um incentivo para que o povo de Deus confie nas promessas do Senhor e obedeça a suas instruções, por mais impossível que pareça a situação.

Pode ser que você e eu não conquistemos uma cidade como Josué, mas em nossa vida diária nos deparamos com inimigos e muralhas que nos desafiam. A única maneira de crescer na fé é aceitar novos desafios e confiar que Deus nos dará a vitória. Como disse Phillips Brooks: “Não orem pedindo uma vida fácil. Antes, orem para ser homens e mulheres melhores. Não orem pedindo tarefas à altura de suas forças. Antes, orem por forças à altura de suas tarefas”.

3-DEPOIS DA VITÓRIA, LEMBRE-SE DE OBEDECER ÀS ORDENS DE DEUS (JS 6:17-19, 21-27)
Israel antes de cercar as cidades inimigas, deveria oferecer-lhes a paz e, se a cidade se entregasse, deveriam poupar o povo e transformá-lo em servos. No entanto, o povo de Canaã deveria ser completamente destruído e suas cidades queimadas. Isso se devia ao fato da população de Canaã ser indescritivelmente perversa e Deus não queria que seu povo santo fosse contaminado por seus vizinhos (Dt 7:1-11). Nas palavras de Campbell Morgan: “Deus está sempre em guerra com o pecado”. Essa é a explicação para o extermínio dos cananeus.

Como havia prometido, Deus foi com Josué (Js 6:5,9) e engrandeceu o nome dele na terra (Js 1:27; 3:7; 4:14). Os servos de Deus jamais devem engrandecer a si mesmos. Se o Senhor o fizer, devem ter o cuidado de dar-lhe toda a glória. Quando estamos fortes, há o perigo de nos sentirmos seguros demais e de nos esquecemos de confiar no Senhor. Como aconteceu com Uzias (2 Cr 26:15,16) e com Davi ( 2 Sm 24.1-9; 1 Cr 21.1-6).

O sábio conselho de Andrew Bonar nos adverte dizendo: “Permaneçamos tão vigilantes depois da vitória quanto antes da batalha”. Pelo fato de um soldado não ter dado ouvidos a essa advertência, o desafio seguinte de Israel em Canaã acabou sendo uma derrota humilhante. Portanto, meus amados irmãos, “DEUS SEMPRE NOS FORTALECE QUANDO FAZEMOS A SUA VONTADE”, se queremos vencer os desafios da vida, precisamos andar de conformidade com a vontade de Deus.

Por Eli Vieira

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

JESUS FAZ MARAVILHAS


 Os evangelhos relatam os diversos milagres operados por Jesus, numa clara demonstração de sua divindade. Aqui, destacaremos três desses milagres:

            Em primeiro lugar, Jesus cura uma mulher que só olhava para baixo (Lc 13.12). Há muitas pessoas encurvadas na estrada da vida. Andam olhando para o chão, oprimidas, cansadas, com um imenso peso nas costas. Estão aflitas, esmagadas debaixo de um fardo cruel, com a esperança morta. Jesus ensinava numa sinagoga, quando chegou ali uma mulher com um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos. Ela andava encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se. Quando Jesus a viu, chamou-a e disse-lhe: “Mulher, estás livre da tua enfermidade”. Jesus impôs as mãos sobre ela e imediatamente ela se endireitou e dava glória a Deus. Esta mulher estava corcunda sem poder olhar para o céu havia muito tempo. Aquela mulher era vítima de uma humilhação pública. O maligno envergara sua coluna e colocara um grande peso sobre suas costas. Sua enfermidade era crônica e nenhum remédio natural ou intervenção cirúrgica poderia trazer-lhe cura. Jesus libertou-a, curou-a, restaurou-a e ela passou a viver para a glória de Deus. Talvez você, também, tem andado encurvado por muitos anos. Pecados, angústias, temores, perturbações emocionais, vícios escravizam você. Talvez você tenha sido oprimido por espíritos malignos e vive sem paz como um prisioneiro. Jesus pode também libertar você, curar você e dar a você vida abundante. Não ande mais encurvado!

            Em segundo lugar, Jesus cura um homem que só andava carregado (Mc 2.11). Jesus acabara de chegar a Cafarnaum e uma multidão se ajuntou para ouvi-lo. Na casa onde Jesus estava não havia mais espaço. Ninguém arredava o pé. Na cidade havia um paralítico precisando de um milagre. Quatro amigos saem carregando esse coxo rua a fora. Chegam à casa onde Jesus estava, mas a multidão não abre caminho. Determinados a ajudar o paralítico, sobem com o aleijado para o telhado e descem o leito onde Jesus estava. Vendo-lhes a fé, disse Jesus ao paralítico: “Filho os teus pecados estão perdoados”. Os escribas pensaram: Jesus blasfema, pois só Deus tem poder para perdoar pecados. Eles estavam certos em sua teologia. Só Deus pode perdoar pecados. Mas, também, eles estavam errados em não reconhecer que Jesus era o Filho de Deus. Jesus prova sua divindade e sua autoridade para perdoar pecados, ordenando ao paralítico: “Levanta-te, toma teu leito e vai para tua casa”. Imediatamente, o homem se viu curado, levantou-se e saiu à vista de todos. Esse homem foi cativo e voltou liberto, foi carregado e voltou carregando, foi buscar uma bênção e voltou trazendo duas. Além de receber a cura física, recebeu o perdão de seus pecados e a salvação da sua vida. Jesus também pode perdoar os seus pecados, restaurar sua saúde e lhe dar a vida eterna.

            Em terceiro lugar, Jesus cura um homem que estava conformado com seu sofrimento (Jo 5.6). Jerusalém estavam em festa e Jesus subiu para lá para participar das festividades do povo de Deus. Mas, em vez de permanecer entre a multidão que celebrava, Jesus foi ao tanque de Betesda, a casa de misericórdia, onde havia uma multidão de enfermos. Ali havia cinco pavilhões entupidos de gente cega e paralítica, nutrindo a esperança de uma cura milagrosa. Jesus vê um homem paralítico, prisioneiro de sua doença, a trinta e oito anos. Era um caso perdido, um problema sem solução. Jesus perguntou-lhe: “Você quer ser curado?” Essa pergunta parece óbvia demais; porém, é possível que algumas pessoas se conformem com o sofrimento. O homem respondeu com uma evasiva: “Eu não tenho ninguém”. O mesmo Jesus que pergunta, dá uma ordem ao paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”. Se a pergunta parecia óbvia demais, agora a ordem parece absurda demais. Levantar e andar é tudo que um paralítico sempre quis, mas jamais conseguiu. O mesmo Jesus que ordena, também dá o poder para que a ordem se cumpra. O homem se pôs em pé e começou a andar. O milagre foi imediato e completo. Jesus ainda hoje nos visita em nossos vales de dor. Ele tem todo o poder de nos colocar de pé e firmar os nossos passos na estrada da esperança! Você quer ser curado?

Rev. Hernandes Dias Lopes

QUANDO DEUS ENTRA EM CENA, TUDO SE RENOVA

 

Isaías 60.1-22

O pastor Jonathan Edwards disse: “A graça é apenas o começo da glória e a glória é a graça aperfeiçoada”. Tudo aquilo que começa com a graça de Deus levará à sua glória (1 Pe 5:10), e isso inclui a nação de israel.

Isaías começou seu “Livro da Consolação” (40 – 66) prometendo que “A glória do Senhor se manifestará” (Is 40:5). Aqui, ele conclui descrevendo para nós essa glória. Nos capítulos finais, Isaías usou a palavra “gló­ria” e termos relacionados cerca de vinte e cinco vezes. Quando a glória de Deus entra em cena, tudo se renova.

1 . O AMANHECER DE UM NOVO DIA (Is 60:1-22)

O imperativo “resplandece” é o chamado de Deus para que Jerusalém desperte (v. 1), pois um novo dia está amanhecendo para Israel. Essa luz não provém do Sol, mas da graça de Deus brilhando sobre a cidade.

No passado, a glória de Deus havia habitado no tabernáculo (Êx 40:34-38), mas partiu por causa do pecado de Israel (1 Sm 4:21). Então, a glória de Deus foi para o templo (1 Rs 8:11), mas deixou-o quando a na­ção voltou-se para os ídolos (Ez 9:3; 10:4, 18, 11:22, 23). A glória veio para Israel na pessoa de Jesus Cristo (Jo 1:14), mas a nação pregou a glória na cruz. Hoje, a glória de Deus habita em sua Igreja (Ef 2:20-22) e em seu povo individualmente (1 Co 6:19, 20).

Um dia, porém, sua glória será revelada para a Terra, e Deus responderá às orações de seu povo: “venha o teu reino”. Será o amanhecer de um novo dia para as nações do mundo, bem como para Israel (vv. 3, 10-13).

2. O COMEÇO DE UMA NOVA VIDA ( ls 61:1-11)

Jesus citou essa passagem quando falou na sinagoga em Nazaré, afirmando que se referia a ele (Lc 4:16-21). Observe que Isaías 61:1 fala do Pai, do Filho e do Espírito Santo.) Contudo, não citou “o dia da vingança do nosso Deus” do versículo 2, pois esse dia ainda está por vir (ls 34:8; 35:4; 63:4).

O contexto dessa passagem é o “ano do jubileu” descrito em Levítico 25:7ss. A cada sete anos, os judeus deviam observar o “ano sabático” e deixar a terra descansar. Depois de sete anos sabáticos, ou seja, quarenta e nove anos, deviam celebrar o quinquagésimo ano como “ano do jubileu”. Nesse ano, todas as dívidas eram canceladas, todas as terras eram devolvidas a seus proprietários originais, os escravos eram libertos e todos podiam recomeçar. Essa era a maneira do Senhor de equilibrar a economia e evitar que os ricos explorassem os pobres.

Se você crê em Jesus Cristo como seu Salvador, então está vivendo dias semelhantes aos de um “ano do jubileu” espiritual. Você foi liberto da escravidão; suas dívidas espirituais foram pagas; está vivendo no “ano aceitável do Senhor”. Em vez de cinzas do luto, você tem sobre a cabeça uma coroa, pois o Senhor fez de você um rei (Ap 1:6). Você foi ungido com o óleo do Espírito Santo e veste uma roupa de louvor e justiça (Is 61:3, 10).

3. A PROCLAMAÇÃO DE UMA NOVA VITÓRIA (Is 63:1-64:12)

Em Isaías 63:-6, o profeta olha para o futuro e vê Jesus Cristo voltando da Batalha do Armagedom, o auge do Dia do S e n h o r (Ap 19:11-21). Edom é citada como representante das nações que oprimiram os judeus. Bozra era uma de suas cidades principais e seu nome significa “colheita de uvas”. Esse nome é significativo, pois a figura apresentada aqui é a de um lagar (Jl 3:13; Ap.14:17-20).

Quando Jesus veio à Terra da primeira vez, foi para iniciar “o ano aceitável do Senhor ” (ls 61:2; Lc 4:19). Quando vier pela segunda vez, será para culminar no “dia da vingança do nosso Deus” (ls 63:4; 61:2). O inimigo será esmagado como uvas e forçado a beber seu próprio sangue do cálice da ira de Deus (Is 51:17; Jr 25:15, 16). Essas figuras podem não ser atraentes para as pessoas sofisticadas de nossos dias, mas os judeus daquela época entenderam bem o que elas significavam.

Por que Deus não estava operando maravilhas? Os judeus haviam pecado (ls 64:5, 6) e precisavam confessar e deixar suas transgressões. Se nossa justiça é imunda, imagine como nossos pecados são diante de Deus! Haverá alguma esperança? Sem dúvida, pois Deus é um Pai que perdoa e um oleiro paciente (Jr 18). Ele pode nos purificar e nos renovar, se deixarmos que faça sua vontade.

4. A BÊNÇÃO DE UMA NOVA CRIAÇÃO (Is 65:1-25)

“E não me calarei; mas eu pagarei, vingar-me-ei, totalmente” (Is 65:6). Eis a resposta de Deus. Ele anuncia que sua salvação será concedida aos gentios (v.1), ainda que não tenham buscado ao Senhor nem experimentado as bênçãos que ele deu a Israel. Em seguida, Deus descreve os pecados de seu povo que o impediram de responder a suas orações (Is 65:2-7). Os judeus resistiram à graça do Senhor e a seus apelos carinhosos, mesmo quando estendeu seu braço e lhes falou por intermédio de sua Palavra (Rm 10:21).

O livro encerra com a descrição de mensageiros indo aos confins da Terra para anunciar o que Deus havia feito por Israel (Is 66:19). O resultado será uma torrente de pessoas indo a Jerusalém (ver Is 2:3 e 66:12) para levar suas ofertas ao Senhor. No passado, as nações gentias foram a Jerusalém para atacar e destruir, porém, na era do reino, irão para adorar e glorificar a Deus.

Isaías chamou o povo que professava pertencer a Deus a voltar-se para Deus. Advertiu quanto à hipocrisia e à falsa adoração. Suplicou por fé, obediência, um e uma vida que glorifique ao Senhor, eis a mensagem para a igreja o povo renovado por Deus. “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (ls 55:6).

Pr. Eli Vieira

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Marcas de uma Igreja Saudável

 


Atos 2.1-47

Atos dos Apóstolos é o primeiro livro da história da igreja cristã, ele registra a caminhada da igreja de Jerusalém a Roma. Atos desenvolve o esboço traçado por Jesus, o Senhor da Igreja, quando disse aos seus discípulos: E recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia, Samaria e até aos confins da terra (1.8).

Atos é um livro para ser estudado não como uma história remota e distante, mas como um desafio presente. Atos é um manual sobre o crescimento saudável da igreja. Ele trata do crescimento espiritual e numérico da igreja. Para alcançar esse alvo, a igreja manteve, inseparavelmente, ortodoxia e piedade, doutrina e vida, palavra e poder. Ortodoxia sem piedade gera racionalismo estéril. Piedade sem ortodoxia produz misticismo histérico. Ao longo da história, a igreja várias vezes caiu num extremo ou noutro.

Ao estudarmos o livro de atos, podemos aprender algumas lições especiais para que possamos ser uma igreja saudável nesta atualidade desafiadora. Segundo o texto de atos 2.1-47 quero destacar três MARCAS DE UMA IGREJA SAUDÁVEL:

1- É CHEIA DO ESPÍRITO SANTO (Atos 2.1-13) – Lucas é o evangelista que mais enfatiza a obra do Espírito Santo na vida de Jesus e da igreja. O mesmo Espírito que desceu sobre Jesus no Jordão, guiou-o no deserto e revestiu-o com poder para salvar, libertar e curar (Lc 3.21,22; 4.1,14,18), agora vem sobre os discípulos de Jesus (At 1.5,8; 2.33). Nos capítulos iniciais de Atos, Lucas refere-se à promessa, à dádiva, ao batismo, ao poder e à plenitude do Espírito na experiência do povo de Deus.

Em atos 2 podemos ver a descida do Espírito santo (At. 2.1-4), “Cristo subiu, e o Espírito Santo desceu. O Cristo ressurreto ascendeu aos céus e enviou o Espírito a fim de habitar para sempre com a igreja”.O derramamento do Espírito Santo foi um fenômeno celestial. Não foi algo produzido, ensaiado, fabricado. Aconteceu algo verdadeiramente do céu. Foi incontestável e irresistível. Foi soberano, ninguém pôde produzi-lo. Foi eficaz, ninguém pôde desfazer os seus resultados. Foi definitivo, ele veio para ficar para sempre com a igreja.

O derramamento do Espírito foi um acontecimento audível, verificável, público, reverberando sua influência na sociedade. Esse impacto atraiu grande multidão para ouvir a Palavra.     

2- PREGA O PODEROSO EVANGELHO (2.14-41) – O milagre pode atrair a multidão, mas não toca os corações. O milagre abre portas para o evangelho, mas não é o evangelho. Pedro se levantou para pregar uma mensagem eminentemente bíblica. A primeira coisa que Pedro fez foi esclarecer que aquele fenômeno extraordinário não era resultado da embriaguez, mas do cumprimento da profecia de Joel (2.28-32).

Os tempos mudaram, mas Deus não mudou. As circunstâncias são outras, mas o evangelho é o mesmo. A forma de pregar pode ser repaginada, mas o conteúdo da pregação permanece inalterável. Não pregamos um Cristo que esteve vivo e agora está morto, mas o Cristo que esteve morto e agora está vivo. Pregamos o Cristo que padeceu por nossos pecados, mas triunfou sobre a morte e desbancou os principados e potestades na cruz. Pregamos o Cristo que ressuscitou e está assentado no trono; governa a igreja e tem as rédeas da história em suas mãos. Pregamos o Cristo que voltará em glória para colocar todos os seus inimigos debaixo de seus pés e reinar para sempre com sua igreja.

O evangelho é um só. Proclama a salvação pela graça mediante a fé, independentemente das obras. A salvação não é resultado da obra que fazemos para Deus, mas da obra que Deus fez por nós em Cristo Jesus, seu amado Filho.

3- VIVE DE FORMA DIFERENTE (2.42-47) – A vida de uma igreja saudável, é diferente. A igreja de Jerusalém conjugava doutrina e vida, credo e conduta, palavra e poder, qualidade e quantidade. Hoje vemos igrejas que revelam grandes desequilíbrios. As igrejas que zelam pela doutrina não celebram com entusiasmo. As igrejas ativas na ação social desprezam a oração.

Conforme atos, uma igreja saudável e cheia do Espírito Santo é comprometida com a fidelidade à Palavra de Deus (2.42), perseverante na oração (2.42), ora com fervor e constância, tem uma profunda comunhão (2.42,44-46). Na igreja de Jerusalém os irmãos gostavam de estar juntos (2.44), partilhavam seus bens (2.45), apreciavam estar no templo (2.46) e também nos lares (2.46b). Havia um só coração e uma só alma. Uma igreja saudável, adora a Deus com entusiasmo (2.47), Uma igreja viva tem alegria de estar na casa de Deus para adorar e teme a Deus e experimenta os seus milagres (2.43), tem a simpatia dos homens e a bênção do crescimento numérico por parte de Deus (2.47). Essa igreja é simpática e amável, tem qualidade e também quantidade. Cresce para o alto e também para os lados. A igreja crescia diariamente por adição de vidas salvas e por ação divina. Vejamos o crescimento da igreja em Atos: • Atos 1.15: 120 membros; • Atos 2.41: três 3 mil membros. • Atos 4.4: cinco 5 mil membros. • Atos 5.14: Uma multidão é agregada à igreja. • Atos 6.7: O número dos discípulos é multiplicado. • Atos 9.31: A igreja se expande para a Judeia, Galileia e Samaria. • Atos 16.5: Igrejas são estabelecidas e fortalecidas.

Portanto, quantas Igrejas têm perdido a sua autenticidade e o fervor do Espírito Santo, igrejas mornas sem vida, sem graça, sem unção, que não faz a diferença, igrejas sem fé e sem obras, igrejas sem testemunho. Como podemos ver, “Atos é um livro para ser estudado não como uma história remota e distante, mas como um desafio presente”, pois se queremos ser uma igreja saudável e relevante nesta atualidade, precisamos ser cheios do Espírito Santo, proclamar somente Jesus, porque o verdadeiro evangelho é firmado em Cristo e nos desafia a viver o que pregamos, assim veremos o reino de Deus crescer e a Palavra prevalecer para honra e glória dEle.

Pr. Eli Vieira

UMA VIDA EXTRAORDINÁRIA

 


Êxodo 13:17- 15:21

Como podemos viver uma vida extraordinária? Existe algo mais extraordinário do que desfrutar da vida de Deus? Viver um profundo relacionamento com Cristo e andar no Centro da sua vontade é a maior experiência que alguém pode desejar.

Israel havia vivido muitos anos como escravo no Egito, agora estava livre da escravidão, mas para não ser escravizado mais uma vez precisava andar com Deus para viver uma vida extraordinária. O êxodo de Israel ensinou ao povo que seu futuro sucesso estava em caminhar com Deus. Para viver uma vida extraordinária precisamos:

1-SEGUIR A DIREÇÃO DO SENHOR (ÊX 13:17-22) – O êxodo de Israel do Egito não foi o fim de sua experiência com Deus; na verdade foi um recomeço. “Foi preciso uma noite para tirar Israel do Egito, mas foram necessários quarenta anos para tirar o Egito de Israel”, disse George Morrison. Se Israel obedecesse à vontade de Deus, o Senhor os conduziria à terra prometida e lhes daria sua herança. Quarenta anos depois, Moisés lembraria a nova geração de que Deus “te tirou do Egito […] para te introduzir na sua terra e ta dar por herança” (Dt 4:37, 38).

A mesma coisa pode ser dita da redenção que temos em Cristo: Deus nos livrou da escravidão para que pudesse nos conduzir à bênção. A. W. Tozer costumava nos lembrar de que “somos salvos de, como também para”. A pessoa que confia em Jesus Cristo nasce de novo e passa a fazer parte da família de Deus, mas esse é só o começo de uma nova e empolgante aventura que deve nos conduzir ao crescimento e a conquistas. Deus nos liberta e, então, nos conduz através das várias experiências da vida, um dia de cada vez, para que possamos conhecê-lo melhor e para que, pela fé, possamos nos apropriar de tudo o que ele deseja nos dar.

Se você permitir que Deus dirija seus passos (Pv 3:5, 6) você irá viver uma vida extraordinária. Lembre-se de que Deus sabe o que está fazendo, de que ele não está com pressa e de que, enquanto você segui-lo, estará seguro sob a bênção dele. É possível que ele feche algumas portas e, de repente, abra outras, e devemos ficar alertas para isso (At 16:6-10; 2 Co 2:12, 13).

2. CONFIAR NAS PROMESSAS DO SENHOR (Êx 14:1-31) – O Senhor Deus manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel” (SI 103:7). O povo judeu foi informado daquilo que Deus desejava que fizesse, porém Moisés foi informado do porquê de Deus estar fazendo tais coisas. “A intimidade do Senhor é para os que o temem” (SI 25:14). A liderança de Moisés foi um elemento essencial para o sucesso da CAMINHADA de Israel. Nesta caminhada eles enfrentaram muitas circunstâncias adversas.

Nesta caminhada Deus realizou uma série de milagres. Por que Deus realizou essa série de milagres para o povo hebreu? Em primeiro lugar, ele estava cumprindo sua promessa de que livraria Israel e de que os tomaria para si como seu povo (Êx 3:7, 8). Em segundo lugar, revelar outra vez seu poder e glória na derrota do exército egípcio. “E os egípcios saberão que eu sou o Senhor” (Êx 14:18). Essa série de milagres divinos certamente foi uma revelação da grandeza e do poder de Deus, de sua fidelidade às suas promessas e de sua preocupação por seu povo. O milagre do êxodo tornou-se parte da confissão de fé de Israel ao levarem suas ofertas ao Senhor (Dt 26:1-11).

Hoje, nós precisamos olhar para os milagres de Deus em nosso viver, a vida é um milagre extraordinário, mas o maior e o melhor milagre é a salvação em nosso Senhor Jesus Cristo e sermos testemunhas dele a cada passo em nossa jornada.

3. ADORAR AO SENHOR (ÊX 15:1-21) – Uma vez que os inimigos haviam se afogado e que a liberdade era certa, o povo de Israel irrompeu em cânticos e adorou ao Senhor. Não lemos que adoraram a Deus enquanto eram escravos no Egito, e, durante a saída da terra, queixaram-se a Moisés pedindo que os deixasse voltar ao Egito. Mas é preciso haver maturidade da parte do povo de Deus a fim de ser capaz de entoar “canções de louvor durante a noite” (Jó 35:10; SI 42:8; Mt 26:30; At 16:25), e naquele tempo os israelitas ainda eram imaturos em sua fé.

O hino de louvor tem quatro estrofes: a vitória de Deus é anunciada (Êx 15:1-5), as armas de Deus são descritas (vv. 6-10), o caráter de Deus é exaltado (vv. 11-16a) e as promessas de Deus são cumpridas (vv. 16b-18).  O Senhor é mencionado dez vezes nesse hino, enquanto Israel cantava ao Senhor e sobre o Senhor, pois a verdadeira adoração envolve o testemunho fiel de quem Deus é e do que ele faz por seu povo. A vitória de Deus foi gloriosa, pois tudo foi obra do Senhor. O exército egípcio foi lançado no mar (vv. 1 e 4), e os soldados afundaram como pedras (v. 5) e como chumbo (v. 10). Foram consumidos como restolho (v. 7).

Não é de se admirar que o povo cantou e exaltou o caráter de Deus (v.11; ver Mq 7:18). A resposta, obviamente, é que não há ninguém como o Senhor, pois nenhum outro ser no Universo é “Glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que opera(s) maravilhas” (Êx 15:11). Essa estrofe prossegue louvando a Deus por seu poder (v. 12), por sua sabedoria ao conduzi-los (v. 13) e pela grandeza de sua presença ao inspirar o medo no coração de seus inimigos (v. 14).

 Não foi fácil para Israel carregar o fardo da liberdade, e Deus precisou ensiná-los a viver um dia de cada vez durante aqueles quarenta anos, em nossa peregrinação rumo a pátria celestial nós precisamos seguir os ensinamentos do Pai, crer em suas promessas e viver em adoração para honra e glória dEle.

 Pr. Eli Vieira

O ENCONTRO DE JESUS COM A MULHER SAMARITANA

 


UM ENCONTRO INCOPARÁVEL

João 4.1-42

Uma vez que os fariseus tentavam provocar uma competição entre Jesus e João Batista (Jo 3:25-30), Jesus saiu da Judeia e se dirigiu para o norte da Galileia. Poderia escolher entre três caminhos para chegar a seu destino: (1) seguindo pela costa; (2) atravessando o Jordão e subindo pela Pereia; ou (3) indo por Samaria. Os judeus ortodoxos evitavam passar por Samaria por causa do ódio antigo e profundo existente entre eles e os samaritanos.

Os samaritanos eram uma raça mestiça, parte judia e parte gentia, que havia se formado durante o cativeiro assírio das dez tribos do norte a partir de 727 a.C. Rejeitados pelos judeus por não poderem provar sua genealogia, os samaritanos estabeleceram seu próprio templo e cultos religiosos no monte Gerizim, o que só serviu para aumentar o preconceito. A aversão dos fariseus pelos samaritanos era tal que oravam para que nenhum samaritano fosse revivido no dia da ressurreição! Numa tentativa de insultar Jesus, seus inimigos o chamaram de samaritano (Jo 8:48). Uma vez que operava dentro do plano de Deus, era necessário que Jesus passasse por Samaria. Lá, encontraria uma mulher e a conduziria à fé salvadora, o tipo de fé que teria impacto sobre uma vila inteira. Jesus não fazia acepção de pessoas. Em uma ocasião anterior, havia aconselhado um judeu moralista (Jo 3) e, agora, estava prestes a testemunhar a uma mulher samaritana imoral!

Chegou ao poço de Jacó por volta do meio dia, horário em que as mulheres iam buscar água. Os discípulos foram à cidade mais próxima para buscar comida, enquanto Jesus esperou, de propósito, ao lado do poço. Estava cansado, faminto e sedento. João não mostra Jesus apenas como o Filho de Deus, mas também como um homem. Cristo passou pelas experiências normais da vida humana e é capaz de identificar-se conosco em cada uma delas.

Neste texto de João 4.1-42, Jesus nos ensina algumas lições que precisamos aprender. Jesus nos ensina que:

1- É PRECISO ROMPER AS BARREIAS PARA PREGAR O EVANGELHO (4.1-6)

Jesus foge do conflito sobre o batismo e sai da Judeia rumo à Galileia (4.1-3). Nessa jornada em direção ao norte, ele opta por passar pela província de Samaria (4.4). Meus irmãos, a agenda de Jesus começa no céu. Era-lhe necessário passar por Samaria. Havia três estradas para fazer esse trajeto do sul ao norte: uma nas proximidades da costa, outra através da Pereia, e outra que passava pelo centro de Samaria. Esta era a mais curta, porém algumas vezes evitada por causa do conflito entre judeus e samaritanos.

Jesus faz a transição de um diálogo com um doutor da lei para um diálogo com uma mulher samaritana pecadora. O contraste entre Nicodemos e a samaritana é gritante: ele, homem, judeu, fariseu, mestre, membro do Sinédrio; ela, mulher, samaritana, inculta, vivendo uma vida imoral. Ambos, porém, precisavam de Jesus e foram alvos do amor de Jesus.

Nicodemos era um erudito, poderoso, respeitado, ortodoxo, teologicamente preparado; a samaritana era inculta, sem influência, desprezada, capaz somente de praticar uma religião popular. Ele era um homem, um judeu, um líder; ela era uma mulher, uma samaritana, uma pária moral. E ambos necessitavam de Jesus.

Jesus ao se encontrar com aquela mulher ele não a acusou, apontando os seus pecados, mas lhe pediu um favor, depois apresentou a mulher a mensagem do evangelho.

Para alcançar aquela mulher Jesus ultrapassou algumas barreiras: Primeiro, a barreira cultural. O nome Sicar significa “cidade dos bêbados”. Jesus, porém, mandou que seus discípulos comprassem comida em Sicar. Os judeus consideravam imunda a comida dos samaritanos. Além do mais, um rabino não podia conversar com uma mulher em público. Jesus não só conversou com ela, mas lhe pediu um favor. A mulher tinha uma vida moral reprovada pela lei. Já tinha tido cinco maridos e agora vivia com um amante. Era uma mulher desprezada, mas Jesus a valorizou.

Segundo, a barreira racial – o povo samaritano era uma espécie de caldeamento de raças (2Rs 17.6,24). O povo samaritano era meio judeu e meio gentio. Havia perdido sua identidade racial. No tempo de Jesus, a desavença entre judeus e samaritanos perdurava por mais de quinhentos anos. Um judeu considerava um samaritano combustível para o fogo do inferno. Eles não se davam. Não bebiam nos mesmos vasos. No entanto, Jesus conversou com a samaritana e lhe pediu um favor.

Terceiro, a barreira religiosa. A separação entre judeus e samaritanos se relacionava, também, com a apostasia religiosa dos samaritanos. Eles haviam perdido a integridade doutrinária. Os samaritanos não preservaram a fé intacta. Diziam que o monte Gerizim era o lugar do verdadeiro templo e o lugar da verdadeira adoração. Rejeitaram o Antigo Testamento. Criam apenas nos livros da lei, o Pentateuco. Está provado que os samaritanos tinham uma religião sincrética, misturada e herética. Quando João Hircano, o general caudilho judeu, em 129 a.C. atacou Samaria e destruiu o templo samaritano, o ódio dos samaritanos pelos judeus agravou-se intensamente. A conversa de Jesus com a mulher samaritana tem todo esse cenário religioso como pano de fundo. Jesus supera todos esses obstáculos, vence todas essas barreiras e triunfa sobre todos esses preconceitos para alcançar o coração dessa mulher e lhe dar uma nova vida.

2- É PRECISO PREGAR O EVANGELHO AO PECADOR (4.7-18)

O evangelho precisa se pregado para libertar os pecadores que estão mortos em seus delitos e pecados. Meus irmãos, podemos aprender com Jesus coisas maravilhosas no diálogo dele com esta mulher samaritana, ele lhe despertou:

A SIMPATIA (4.7-9) – Jesus fez um ponto de contato com aquela mulher pedindo-lhe algo: Dá-me um pouco de água. Concordo com William Hendriksen quando ele diz que, “se alguém deseja penetrar o coração de outra pessoa, pode usar dois métodos: fazer-lhe um favor ou pedir-lhe um favor”. Com frequência, a segunda opção é mais eficaz que a primeira. Jesus, no entanto, combinou as duas.

Jesus se identificou com a mulher. Ele deu valor a ela, quando todos fugiam. Jesus quebrou a barreira cultural, conversando com a mulher em público. Ele não fugiu dela nem a desprezou, mas a olhou com simpatia. Não a julgou nem a condenou. John Charles Ryle explica: “É em vão esperar que as pessoas virão a nós em busca de conhecimento. Nós devemos começar por elas. Devemos entender qual é o melhor acesso ao coração delas”.

A CURIOSIDADE (4.10-12) – “A mulher precisava conhecer o dom de Deus, a água da vida” (4.10). A água da vida que Jesus oferece não vem de um poço comum. É uma dádiva que só o Messias pode conceder. Muitas pessoas vivem uma vida infeliz, vazia e prisioneira porque não conhecem Jesus, o supremo dom de Deus. A mulher samaritana talvez não esperasse nada de Deus. Estava desiludida. Por isso, Jesus tocou no nervo exposto de sua curiosidade: “Se conhecesses […] não conheceis”. Essa fala de Jesus aguçou na mulher o desejo de saber quem era aquele interlocutor.

O SENSO DE NECESSIDADE (4.13-15) – a mulher samaritana não entendeu quando Jesus falou sobre a água da vida. Tanto o erudito Nicodemos quanto a ignorante samaritana não entenderam a linguagem espiritual de Jesus. As coisas deste mundo não satisfazem. Nada que o homem jogue para dentro do coração satisfaz. A água do poço de Jacó não satisfaz para sempre. A água do poço de Jacó fica fora da alma e não é capaz de satisfazer as necessidades do coração. A água do poço de Jacó é de quantidade limitada, diminui e desaparece.

Charles Erdman disse: “Satisfação era exatamente aquilo a que essa pobre mulher aspirava. Atrás disso andara toda a vida, e nessa busca não respeitara nem as leis de Deus, nem as dos homens. Entretanto, continuava sedenta; e a sede nunca seria satisfeita, senão quando achasse em Cristo o Senhor e Salvador pessoal”.

Que água é essa, a água da vida? A promessa de Deus é derramar água sobre o sedento (Is 44.3). Deus convida todos: Vos, todos os que tendes sede, vinde às águas (Is 53.1). Deus prometeu que seu povo tiraria com alegria águas do poço da salvação (Is 12.3). Jesus disse: Se alguém tem sede, venha a mim e beba (Jo 7.37). O Espírito que flui como rio dentro de nós é essa fonte que jorra para a vida eterna (Jo 7.38). William Barclay diz que, para o judeu, água viva significava água corrente. Tratava-se da água que fluía de uma nascente, em oposição à água estancada, parada de uma cisterna.

D. A. Carson quando ele diz que há ecos de promessas do Antigo Testamento nessa promessa de Jesus. No dia da salvação, o povo de Deus tirará águas das fontes da salvação com alegria (Is 12.3); eles não sentirão fome nem sede (Is 49.10). O derramar do Espírito de Deus será como o derramar de água sobre o sedento e torrentes sobre a terra seca (Is 44.3). A linguagem da satisfação e transformação interior traz à mente uma série de profecias, antecipando o novo coração e a troca do falido formalismo religioso por um coração que conhece e experimenta Deus, ansioso por fazer sua vontade (Jr 31.29-34; Ez 36.25-27; Jl 2.28-32).19 Jesus desperta sua consciência (4.16-18) para uma vida em uma nova dimensão.

3- O PECADOR PRECISA SE ARREPENDER PARA SER SALVO (4.16-18)

Ela se arrependeu dos seus pecados (4.16-18) – Convicção de Pecado. Jesus despertara sua consciência (4.16-18) Jesus faz uma transição radical na conversa com a mulher e ordena: Vai, chama teu marido (4.16). Essa transição, porém, tem uma ligação estreita entre o pedido da mulher e a ordem de Cristo. A mulher quer essa água viva, mas tem sede suficiente para recebê-la? Hendriksen comenta: “Essa sede não será completamente despertada a menos que haja um senso de culpa, uma consciência de pecado”.

 A menção de seu marido é a melhor maneira de lembrá-la de sua vida imoral. O Senhor está, agora, falando à consciência da samaritana. Jesus mostra que, antes de beber a água da vida, ela precisa ter convicção de pecado e passar pelo arrependimento. Não há salvação sem arrependimento. Jesus destampa tanto o passado quanto o presente da mulher samaritana, preparando seu coração para receber o dom de Deus (4.14-16).

John Charles Ryle sustenta que, a menos que homens e mulheres sejam levados à consciência de sua pecaminosidade e de sua necessidade, nenhum bem poderá ser feito à sua alma. Até que o pecador veja a si mesmo como Deus o vê, ele continuará sem nenhuma ajuda. Nenhum pecador desejará o remédio da graça até se reconhecer como doente. Ninguém está habilitado a ver a beleza de Cristo até ver a própria hediondez. A ignorância do pecador levará à negligência a Cristo.

A mulher samaritana dá uma resposta verdadeira, mas incompleta. A resposta era formalmente correta, mas potencialmente enganosa. Nas palavras de Werner de Boor, a mulher proferiu uma meia verdade, por meio da qual esperava esquivar-se para uma escuridão protetora.

A mulher disse: “Não tenho marido” (4.17). Jesus, elogiou sua sinceridade formal, enquanto afirmou que ela já havia tido cinco maridos (mortos ou divorciados), e o homem com quem ela vivia agora não era de forma alguma legalmente seu marido (4.17,18). 

O conhecimento preciso de Jesus sobre o seu passado provava que Jesus é o Messias. A mulher percebeu que Jesus conhecia sua vida. A mulher samaritana reconheceu que estava diante de um profeta. A mulher percebeu que Jesus conhecia sua vida. A mulher samaritana reconheceu que estava diante de um profeta.

Jesus desperta seu sentimento religioso (4.19-24) –A mulher até então tão falante se calou quando Jesus tocou no seu pecado. Outros acreditam que ela mudou de assunto, passando a uma discussão teológica, uma vez que a conversa havia se tornado incômoda. É mais fácil discutir teologia do que enfrentar os próprios pecados. Nas palavras de D. A. Carson “é mais fácil falar de teologia que tratar com uma verdade pessoalmente angustiante”.

Contudo, como os samaritanos só acreditavam no Pentateuco e como Deuteronômio diz que Deus suscitaria outro profeta semelhante a Moisés, esse profeta seria o Messias. Assim, essa mulher fez uma pergunta honesta: Onde adorar? Jesus respondeu que o importante não é onde, mas como e quem adorar. A verdadeira adoração a Deus é em espírito e em verdade. E de todo o coração e também prescrita pela Palavra de Deus. Os samaritanos adoravam o que não conheciam. Assim, qualquer religião que consista apenas em formalidade, sem fundamentação nas Escrituras, é absolutamente inútil.

A verdadeira adoração é um dos temas centrais das Escrituras. A veneração de imagens de escultura é uma abominação para Deus, pois Deus é plenamente espiritual em sua essência. Quando Jesus diz que Deus é Espírito, isso significa que Deus é invisível, intangível e divino, em oposição a humano. E desconhecido para os seres humanos a menos que decida se revelar (1.18). Da mesma forma que Deus é luz (l Jo 1.5) e amor (l Jo 4.8), também é Espírito (4.24). Esses são elementos da forma em que Deus se apresenta aos seres humanos, da bondosa autorrevelação em seu Filho. Deus escolheu se revelar quando o Verbo se fez carne. Quem vê Jesus, vê o próprio Pai.

O culto prestado a outros deuses é uma ofensa a Deus, pois Deus é um só e não há outro. A adoração a Deus, entre[1]mentes, não pode ser do nosso modo nem ao nosso gosto, pois Deus mesmo estabeleceu critérios claros como exige ser adorado. Muitas igrejas, com o propósito de agradar às pessoas, estabelecem formas estranhas de adoração que não estão prescritas nas Escrituras. Isso é como fogo estranho no altar. O pragmatismo religioso está substituindo a verdade de Deus em muitas igrejas. Muitas pessoas buscam o que funciona, não o que é certo. Procuram o que dá resultado, não a verdade. Estabelecem um culto sensório, não um culto em espírito e em verdade.

A verdadeira adoração não se limita a um lugar, seja o Monte Gerezim ou ao Monte ou a Jerusalém, mas em espírito e em verdade. A adoração não é centrada em lugares sagrados 4.20. Não é neste monte nem naquele. Não existe lugar mais sagrado que outro. Não é o lugar que autentica a adoração, mas a atitude do adorador. Segundo, não é adoração sem entendimento (4.22). Os samaritanos adoravam o que não conheciam. Havia uma liturgia desprovida de entendimento. Havia um ritual vazio de compreensão. Terceiro, não é adoração descentralizada da pessoa de Cristo (4.25,26). Os samaritanos adoravam, mas não conheciam o Messias. Cristo não era o centro do seu culto. Nossa adoração será vazia se Cristo não for o centro. O culto não serve para agradar as pessoas. A música não serve para entreter os adoradores. A verdadeira música vem do céu e é endereçada ao céu (SI 40.3). Vem de Deus por causa de sua origem e volta para Deus por causa de seu propósito.

A adoração falsa é abominação para Deus, e a adoração hipócrita provoca o desgosto de Deus. O profeta Isaías já havia demonstrado o desgosto divino, quando disse que o povo de Israel honrava a Deus com os lábios, mas seu coração estava distante de Deus (Is 29.13). Nessa mesma linha, Amós foi contundente quando escreveu em nome de Deus: Eu detesto e desprezo as vossas festas; não me agrado das vossas assembleias solenes […]. Afastai de mim o som dos vossos cânticos, porque não ouvirei as melodias das vossas liras (Am 5.21,23).

Jesus também diz à mulher samaritana o que a adoração é. Primeiro, a adoração precisa ser bíblica (4.24). O nosso culto é bíblico ou é anátema. Deus não se impressiona com pompa; ele busca a verdade no íntimo. Segundo, a adoração precisa ser sincera (4.24). A adoração precisa ser em espírito, ou seja, de todo o coração. Precisa ter fervor. Não é um culto frio, árido, seco, sem vida.

Jesus desperta em seu coração a fé verdadeira (4.25,26) – A mulher menciona o Messias que havia de vir. Então, Jesus diz: Sou eu, o que está falando contigo. A declaração, sou eu lembra a própria revelação de Deus Eu sou o que sou (Ex 3.14). Jesus disse este “Eu sou” nove vezes nesse evangelho (6.20; 8.24,28,58; 13.9; 18.5,6,8). Até aqui, seis vezes Jesus se dirigiu à mulher, e seis vezes ela lhe respondeu. Na sétima vez, quando Jesus declarou ser o Messias, ela não lhe diz palavra; o quedemos é que ela deixou ali seu cântaro, foi à cidade e disse ao povo: Vinde, vede um homem que me disse tudo o que tenho feito; será ele o Cristo?

A samaritana encontrou o Messias. Saciou sua alma e bebeu da água da vida. De acordo com William Barclay, o fato de a mulher samaritana ter deixado o cântaro aponta para dois fatos: 1) ela estava com pressa para ir à cidade e compartilhar sua experiência com o Messias; 2) ela tinha convicção de que voltaria para estar com Jesus.

Podemos elencar várias evidências de sua verdadeira conversão. Primeiro, a samaritana deixou o cântaro (4.28). Segundo, ela correu à cidade para anunciar Jesus (4.28b[1]30). Ela testemunhou para toda a cidade ter encontrado um homem que para ela era o Messias. Quem encontra Jesus tem pressa em compartilhar essas boas-novas com todos. Sua compreensão sobre Jesus foi progressiva: primeiro, pensou ser um viajante judeu cansado; daí passou a considerá-lo “profeta”; e finalmente, Cristo, a quem o povo de sua cidade chama de “o Salvador do mundo” .

 John MacArthur disse: “que O diálogo de Jesus com a mulher samaritana ilustra três Verdades inegociáveis sobre a salvação. Em primeiro lugar, a salvação vem somente para aqueles que reconhecem sua desesperada necessidade de vida espiritual. Segundo, a salvação vem somente para aqueles que confessam e se arrependem de seus pecados e desejam perdão. Terceiro, a salvação vem somente para aqueles que recebem Cristo como o seu Messias e Salvador”.

4- O SALVO PRECISA SER TESTEMUNHA DE JESUS (4.28-30)

A atitude da mulher samaritana (4.28-30) – A mulher samaritana teve os olhos abertos progressivamente. Agora, ela compreende que está diante do Messias, o esperado Salvador do mundo. Sua alma é dessedentada pela água da vida, e não consta que Jesus tenha bebido a água do poço de Jacó. A transformação da mulher samaritana pode ser confirmada por suas atitudes, como vemos a seguir.

Primeiro, ela abandona o seu cântaro. A mulher deixou ali seu cântaro […] (4.28a). A água que ela foi buscar não tinha mais vital importância agora. A mulher havia encontrado a água da vida. Havia saciado sua alma. Sua vida fora penetrada pela luz do céu, e os segredos do seu coração foram revelados pelo Messias. Havia pressa para contar essa boa-nova à sua cidade, e a samaritana estava disposta a desvencilhar-se de qualquer obstáculo para ganhar celeridade.

Segundo, ela proclama o Messias. […] foi à cidade e disse ao povo: Vinde, vede um homem que me disse tudo o que tenho fito ; será ele o Cristo? Saíram, pois, da cidade e foram ao encontro dele (4.28b-30). No mesmo dia da conversão dessa mulher, ela se tornou uma missionária. O testemunho da mulher samaritana tem alguns componentes que merecem destaque, como veremos a seguir.

Ela faz uma proclamação pública (4.28b). Até então, essa mulher, provavelmente, fazia de tudo para passar despercebida. Preferia as sombras do anonimato. Sua reputação era duvidosa, e sua palavra tinha pouco peso entre os homens daquela cidade. Agora, porém, ela anunciava altissonantemente o Messias. Não havia constrangimento nem temor.

Ela faz um convite veemente (4.29). Sabiamente, essa mulher fez um convite: Vinde. Usando a mesma tática que Filipe empregou com Natanael, ela disse: Vinde, vede um homem que me disse tudo o que tenho feito […]. Ela não desperdiçou tempo usando argumentos confusos; antes, conclamou à verificação. Desejava que aqueles homens tivessem a mesma experiência que ela havia tido. Queria que vissem o mesmo Messias que ela havia visto. Esperava que bebessem a mesma água da vida que ela havia bebido.

Ela faz uma confissão corajosa (4.29). A vida dessa mulher era conhecida na cidade. Todos sabiam que ela já estava morando com o sexto homem. Sua fama de amante das aventuras era o cardápio preferido dos bisbilhoteiros. Mas ela não tem mais a preocupação de encobrir seus pecados. Diz abertamente que o Messias destampou a câmara de horrores do seu coração e trouxe à luz todos os seus pecados ocultos.

Ela vê um resultado extraordinário. Saíram, pois, da cidade e foram ao encontro dele (4.30). Os discípulos de Jesus vão à cidade e voltam sozinhos, com as mãos cheias de pães. A mulher vai à cidade e traz consigo muitas pessoas para conhecerem Jesus. Os discípulos tornaram-se profissionais da religião; ela, uma missionária apaixonada.

Ainda hoje, fazemos o mesmo que os discípulos. Entramos nos supermercados, nas lojas, nas farmácias e compramos, vendemos, trocamos e entramos mudos e saímos calados quanto ao evangelho. Essa mulher samaritana reprova nosso silêncio e nossa covardia.

A atitude de Jesus (4.31 -38) Aproveitando o fato de a mulher samaritana ter se ausentado, os discípulos rogam a Jesus: Rabi, come! Jesus aproveita o ensejo para ensinar a eles uma profunda lição, dizendo que a comida mais saborosa e mais necessária era fazer a vontade do Pai. Uma cidade estava vinda ao seu encontro, e eles deveriam entender que aquele era um momento de colheita para o reino de Deus. Nenhuma necessidade era mais urgente. Nenhuma atividade lhe dava mais prazer.

Os discípulos pensam que ele está falando sobre comida física, pois perguntam: Acaso alguém lhe trouxe o que comer?

Chamo a atenção para cinco verdades a seguir.

Em primeiro lugar, precisamos ter visão. Não dizeis vós faltarem ainda quatro meses para a colheita? Mas eu vos digo: Levantai os olhos e vede os campos já prontos para a colheita (4.35). Os discípulos eram míopes espirituais. Eles não tinham discernimento do momento que estavam vivendo. Jesus está dizendo: “Vocês acham que deve existir certo intervalo entre a semeadura e a colheita, mas eu lhes digo que acabei de semear a semente, e a colheita já está acontecendo (referindo-se ou à mulher samaritana ou ao povo de Sicar que estava se aproximando). Apesar da colheita de grãos estar ainda distante (quatro meses), a colheita de almas já poderia ser feita. Nós, também, precisamos ter visão: visão de que, sem Cristo, o ser humano está perdido. Visão de que as falsas religiões prosperam. Visão de que a ignorância não é um caminho para Deus. Visão de que a obra de Deus precisa ser realizada agora. Se perdermos a nossa geração, perderemos o tempo da nossa oportunidade. Concordo com D. A. Carson quando ele diz que a era escatológica raiou no ministério de Cristo, no qual a semeadura e a ceifa acontecem juntas na colheita do fruto.

Em segundo lugar, precisamos ter paixão. Disse-lhes Jesus: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e completar a sua obra (4.34). Faltava aos discípulos paixão pelas almas perdidas. Falta-nos também essa mesma paixão. Sem paixão seremos apáticos e lentos. Sem paixão, seremos omissos e covardes. Precisamos clamar como Paulo: E ai de mim, se não anunciar o evangelho! (ICo 9.16). Precisamos clamar como John Knox: “Dá-me a Escócia para Jesus, senão eu morro”.

Em terceiro lugar, precisamos ter compromisso (4.33). Uma lavoura madura não pode esperar para ser colhida. Ou é colhida imediatamente, ou a colheita é perdida. Sicar estava madura para ser colhida. A cidade estava a caminho, e não havia tempo a perder. Aquela não era hora de comer, mas de trabalhar e fazer a vontade do Pai. A evangelização não é um programa, mas um estilo de vida. Esse compromisso deve arder em nosso peito. Quando o presidente americano John Kennedy foi assassinado em Dallas, em 22 de novembro de 1963, dentro de seis horas a metade do mundo já sabia de sua morte. Jesus, o Filho de Deus, foi crucificado pelos nossos pecados há dois mil anos, e quase a metade do mundo ainda não ouviu essa maior notícia do mundo.

Em quarto lugar, precisamos ter parceria (4.36-38). Jesus falou a respeito do semeador e do ceifeiro. Um planta e o outro ceifa. Jesus havia semeado na vida da mulher samaritana, e os discípulos agora fariam uma colheita do que não haviam semeado. Jesus é o semeador por excelência; mais do que isto, ele é o grão de trigo que cai na terra e morre, para produzir fruto em abundância (12.24). Não há ceifa onde não há semeadura. Nem sempre aquele que semeia é o que ceifa. Tanto o que semeia como o que ceifa, entretanto, têm sua recompensa. Não há maior alegria de que levar uma pessoa a Cristo. Não há maior recompensa do que entesourar frutos para a vida eterna.

O semeador trabalha em antecipação do que está para vir; o ceifeiro nunca deve esquecer que a colheita que ele desfruta é fruto do trabalho de outro. Na ceifa do Senhor, não há competição; deve existir parceria: um planta, outro rega e outro ainda ceifa (ICo 3.6-9).

Em quinto lugar, precisamos ter a certeza da recompensa (4.36). O ceifeiro recebe desde já sua recompensa e entesoura seu fruto para a vida eterna. Quando um pecador se volta para Deus, deve haver alegria não apenas diante dos anjos no céu, mas também diante dos ceifeiros na terra. Quando esses ceifeiros chegarem ao céu, serão recebidos por aqueles que foram alcançados por intermédio de seu ministério (Lc 16.9).

A atitude dos samaritanos (4.39-42) Em resposta ao convite da mulher samaritana, muitos samaritanos foram encontrar-se com Cristo no poço de Jacó. O testemunho da mulher foi impactante, e o resultado foi notório.

Destacamos três fatos importantes nesse ponto.

Em primeiro lugar, a fé dos samaritanos. E muitos samaritanos daquela cidade creram nele, por causa da palavra da mulher, que testemunhava: Ele me disse tudo quanto tenho feito (4.39). A fé vem pelo ouvir a palavra de Cristo. Quando falamos a respeito de Cristo às pessoas, Deus concede a elas a fé salvadora. O milagre da salvação raiou na cidade samaritana, e muitos foram salvos.

Em segundo lugar, o pedido dos samaritanos. Então os samaritanos foram até ele e pediram-lhe que ficasse; e ele ficou ali dois dias (4.40). A barreira da inimizade entre judeus e samaritanos estava caindo. Aonde o evangelho chega, os preconceitos são vencidos. Jesus agora é convidado a permanecer com eles. Os samaritanos não querem apenas ver e ouvir. Querem também ter comunhão com Jesus.

Em terceiro lugar, o testemunho dos samaritanos. E muitos outros creram por causa da sua palavra. E diziam à mulher: Já não é pela tua palavra que cremos; pois agora nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo (4.41,42). Os samaritanos não queriam ouvir apenas a mulher; queriam ouvir diretamente o Messias. E, ao ouvirem o Messias, muitos outros também abraçaram a fé. E todos testemunham que sua experiência pessoal com o Messias lhes deu a plena convicção de que ele verdadeiramente é o Salvador do mundo. Aqui cessa a ideia provinciana de um salvador tribal, de uma divindade regional. Jesus não é um salvador dentre outros; ele é o Salvador do mundo, e não há outro.

CONCLUSÃO

Neste texto de João, podemos ver o amor de Jesus, pelo pecador ao ir salvar a mulher pecadora de Samaria rompendo as barreiras. Mas também ele nos ensina que o pecador precisa se arrepender para ser salvo. Todos os que foram salvos precisam ser testemunhas do Senhor jesus e levar a mensagem do evangelho aos que estão perdidos, na certeza que no Senhor Jesus há salvação para todos os que o aceitam como como seu Senhor e Salvador, pois nele há perdão e graça para o mais vil pecador.

Adap. Pr. Eli Vieira

Referência Bibliográfica:

1- Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo : Novo Testamento : volume I / Warren W. Wiersbe ; traduzido por Susana E. Klassen. – Santo André, SP : Geográfica editora, 2006.

2- Lopes, Hernandes Dias – João: As glórias do Filho de Deus / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo:  Hagnos, 2015Facebook

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