sexta-feira, 29 de julho de 2022

O DEUS QUE AGE

 


Texto: Josué 4.1-24

Nos dias difíceis que estamos vivendo, muitos creem que Deus reina soberano no céu, mas muitos não acreditam que ele reina na terra. Muitos duvidam de sua soberana providência no mundo pós-moderno (atual), acham que ele não está conosco, não se interessa com o que está acontecendo em nossas vidas, família, igreja, nação, etc. Mas, quando estudamos a Palavra de Deus, podemos ver que o nosso Deus é transcendente, mas também imanente, olhe e veja, a sua intervenção na história de Israel.

No livro de Josué, aprendemos algumas lições importantes sobre o agir soberano de Deus na história de Israel. E os capítulos 3 e 4 nos ensina, que o Deus que Age:

1-CUMPRE A SUA PALAVRA (Js 3.1-13; 4.10) – No livro de Josué, podemos ver Deus  cumprindo a sua Palavra, como ele falara ao seu servo Josué (Js 1.1-9;3.7,8 e 15). Diante desta verdade, aprendemos que podemos confiar na Palavra e no Deus da Palavra, pois ele não é como o homem. Sua Palavra é verdadeira e imutável, Deus não muda (Ml 3.6).

O Senhor Jesus nos ensinou dizendo: “PASSARÁ O CÉU E A TERRA, PORÉM AS MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO”(Mt.24.35). Nós podemos confiar na Palavra viva e eficaz do nosso Deus. Ela é Palavra que nos encoraja, renova e santifica como nos diz o apóstolo João “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”(Jo 17.17). Ela é, a nossa regra de fé e prática, para vivermos neste mundo de forma diferente, independente das circunstâncias que nos cercam. O escritor J. I. Packer disse: “para os puritanos a Bíblia em seu todo e em suas partes era o pronunciamento de Deus… e servir a Deus significava obedecer a Bíblia”(Entre os Gigantes de Deus). Nesta atualidade muitos não querem fundamentar suas vidas na Palavra, mas querem viver uma vida sem as Santas Escrituras.

Meus irmãos, como servos de Deus, não podemos nos conformar com o mundo, mas se queremos fazer diferença neste mundo hoje, precisamos fundamentar a nossa conduta na Palavra viva, sant e eficaz, porque só na Bíblia Sagrada, nós  encontramos “todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para glória dEle, para salvação, fé e vida do homem…” como nos ensina a Confissão de Fé de Westminster.

 

2- É O DEUS SOBERANO (3.14-17;4.1-9) – O Deus que Age, é Todo-Poderoso, é o Senhor do impossível. Nada é difícil para Ele. Nos capítulos 3 e 4 de Josué, contemplamos o agir soberano de Deus, fazendo as águas do Rio Jordão pararem de maneira inédita, fato igual a este Israel não havia visto contemplado durante aquele período no deserto.

Meus amados irmãos, o nosso Deus é especialista em fazer coisas inéditas, nada é impossível para Ele. Deus não está limitado a visão do  homem. Ele ainda hoje é o Deus imutável, soberano o criador dos céus e da terra. O mesmo Deus que abriu o mar vermelho (Êx.14.15-31), que derrotou o Faraó  do Egito juntamente com o seu exército, ele não está morto, mas continua agindo ainda hoje, lutando por seu povo de tal maneira que ninguém pode impedir “…agindo eu quem impedirá?”(Isaías 43.13), de tal maneira que nele podemos confiar.

Desse modo, meus irmãos diante das dificuldades da vida, precisamos confiar em Deus, entregar os nossos problemas, sonhos e projetos nas mãos dEle, na certeza que Deus proverá, pois nada é impossível para o Senhor. Não diga, eu tenho um grande problema, mas fale, eu tenho um grande Deus maior do que todos os meus problemas, e nada é impossível para o Soberano Deus a quem nós servimos resolver. Ele está vivo, tem o controle da minha vida e de tudo e de todos em suas mãos. Sua mão é forte e poderosa e não está encolhida, por isso, nEle nós podemos confiar.

 

3- É O ÚNICO DIGNO DE GLÓRIA(4.21-24) – Deus realizou aquele milagre extraordinário, não só para que Israel entrasse na terá prometida, mas para que Israel e os demais povos da terra soubessem que Ele é verdadeiramente e o único Deus digno de temor, honra e glória (Josué 4.24). Só o Senhor é Deus. Sua mão é forte, para livrar, salvar, para fazer aquilo que o homem não pode fazer.

Como povo especial de Deus, liberto pela graça e misericórdia do Senhor da escravidão do Egito e chegando à terra prometida, Israel precisava viver para honra e glória de Deus. Este  era o fim principal da existência do povo de Israel. Deus libertara Israel pra viver em santidade e glorificar o seu nome, independente, de qualquer circunstância na jornada da vida. Meu irmão, você está enfrentando lutas em sua vida, família, empresa, etc. Não deixe de confiar no Senhor, mas entregue tudo nas mãos dEle, como nos ensina o salmista “entrega o teu caminho (vida) ao Senhor confia nele e o mais ele fará” (Sl 37.5). Deus conhece a minha e a tua vida, ele  conhece o nosso andar, sabe o momento que estamos passando, as circunstâncias que você está vivendo, e ele nos diz: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel”(Isaías 41.10).

Portanto, não desanime, mas creia que a nossa vitória está no Senhor. Quando você alcançar a sua vitória diante dos inimigos, glorifique o nome do Senhor, manifeste a sua glória e o seu amor através do seu viver, para que todos saibam que o Senhor é Deus (1 Co 10.31). O Senhor continua agindo ainda hoje. Nele estar a nossa esperança e salvação. A Deus somente a glória para todo sempre.

Pr. Eli Vieira formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte, Recife-PE e pastor da Igreja Presbiteriana Semear, Itabuna-BA.

terça-feira, 19 de julho de 2022

COMO TRANSFORMAR A DERROTA EM VITÓRIA?

 



Josué 7.10-8.1-35

No dia 12 de agosto de 1849 o famoso pregador britânico F. W. Robertson disse: A vida, assim como a guerra, é uma série de erros, e não é o melhor cristão nem o melhor general que dá o menor número de passos em falso. A mediocridade pode levar a essa ideia. Na verdade, porém, o melhor é aquele que conquista as vitórias mais esplêndidas extraindo-as dos erros. Esqueça os erros; use-os para organizar vitórias. Essas palavras, afirma exatamente o oposto do que quase todos hoje em dia – inclusive as pessoas da igreja – pensam da vida.

Henry Ford teria concordado com Robertson, pois definia um erro como “uma oportunidade de recomeçar de modo mais inteligente”. Josué também teria concordado, pois estava prestes a “recomeçar de modo mais inteligente” e a transformar seus erros em vitória. Mas, para transformarmos as nossas derrotas em vitórias, nós precisamos:

1- ELIMINAR O PECADO JS 7.10-13

Israel havia enfrentado a grande cidade de Jericó, para os soldados de Josué, vencer a cidade de Ai seria algo fácil. Mas, após a grande vitória contra a poderosa Jericó, foi derrotado de forma humilhante por Ai (Josué 7). A causa da derrota coletiva foi o pecado de Acã. O erro de Acã levara Israel a uma derrota humilhante, a um desastre inconcebível naquele momento. Como consequência Deus se irou contra Israel e não só contra Acã? A resposta para a ira de Deus contra Israel está na doutrina da Aliança (pacto), o erro de um era o erro de todos. A causa da derrota de Israel foi a desobediência de Acã (Js 7.1,20,21).

Oh meus irmãos, como consequência da desobediência, Israel foi derrotado ( Js 7.2-5) Josué e os seus soldados ficaram desesperados (Js7,6-9) de tal maneira que Josué não sabia mais o que fazer. Naquele momento difícil Josué buscou a face do Senhor então Deus lhe deu a direção Js 7.10-15). A oração trouxe a descoberta do pecado (Js 7.16-21). Com a descoberta do pecado, Josué precisou tratar o erro, para isso ele aplicou a disciplina (Js 7.22-26) e assim o pecado foi eliminado do meio da congregação do povo de Deus.

Meus irmãos, assim podemos ver que o pecado foi investigado, identificado, confessado, julgado e punido. Israel precisava continuar marchando e Ai precisava ser enfrentada e derrotada.

2-RECOMEÇAR DE NOVO (JS 8:1, 2)

Uma vez que a nação de Israel havia julgado o pecado que contaminara o arraial, Deus poderia lhes falar em misericórdia e dirigi-los na conquista da terra. “O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho se com praz; se cair, não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão” (SI 37:23, 24).

Não importa quantos erros venhamos a cometer, o pior erro de todos é não tentar outra vez. Alexandre Whyte diz: “A vida cristã vitoriosa é uma série de recomeços”. O capitulo de Josué 8 nos ensina a transformar derrotas em vitória. Nele aprendemos a recomeçar de forma mais inteligente. Para recomeçar o ponto partida é a palavra de Deus. Porque na Palavra de Deus é:

A palavra de ânimo (v. 1a). O fracasso costuma ser acompanhado de duas reações: o desânimo em função do passado e o medo do futuro. Olhamos para trás e nos lembramos dos erros que cometemos, e, em seguida, olhamos adiante e nos perguntamos se há algum futuro para pessoas que fracassam tão tolamente.A resposta para nosso desânimo e medo é ouvir e crer na Palavra de Deus: “Não temas, não te atemorizes” (v. 1).

Veja as declarações de “não temas” em Gênesis, Isaías 41 – 44 e nos oito primeiros capítulos de Lucas. Deus nunca desencoraja seu povo de fazer progresso. Enquanto obedecemos a seus mandamentos, temos o privilégio de nos apropriarmos de suas promessas. Deus tem prazer em “mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele” (2 Cr 16:9).

A palavra de instrução (vv. 1b-2). Deus sempre tem um plano para seu povo, e a única forma de alcançarmos a vitória é obedecer às instruções do Senhor. Em sua primeira investida contra Ai, Josué seguiu o conselho de seus espias e usou apenas parte do exército, mas Deus lhe ordenou que levasse “toda a gente de guerra” (Js 8:1). O Senhor também disse a Josué para usar uma emboscada e aproveitar-se da autoconfiança de Ai em decorrência da primeira derrota de Israel (Js 7:1-5). Por fim, Deus deu aos soldados o direito de apropriar-se dos despojos, mas deviam queimar a cidade. Se Acã tivesse esperado apenas alguns dias, poderia ter pego toda a riqueza que quisesse. Deus sempre dá o que há de melhor para aqueles que deixam a escolha ao encargo dele. Quando corremos na frente do Senhor, normalmente nos privamos de bênçãos e prejudicamos a outros.

A palavra de promessa (v. 1c). “Olha que entreguei” – essa foi a promessa de Deus (ver Js 6:2) e a garantia a Josué de que teriam a vitória, desde que obedecessem às instruções do Senhor. Mas é preciso nos apropriarmos de todas as promessas pela fé. A promessa de Deus não tem eficácia alguma a menos que seja “acompanhada pela fé” (Hb 4:2). Israel sofreu uma derrota terrível por ter agido de modo presunçoso no primeiro ataque contra Ai. As promessas de Deus fazem a diferença entre a fé e a presunção.Não importa quão terrível tenha sido nosso fracasso, podemos sempre nos levantar e começar outra vez, pois nosso Deus é um Deus de recomeços.

Hoje em dia meus irmãos, Deus não nos fala de modo audível, como acontecia com frequência nos tempos bíblicos, mas temos a Palavra de Deus diante de nós e o Espírito de Deus dentro de nós; e Deus nos guiará, se esperarmos pacientemente na sua presença e se assim recomeçarmos nós vamos transformar as nossas derrotas em vitórias.

3- SEGUIR A ESTRATÉGIA DE DEUS (JS 8:3-13)

Meus irmãos, Deus não é apenas o Deus de recomeços, mas também o Deus da variedade infinita. Como disse certa vez o rei Artur: “Deus cumpre seus propósitos de muitas maneiras, para que uma boa tradição não venha a corromper o mundo”.

Deus muda seus líderes para que não comecemos a confiar na carne e no sangue, em vez de confiar no Senhor, e ele muda seus métodos para que não passemos a depender de nossa experiência pessoal, em vez de depender das promessas divinas (W. Wiersbe).

A estratégia que Deus deu a Josué para tomar a cidade de Ai foi quase o oposto da estratégia usada em Jericó. A operação em Jericó foi constituída de uma semana de marchas realizadas à luz do dia. O ataque a Ai envolveu uma operação noturna sigilosa que preparou o caminho para o ataque durante o dia. Em Jericó, o exército invadiu a cidade unido, mas para o ataque contra Ai, Josué dividiu suas tropas. Deus realizou um grande milagre em Jericó ao fazer as muralhas ruírem, mas não houve milagre algum desse tipo em Ai. Josué e seus homens simplesmente obedeceram às instruções de Deus ao fazerem uma emboscada e atraírem o povo para fora da cidade, e o Senhor lhes deu a vitória.

É importante que se busque a vontade de Deus para cada empreendimento da vida, a fim de não depender de vitórias passadas ao planejar o futuro. Como é fácil os ministérios cristãos acabarem em becos sem saída pelo simples fato de sua liderança não discernir se Deus deseja fazer algo novo por eles. Nas palavras do empresário norte-americano Bruce Barton (1886-1967): “Quem pára de mudar pára de viver”.

A estratégia de Ai tomou por base a derrota anterior de Israel, pois Deus estava transformando os erros de Josué em vitória. O povo de Ai estava seguro demais de si mesmo, pois havia derrotado Israel no primeiro ataque, e foi essa segurança excessiva que os condenou à derrota. “Vencemos uma vez, venceremos novamente!”

O plano era simples, mas eficaz. Liderando o restante do exército israelita, Josué viria do Norte e realizaria um ataque frontal contra Ai. Seus homens fugiriam, como haviam feito da primeira vez, o que levaria o povo de Ai, seguro de si, a afastar-se da proteção de sua cidade. Quando Josué desse o sinal, os soldados na emboscada entrariam na cidade e a incendiariam. O povo de Ai se veria encurralado entre dois exércitos, e o terceiro exército cuidaria de qualquer socorro que pudesse vir de Betel.

Como todo bom general, Josué acampava com seu exército (Js 8:9). Sem dúvida, incentivou os soldados a confiar no Senhor e a crer na promessa divina de vitória. O príncipe do exército do Senhor (Js 5:14) iria adiante deles, pois obedeceram à Palavra de Deus e confiaram em suas promessas.

A obra do Senhor requer estratégia, e, em seu planejamento, os líderes cristãos devem buscar a vontade de Deus. O termo estratégia vem de duas palavras gregas que, juntas, significam “liderar um exército”. A liderança exige planejamento, e o planejamento é uma parte importante da estratégia.

Deus sempre tem um plano estratégico para o seu povo. E o caminho mais curto e eficaz para a vitória é seguirmos as estratégias de Deus. Em sua primeira investida contra Ai, Josué seguiu o conselho dos homens e usou apenas parte da sua força militar. Agora, Deus diz: “toma contigo toda a gente de guerra, e dispõe-te, e sobe a Ai” (v.1). Deus ordena a Josué a usar todo o seu potencial de guerra. A estratégia divina tomou por base a derrota anterior, pois Deus nos ensina a transformar fracassos em sucessos. A estratégia que Deus deu a Josué para vencer Ai foi o oposto da estratégia usada em Jericó. Deus tem estratégias diferentes para cada empreendimento da nossa vida. Não confie em estratégias de sucesso, mas em Deus. Charles Stanley diz: “Ter sucesso é, dia após dia, ser como Deus quer que sejamos e alcançar as metas que estabelecemos sob a orientação dele”.

Deus diz a Josué: “olha que entreguei nas tuas mãos o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra” (v.1). A vitória vem do Senhor para aqueles que se apropriam das suas promessas. A promessa de Deus não tem nenhuma eficácia se não for acompanhada pela fé: “Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram” (Hebreus 4.2). Sem fé é impossível agradar a Deus e receber dele alguma vitória.

Não importa o tamanho ou a dimensão do seu fracasso. Você pode levantar e recomeçar outra vez. F. W. Robertson disse: “A vida, assim como a guerra, é uma série de erros, e não é o melhor cristão nem o melhor general que dá o menor número de passos em falso. A mediocridade pode levar a essa ideia. Na verdade, porém, o melhor é aquele que conquista as vitórias mais esplendidas extraindo-as dos erros. Esqueça os erros; use-os para organizar vitórias”.

4-ASSUMIR UM NOVO COMPROMISSO (JS 8:30-35)

Algum tempo depois da conquista de Ai, Josué conduziu o povo cerca de cinquenta quilômetros para o Norte até Siquém, uma cidade entre os montes Ebal e Gerizim. Nesse local, a nação cumpriu a ordem que Moisés havia lhes dado em seu discurso de despedida (Dt 27:1-8). Josué interrompeu as atividades militares para dar a Israel a oportunidade de firmar um novo compromisso com a autoridade de Jeová expressa em sua lei.

Josué construiu um altar (vv. 30, 31). Uma vez que Abraão havia construído um altar em Siquém (Gn 12:6, 7) e que Jacó havia morado ali por um breve período (Gn 33 – 34), aquela região possuía fortes laços históricos com Israel. O altar de Josué foi construído sobre o monte Ebal, o “monte da maldição”, pois somente um sacrifício de sangue pode salvar os pecadores da maldição da lei (Gl 3:10-14).

Ao construir o altar, Josué teve o cuidado de obedecer a Êxodo 20:25 e de não usar qualquer ferramenta nas pedras recolhidas dos campos. Nenhuma obra humana deveria ser associada ao sacrifício para que os pecadores não pensassem que seriam capazes de ser salvos por suas obras (Ef 2:8, 9). Deus pediu um altar simples de pedra e não um altar elaborado e decorado por mãos humanas, “a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1 Co 1:29). Não é a beleza da religião criada por homens que concede o perdão aos pecadores, mas sim o sangue no altar (Lv 1 7:11). O rei Acabe substituiu o altar de Deus por um altar pagão, que lhe não conferiu a aceitação de Deus nem o aperfeiçoou como ser humano (2 Rs 16:9-16).

Os sacerdotes ofereceram holocaustos ao Senhor representando o compromisso total de Israel com Deus (Lv 1). As ofertas pacíficas foram uma expressão de gratidão a Deus por sua bondade (Lv 3; 7:11-34). Uma porção da carne foi entregue aos sacerdotes e outra aos ofertantes para que pudessem desfrutá-la alegremente com sua família na presença do Senhor (Lv 7:15, 16, 30-34; Dt 2:17, 18). Por meio desses sacrifícios, a nação de Israel estava declarando diante de Deus seu compromisso e comunhão com ele.

Josué escreveu a lei em pedras (vv. 32, 33). Esse ato foi realizado em obediência à ordem de Moisés (Dt 27:1-8). No Oriente Próximo daquela época, era costume os reis celebrarem sua grandeza escrevendo registros de seus feitos militares em grandes pedras cobertas de reboco. Mas o segredo da vitória de Israel não era seu líder nem seu exército, e sim a obediência à lei de Deus Js 1:7.Esse é o quarto monumento público de pedras a ser erigido. O primeiro foi em Gilgal (Js 4:20), comemorando a travessia do Jordão pelo povo de Israel. O segundo foi no vale de Acor, um monumento ao pecado de Acã e ao julgamento de Deus (Js 7:26). O terceiro foi na entrada de Ai, uma lembrança da fidelidade de Deus ao ajudar seu povo (Js 8:29). Essas pedras no monte Ebal lembravam Israel de que seu sucesso dependia inteiramente de sua obediência à lei de Deus (Js 1:7,8).

Josué fez a leitura da lei (vv. 34, 35). Seguindo as instruções de Moisés em Deuteronômio 27:11-13, foi determinado um lugar para cada tribo em um dos dois montes. Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali ficaram no monte Ebal, o monte da maldição. Simeão, Levi, Judá, Issacar, José (Efraim e Manassés) e Benjamim ocuparam o monte Gerizim, o monte da bênção. As tribos no monte Gerizim foram fundadas por homens que eram filhos de Lia ou de Raquel, enquanto as tribos do monte Ebal era constituídas de descendentes de filhos de Zilpa ou de Bila, servas de Lia e Raquel. As únicas exceções foram Rúben e Zebulom, pertencentes à descendência de Lia. Rúben havia perdido sua posição de primogênito, pois havia pecado contra seu pai (Gn 35:22; 49:3, 4).

O vale entre os dois montes foi ocupado pelos sacerdotes e levitas com a arca, cercados pelos anciãos, oficiais e juízes de Israel. Todo o povo estava voltado para a arca, que representava a presença de Deus no meio deles. Quando Josué e os levitas leram as bênçãos do Senhor unia a uma (ver Dt 28:1-14), as tribos do monte Gerizim responderam em uníssono e em alta voz “Amém!”, que, no hebraico, significa “Assim seja!”. Quando leram as maldições (ver Dt 27:14-26), as tribos do monte Ebal responderam com um “Amém!” depois da leitura de cada maldição.

Deus havia dado a lei por intermédio de Moisés no monte Sinai (Êx 19 – 20), e o povo havia aceitado e prometido obedecer. Moisés havia repetido e explicado a lei nas campinas de Moabe, na fronteira com Canaã. Aplicou a lei à vida do povo na Terra Prometida e admoestou os israelitas a obedecer. “Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do S e n h o r, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do S e n h o r, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes” (Dt 1 1:26-28, observar os vv. 29-32).

No entanto, o fato de os cristãos “não [estarem] debaixo da lei, e sim da graça” (Rm 6:14; 7:1-6) não significa que podemos viver como bem entendermos e ignorar ou contestar a lei de Deus. Não somos salvos por guardar a lei, nem santificados por tentar observar os preceitos da lei; antes, o “preceito da lei se [cumpre] em nós” ao andarmos no poder do Espírito Santo (Rm 8:4). Se nos colocarmos sob a lei, deixamos de desfrutar as bênçãos da graça (Gl 5). Se andarmos no Espírito, experimentamos seu poder transformador e vivemos com o propósito de agradar a Deus.

Sejamos gratos a Jesus, que levou sobre si na cruz a maldição da lei em nosso lugar e que nos concede todas as bênçãos celestiais pelo Espírito. Pela fé, podemos nos apropriar de nossa herança em Cristo e marchar avante em vitória!

Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte, Rcefe-PE e pastor da Igreja Presbiteriana Semear, Itabuna-BA.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

O QUE NOS PODE DAR ESPERANÇA?

 

 


Lamentações 3.21

O importante teólogo suíço Emil Brunner disse: “O que o oxigênio significa para os pulmões é a esperança para o sentido da vida”. Jeremias é conhecido como o profeta chorão, mas ao olharmos melhor para este servo de Deus, podemos ver que ele estava impregnado de esperança, não obstante o momento difícil em que ele viveu. Jeremias exerceu o seu ministério num período totalmente caótico para a nação de Judá, que vivia a maior crise de sua história política, social e religiosa.

Mesmo diante dessa situação, o profeta Jeremias tinha esperanças que muitos pudessem despertar do sono espiritual e ainda poder desfrutar das bênçãos de Deus. Jeremias não desiste da esperança, e lembra ao povo: “Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja a esperança é o Senhor… O Senhor é a esperança de Israel…” (Jr 17.7,13).

O povo não ouviu a mensagem de Jeremias, e como consequência Judá foi levada para a Babilônia por  Nabucodonosor, contudo mesmo diante da queda de Judá o profeta não perdeu a esperança. Ao contemplar a miséria da nação, ele se levantou e disse: “ quero trazer a memória o que nos pode dar esperança” (Lm 3.21). Mas onde estava a esperança do profeta Jeremias? O que nos pode dar esperança no meio da dor, do desespero, da crise? Jeremias nos ensina dizendo, o que nos pode dar esperança hoje:

1-AS MISERICÓRDIAS DO SENHOR (Lm. 3.22) – Israel não ouviu as palavras de Jeremias, os seus líderes políticos e espirituais deixaram se levar pelo pecado, “Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada vos aproveitam. Que é isso? Furtais e matais, cometeis adultério e jurais falsamente, queimais incenso a Baal e andais após outros deuses que não conheceis, e depois vindes e vos ponde diante de mim nesta casa, que se chama pelo meu nome, e dizeis estamos salvos; sim só para praticardes estas abominações! Será esta casa que se chama pelo meu nome é um covil de salteadores aos vossos olhos?... (Jr 7.8-11). G. Campbell Morgan diz que “covil de salteadores” é o lugar onde os ladrões se escondem logo após ter cometido crimes.

Jeremias ainda acrescenta que estes sacerdotes não passavam de falsos curandeiros, mentirosos “curam superficialmente a ferida do meu povo. Dizendo: Paz, paz, quando não há paz” (Jr 6.14). Mesmo diante desta triste crise, o profeta Jeremias tinha esperanças que muitos pudessem despertar do sono espiritual e ainda poder desfrutar das bênçãos de Deus. Mas, eles não ouviram a sua mensagem e como consequência foram levados para o cativeiro, cumprindo-se assim o que ele anunciara. Mas, ele não perdeu sua esperança, pois ele sabia que seu Deus era misericordioso e zela por suas palavras e que depois de setenta anos Israel seria restaurado (Jr. 25.1-14).

Meus irmãos, nas misericórdias de Deus estava a esperança do profeta, pois Judá não merecia ser restaurada, seus líderes pecaram, os sacerdotes eram homens falsos, não temos nem palavra para descrever. Não obstante, seu choro, sua tristeza, sua dor, Jeremias não perdeu a esperança. A sua esperança era o Senhor. Assim, nos ensina o Salmista “Pois tu és a minha esperança Senhor Deus”(Sl 71.5).

2-A FIDELIDADE DE DEUS (LM 3.23) – O profeta de maneira maravilhosa se expressou dizendo: “ A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele”(Lm 3.24), meu irmão veja o segredo da esperança de Jeremias. Ele sabia que o seu Deus não era igual aos homens mentirosos, pérfidos, mas o seu Deus era e é fiel “Grande é a tua fidelidade”.

Porque ele é fiel, Jeremias podia confiar em suas promessas, em seu amor, na intervenção do Senhor dos exércitos, Ele é o Deus imutável, soberano, onisciente, onipotente, incomparável. Por isso, o profeta tinha esperança, havia caos por todos os lados, tristeza e dor, mas ele se levanta e enche-se de esperança ao olhar para Deus.

Oh Meus irmãos! mesmo nestes dias difíceis que estamos passando, precisamos seguir o exemplo do profeta Jeremias que conhecia o Deus de Israel. Ao ouvirmos a voz de Deus, não podemos ficar desanimados diante da tristeza, do caos que nos acomete nesta atualidade. Precisamos olhar para o Deus fiel e imutável (Ml 3.6), e erguer a cabeça, na certeza que ele não mudou, sua fidelidade continua a mesma. Ele está no controle de todas as coisas, reinando, soberano. Ele é o mesmo, ontem e hoje e eternamente.

3- A SALVAÇÃO DO SENHOR (Lm 3.24-26) – Mesmo diante da tristeza, da perda da família, da casa, da pátria. Mesmo diante da escravidão, ele olha e ver a salvação no Senhor. Ele sabia que a disciplina do Senhor não iria durar para sempre. No Senhor há graça, perdão, restauração.

É para a salvação que há no Senhor que precisamos olhar hoje, não para o diabo, o pecado, a depravação do homem que não conhece a Deus. Porque se olharmos para o homem nós vamos ficar desanimados, sem esperança sem vida. É tempo de nos levantarmos e falarmos como o profeta Jeremias “Quero trazer a memória o que me pode dar esperança”. É tempo de termos esperança. Não podemos perder a esperança, mas precisamos esperar na intervenção divina, certos de que Deus proverá.

No exemplo do profeta Jeremias, encontramos razão para viver uma vida cheia de esperança, não merecemos nada, somos fracos pecadores, mas o nosso Deus é misericordioso. Vivemos no meio de um povo infiel, mas o nosso Deus é fiel, ele não mudou, então podemos confiar em sua palavra, viva e eficaz. Mesmo que o nosso cenário seja triste, desolador e só vejamos depravação, nós podemos confiar na intervenção do Senhor, pois ele não irá deixar os seus eleitos perdidos escravizados pelo inimigo. Portanto, levante-se meu irmão, erga cabeça e tenha a certeza do profeta Jeremias.

Meus irmãos, vivemos um período da história difícil, como nos diz o apóstolo Paulo, “nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis”(II Tm 3.1), mas Deus nos colocou como homens e mulheres de Deus para vivermos cheios de esperança, proclamando somente a glória de Deus firmados em sua Palavra. Ele é “MAIOR DO QUE AS CRISES É A ESPERANÇA DAQUELES QUE OUVEM A PALAVRA DO SENHOR”. Em Deus está a minha esperança.

Autor Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte, Recife-PE e  pastor da Igreja Presbiteriana Semear, Itabuna-BA.

 

 

sexta-feira, 8 de julho de 2022

A PRESENÇA DE DEUS, NOSSA MAIOR NECESSIDADE

 



A PRESENÇA DE DEUS, NOSSA MAIOR NECESSIDADE

 Êxodo 33.1-15

Nos dias atuais, marcado pelo materialismo, o homem trocou Deus por suas bênçãos, porém a nossa maior necessidade, não são as bênçãos de Deus, mas  a presença de Deus.

Em Êxodo 33.15 contemplamos a visão de Moisés sobre a importância da presença de Deus. Quando ele desceu do monte viu o mal que o povo praticara, deixando de adorar ao Senhor para adorar um bezerro de ouro. Então disse o Senhor a Moisés que queria destruir o povo (Êx.32.10), mas Moisés intercedeu por eles ao Senhor. Então, Deus prometeu enviar um anjo adiante do povo, mas Moisés disse ao Senhor: “Se a tua presença não vai comigo, não nos faça subir deste lugar”.

Com base em Êxodo vamos aprender algumas lições para entendermos que a nossa maior necessidade é da presença de Deus.

1-O PECADO NOS AFASTA DA PRESENÇA DE DEUS (Êx. 32.9,10,30-35; 33.4,5)- Quando Moisés subiu ao monte para falar com Deus e passou quarenta dias e quarenta noites na presença de Deus, o povo ficou impaciente e pensando que Moisés não retornaria, e fizeram para si um ídolo ( Êx 32.1,2), e isso entristeceu ao Senhor de tal maneira que ele não queria mais  caminhar no meio do povo (Êxodo 33.5).

O pecado provoca a ira de Deus, faz ele se afastar do meio do seu povo, e como consequência escraviza o homem e o leva para a morte. Por isso podemos contemplar Moisés clamando a misericórdia do Senhor ao interceder pelo povo diante de Deus (Êx. 32.11-24, 30-35; Dt 9.25-29).

Como é triste quando o povo de Deus desobedece, aquele que o libertara da escravidão do pecado. Meu irmão não podemos brincar com o pecado, mas precisamos nos afastar de tudo aquilo que tenta nos afastar de Deus.

2-NADA PODE SUBSTITUIR A PRESENÇA DE DEUS EM NOSSO VIVER(Êx. 33.2-17) -Deus prometeu enviar o seu anjo adiante do povo. Eles viram o mal que praticaram, ouvindo o que Deus falara, pratearam e tiraram seus atavios ( Êx. 33.4,5).

É interessante observarmos que Deus prometeu a Moisés enviar o anjo, lhe dar vitórias sobre os seus inimigos e a terra que manava leite e mel. Mas o que é um anjo comparado com o Senhor Deus Todo-Poderoso, criador e sustentador do universo? Os anjos são apenas seres criados por ele. Deus prometeu vitória sobre os inimigos de Israel, mas o que são as vitórias sem a presença de Deus? O que é a terra que mana leite e mel sem a presença de Deus?

Hoje a igreja precisa entender que a nossa maior necessidade é de Deus. As suas bênçãos sem a sua presença em nosso viver, não tem sentido, ficamos vazios. Quantas pessoas tem bens matérias, tais como: casas luxuosas, carros, dinheiro, etc. mas são vazias, secas, sem esperança, sem amor sem vida, mesmo estando vivas. O mestre Jesus nos ensinou dizendo: “Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas ” Mt.6.33(NTLH).Nada pode substituir a presença de Deus em nossa vida neste mundo.

3- PORQUE DEUS É A RAZÃO DA EXISTÊNCIA DO SEU POVO  (Gn. 12.1-9;Êx. 12.1-51; 13.17-22; 40.34-38; Nm 9.15-23) – Moisés conhecia a história dos seus pais,  de maneira maravilhosa podemos ver ele dizer: “Não é, porventura, em andares conosco, de maneira que somos separados, eu e o teu povo, de todos os povos da terra? (Êx. 33.16b). Todo o contexto histórico nos mostra que a razão da existência de Israel era o Senhor Deus.

A presença de Deus era indispensável para Israel continuar existindo, pois ele era o verdadeiro sentido da existência da nação. O principal alvo de Moisés não era uma terra que manava leite e mel, mas uma terra santa onde Deus estaria presente com o seu povo. Pois a presença de Deus fazia de Israel um povo diferente das demais nações.

Meus irmãos, assim como Moisés, hoje nós precisamos entender que a nossa maior necessidade é de Deus, pois somente com Ele podemos viver de forma diferente, caminhar desfrutando de sua comunhão e proteção no meio deste mundo que mais parece um deserto desafiador. Ele é o Deus vivo, poderoso, presente que nos dá força para viver (Isaías 41.10). O Senhor Jesus está conosco, pois ele é o Deus Emanuel (Mt 1.23),  sem ele nada podemos fazer (Jo 15.5), mas com ele nós somos mais que vencedores (Rm 8.37), a ele seja toda honra e glória.

Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte e pastor efetivo da IP Semear, Itabuna-BA.

terça-feira, 5 de julho de 2022

A GRANDEZA DE DEUS

 

Quão grande é o nosso Deus!

Isaías 40 – 48

No dia 22 de maio de 1964, o presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson,  quando estava na Universidade de Michigan, disse as seguintes palavras: “Nos dias de hoje, temos a oportunidade não apenas de nos transformarmos numa sociedade rica e poderosa, mas também de nos elevarmos a uma Grande Sociedade.” Ao lermos estas palavras alguns anos depois, podemos nos perguntar: “Como será que os judeus cativos na Babilônia teriam interpretado as palavras do presidente americano Lyndon Johnson?”

Uma sociedade rica? Eram refugiados cuja terra e cidade santa estavam em ruínas.

Uma sociedade poderosa? Sem um rei ou exércitos, encontravam-se fracos e indefesos diante das nações a seu redor.

Uma grande sociedade? Haviam pecado rebelando-se contra Deus e tiveram de sofrer grande humilhação e disciplina. Tinham pela frente um desafio monumental, mas lhes faltavam recursos humanos.

Por isso, o profeta admoestou-os a não olhar para si mesmos, mas sim a olhar com fé para o Deus poderoso que os amava e que prometeu fazer grandes coisa por eles. “Não temas!” exortou Isaías. “Eis aí está o vosso Deus!” (Is 40:9).

Meus irmãos, há um pensamento que me serve de estímulo em várias ocasiões que diz: “Olhe para os outros e ficará angustiado. Olhe para si mesmo e ficará deprimido. Olhe para Deus e será abençoado!”  Pode não ser uma obra-prima literária, mas certamente contém uma excelente teologia prática. Quando as perspectivas são sombrias, precisamos olhar para o alto. “Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? […] por ser ele grande em força e forte em poder” (Is 40:26).

Nestes nove capítulos de Isaías, o profeta descreve a grandeza de Deus em três áreas distintas da vida para que nós possamos aprender a depender e confiar em Deus em nosso viver independente das circunstâncias.

1. DEUS É MAIOR QUE NOSSAS CIRCUNSTÂNCIA S (IS 40:1-31)

As circunstâncias que nos precedem (vv.1-11). Ao olhar para trás, o remanescente da Babilônia via suas falhas e pecados e precisava de encorajamento. Podem-se ouvir quatro vozes, cada uma delas com uma mensagem especial a esse povo necessitado.

(1) A voz de perdão (vv. 1, 2). A nação havia pecado grandemente contra o Senhor, por sua idolatria, injustiça, imoralidade e insensibilidade para com seus mensageiros (Jr 7). Porém, os judeus ainda eram o povo de Deus, e ele os amava. Apesar de tê-los disciplinado, não os abandonaria. No texto original, “consolar” significa “falar ao coração” e “tempo da sua milícia” é uma referência aos tempos de “grandes provações”. A expressão “em dobro” não sugere que Deus os havia disciplinado injustamente, pois, mesmo em seus castigos, ele é misericordioso (Ed 9:13). Deus os disciplinou em proporção direta a tudo o que eles haviam feito (Jr 16:18). Não devemos pecar, mas, caso isso aconteça, Deus está esperando para nos perdoar (1 Jo 1:5 – 2:2).

(2) A voz da providência (vv. 3-5). Os judeus tinham uma dura jornada pela frente quando voltaram para reconstruir Jerusalém e o templo, mas o Senhor iria na frente a fim de abrir caminho. Vemos aqui a figura de um emissário consertando as estradas e removendo os obstáculos, reparando o caminho para a vinda de um rei. A figura do caminho ou da estrada aparece com frequência nas profecias de Isaías (ver Is 11:16). E evidente que o cumprimento pleno dessas palavras pode ser observado no ministério de João Batista, quando este preparou o caminho para o ministério de Jesus Cristo Mt 3:1-6). Em termos espirituais, Israel estava vivendo no deserto quando Jesus veio, mas em sua vinda, o Salvador trouxe a glória de Deus (Jo 1:14). O caminho de volta pode ser penoso, mas se confiarmos em Deus, ficará mais fácil.

(3) A voz da promessa (vv. 6-8). “Toda a carne é erva.” A Assíria havia partido e a Babilônia também. Assim como a grama, as nações e seus líderes cumprem seu propósito e, depois, desaparecem, mas a Palavra de Deus permanece para sempre (Sl 37:1, 2; 90:1-6; 103:15-18; 1 Pe 1:24, 25). Ao começar sua longa jornada para casa, Israel podia contar com as promessas de Deus. Talvez estivessem se apropriando especialmente de 2 Crônicas 6:36-39.

(4) A voz da paz (vv. 9-11). Aqui a própria nação sai do vale e vai até o alto das montanhas para declarar a vitória de Deus sobre o inimigo. A boa notícia anunciada naquele tempo foi a derrota da Babilônia e a libertação dos judeus cativos (Is 52:7-9). A boa notícia hoje é a derrota de Satanás por Jesus Cristo e a salvação de todos aqueles que crerem no Senhor (Is 61:1-3; Lc 4:18, 19. O braço de Deus é poderoso para dominar a batalha (Is 40:10), mas também é um braço de amor para carregar suas ovelhas cansadas (v. 11). “Estamos indo para casa!” – sem dúvida essa foi uma boa notícia para as cidades devastadas de Judá (Is 1 3 6 : 1 ; 37:26).

As circunstâncias diante de nós (vv. 12-26). Os judeus eram poucos, apenas um remanescente, e tinham diante deles uma longa e difícil jornada. As vitórias da Assíria, da Babilônia e da Pérsia deram a impressão de que os falsos deuses dessas nações gentias eram mais fortes do que o Deus de Israel, porém Isaías lembrou seu povo da grandeza de Javé. Ao contemplar a grandeza de Deus, você verá a vida com uma perspectiva diferente e correta.

Deus é maior do que qualquer coisa na terra (vv. 12-20) ou no céu (vv. 21-26). A criação mostra sua sabedoria, seu poder e sua infinitude. Ele é maior do que as nações e seus ídolos. E, se você sentir-se tão pequeno a ponto de se perguntar se Deus se importa, de fato, com sua vida, lembre-se de que ele sabe o nome de cada estrela (Is 40:26) e o seu nome também (ver Jo 10:3, 27)! O mesmo Deus que dá nome às estrelas e as conta, pode curar seu coração partido (Sl 147:3,4), pode levantar o caído, transformar a derrota em vitória (Gn 50.20).

Alguém definiu as “circunstâncias” como “as coisas horríveis que vemos ao desviarmos o nosso olhar de Deus”. Se você olhar para Deus por meio das suas circunstâncias, ele parecerá muito pequeno e distante, porém, se, pela fé, você olhar para as suas circunstâncias por meio de Deus, ele se colocará a seu lado e lhe revelará sua grandeza.

As circunstâncias dentro de nós (vv. 27-31). Em vez de louvar ao Senhor, a nação estava se queixando de que ele agia como se não soubesse da situação deles nem se importasse com os problemas que enfrentavam (v. 27; Is 49:14). Em vez de ver a porta aberta, os judeus enxergavam apenas uma longa estrada a sua frente e queixaram-se de não ter forças para andar. Deus estava lhes pedindo que fizessem o impossível.

Contudo, Deus sabe como nos sentimos, conhece nossos medos e sabe como suprir todas as nossas necessidades. Não somos capazes de obedecer a Deus com nossas próprias forças, mas podemos sempre confiar nele para nos prover a energia de que precisamos (Fp 4:13). Se confiarmos em nós mesmos, iremos desfalecer e cair, mas se esperarmos no Senhor com fé, receberemos forças para prosseguir. A palavra esperar” não sugere que nos sentemos aguardando sem fazer coisa alguma.  Significa “ter esperança”, buscar em Deus tudo de que precisamos (Is 26:3; 30:15). Isso inclui meditar no caráter e nas promessas de Deus, orar e buscar sua glória.

A palavra “renovar” significa “trocar”, assim como se tira uma roupa velha para se colocar roupas novas. Trocamos nossas fraquezas pelo poder de Deus (2 Co 12:1-10). Quando esperamos nele, Deus permite que sejamos elevados acima de uma crise, que corramos quando os desafios são muitos e que andemos confiantes em meio às exigências cotidianas. E muito mais difícil caminhar sob as pressões comuns da vida do que voar como a águia num período de crise.

O pai das missões modernas William Carey, disse: “Posso labutar, é o meu único dom. Posso perseverar em qualquer atividade que me seja determinada. Devo tudo em minha vida a isso.”

Uma jornada de mil quilômetros começa com o primeiro passo. Os grandes heróis da fé nem sempre são aqueles que parecem elevar-se acima dos problemas, mas sim os que labutam pacientemente. Ao esperar no Senhor, ele nos permite não apenas voar e correr mais rápido, mas também andar por mais tempo. Bem-aventurados os que labutam, pois um dia chegarão a seu destino!

2. DEUS É MAIOR QUE NOSSOS MEDOS (IS 41:1-44:28)

Em sete ocasiões nesta seção do livro, o Senhor diz a seu povo: “Não temas!” (Is 41:10,13,14; 43:1,5; 44:2,8); também a nós nos exortamos a não temermos hoje. Ao encarar o desafio da longa caminhada para casa e a difícil tarefa de reconstrução, os judeus remanescentes tiveram motivos de sobra para temer. Contudo, havia uma grande razão para não ter medo: o Senhor estava com eles e lhes daria sucesso.

Deus procurou acalmar seus medos garantindo que iria à frente deles e que trabalharia por eles. O Senhor explicou uma verdade maravilhosa: empregou três servos que cumpririam seu propósito: Ciro, rei da Pérsia (Is 41:1-7), a nação de Israel (vv. 8-29; Is 43:1 – 44:27) e ó Messias (Is 42:1-25).

Ciro, o servo de Deus (41:1-7). Deus convocou todos ao tribunal e pediu às nações que apresentassem suas acusações contra ele, se fossem capazes. Pelo menos dezessete vezes em suas profecias Isaías escreveu sobre “terras do mar”, referindo-se aos lugares mais distantes da terra santa (Is 11:11; 24:1 5; 41:1, 5; 42:4, 10, 12). O Senhor desafiou as nações dizendo: “Apresentai a vossa demanda” (Is 41:21).

Deus não teme as nações, pois é maior do que elas (Is 40:12-17); controla sua ascensão e queda. O Senhor anunciou que levantaria um governante chamado Ciro, o qual faria a obra justa de Deus na Terra ao derrotar outras nações em favor do povo de Deus, Israel. Ciro seria um pastor (Is 44:28) ungido por Deus (Is 45:1), uma ave de rapina que não poderia ser detida (Is 46:11). “Pisará magistrados como lodo e como o oleiro pisa o barro” (Is 41:25).

Isaías chamou Ciro pelo nome mais de um século antes do nascimento do rei (590?- 529 a.C.). Apesar de o profeta não usar, em momento algum, a designação “servo de Deus” para o governante, Ciro serviu ao Senhor ao cumprir o propósito de Deus na Terra. Deus entregou-lhe as nações e ajudou- o a conquistar grandes reis (Is 45:1-4). O inimigo foi soprado para longe como restolho e pó, pois o Deus eterno estava comandando o exército.

E possível que Ciro tivesse pensado que realizava seus próprios planos, mas na verdade estava fazendo a vontade de Deus (Is 44:28). Ao derrotar a Babilônia, Ciro permitiu que os judeus cativos fossem libertos e que voltassem para sua terra, a fim de reconstruir Jerusalém e o templo (Ed 1:1-4).”Eu, na minha justiça, suscitei a Ciro e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade e libertará os meus exilados” (Is 45:13).

Às vezes nos esquecemos de que Deus pode usar até mesmo líderes não cristãos para o bem de seu povo e para o progresso de sua obra. Levantou o Faraó no Egito para que pudesse demonstrar seu poder Rm 9:1 7) e também usou o fraco Herodes e o covarde Pôncio Pilatos para realizar o plano da crucificação de Cristo (At 4:24-28). “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do S e n h o r ; este, segundo o seu querer, o inclina” (Pv 21:1).

Israel, o servo de Deus (41:8-29; 43:1 -44:28). O profeta apresenta quatro retratos para encorajar o povo. Em contraste com o medo experimentado pelas nações gentias, vê-se a confiança demonstrada por Israel, o servo escolhido de Deus (Is 41:8-13), pois Deus estava operando em seu favor. Apesar de sua antiga rebelião, Israel não foi rejeitado pelo Senhor. Os judeus cativos não precisavam temer nem Ciro e nem a Babilônia, pois Ciro estava trabalhando para Deus, e a Babilônia logo desapareceria. Ao ler esse parágrafo, podemos sentir o amor de Deus por seu povo e seu desejo de encorajá-lo a confiar nele quanto ao futuro.

O título “meu servo” é muito honrado e foi usado para grandes líderes como Moisés (Nm 12:7), Davi (2 Sm 3:18), os profetas (Jr 7:25) e o Messias (Is 42:1). Havia, porém, alguma honra em ser chamado de “verme”? (Is 41:14-1 6). “Servo” define o que eles eram pela graça e vocação de Deus, mas “verme” descreve o que eram em si mesmos. Imagine um verme com dentes e triturando montanhas até o pó, como se fosse palha! Todas as montanhas e montes seriam aplainados (Is 40:4), à medida que a nação marchasse com fé, e o Senhor tornaria as montanhas em outeiros.

         O mesmo Deus que transformou a realidade do povo judeu que estava no cativeiro, é também o nosso Deus hoje, ele zela por suas promessas, então podemos confiar, assim como ele cumpriu suas promessas restaurando o povo de Israel da escravidão quando estava desanimado é ele quem noa avbençoa e supre todas as nossas necessidades.

 Deus não é semelhante aos ídolos mortos que não podem fazer nada e não conhecem a nossa história, mas o grandioso Deus conhce todas as coisas, não só nosso passado como o nosso futuro(Is 41:21-29). Não apenas os ídolos eram incapazes de fazer qualquer previsão verdadeira, como também não conseguiam nem sequer falar! O julgamento do tribunal foi inequívoco: “Eis que todos são nada; as suas obras são coisa nenhuma; as suas figuras de fundição, vento e vácuo” (v. 29).

Isaías dá continuidade ao tema do “servo do Deus de Israel” nos capítulos 43 – 44 com ênfase no Deus Redentor de Israel (Is 43:1-7; ver também v. 14; Is 44:6, 22-24). A palavra traduzida por “redimir” ou “Redentor” é o termo hebraico para “parente resgatador”, alguém próximo que poderia remir pessoas da família da escravidão e resgatar suas propriedades mediante o pagamento de suas dívidas (ver Lv 25:23-28 e o Livro de Rute). Deus deu o Egito, a Etiópia (Cuxe) e Sabá para Ciro como preço do resgate por ter libertado Israel da Babilônia, pois Israel era muito precioso para o Senhor. Também deu seu único Filho como resgate pelos pecadores (Mt 20:28; 1 Tm 2:6).

Israel é o servo de Deus no mundo e também a testemunha de Deus para o mundo (Is 43:8-13). Trata-se de outra cena de um tribunal, em que Deus desafia os ídolos. “Que tragam suas testemunhas!”, diz o Juiz, mas é claro que os ídolos são inúteis e mudos. Em duas ocasiões, o Senhor diz a Israel: “Vós sois as minhas testemunhas”(vv. 10,12), pois foi na história de Israel que Deus revelou-se ao mundo. Frederico, o Grande, perguntou ao marquês D’Argens: “Você pode me dar uma única prova irrefutável da existência de Deus?” Ao que o marquês respondeu: “Sim, majestade, o povo judeu”.

Quando Deus perdoa e restaura seu povo, deseja que se esqueçam das falhas do passado, que dêem testemunho dele no presente e que se apropriem de suas promessas para o futuro (vv. 18-21). Por que deveríamos nos lembrar de algo que Deus já esqueceu? (v. 25). O Senhor perdoou os israelitas não porque tivessem levado sacrifícios – pois não havia altares na Babilônia -, mas unicamente por sua misericórdia e graça.

Isaías 44:9-20 mostra a insensatez da idolatria e deve ser comparado com o Salmo 11 5. Aqueles que defendem ídolos e que os adoram são como eles: cegos, ignorantes e insignificantes. Deus fez as pessoas à sua própria imagem, e agora elas faziam deuses à imagem delas! Parte de uma árvore se tornava um deus e o restante era usado como lenha. O ‘adorador “alimentava as cinzas” sem obter benefício algum dessa adoração.

Mas Deus formou Israel (Is 44:21, 24), perdoou os pecados de seu povo (v. 22; ver Is 43:25) e é glorificado por meio dele (Is 44:23). Ele fala a seu povo e é fiel no cumprimento de sua Palavra (v. 26). Que possamos sempre apreciar o privilégio que temos de conhecer e de adorar o verdadeiro Deus vivo!

O Messias, o Servo de Deus (Is 42). Isaías 42:1-7 é a primeira de quatro referências aos “cânticos do servo”, em Isaías, aludindo ao Servo de Deus, o Messias. As outras são Isaías 49:1-6; 50:1-11; e 52:13 – 53:12. Compare “Eis que todos [os ídolos] são nada” (Is 41:29) com “Eis aqui o meu servo” (Is 42:1). Mateus 12:14-21 aplica essas palavras ao ministério de Jesus Cristo aqui na Terra. Ele poderia ter destruído os inimigos (a cana e o linho), mas foi paciente e misericordioso. O Pai se agrada de seu Filho (Mt 3:1 7; 1 7:5).

É por meio do ministério do Servo que Deus realizará seu grande plano de salvação para o mundo. Deus o escolheu, levantou e capacitou para ser bem-sucedido em sua missão. Por causa da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, um dia haverá um reino glorioso, e Deus “promulgará o direito para os gentios [nações]” (Is 42:1). Jesus Cristo é “a luz do mundo” (Jo 8:12), e isso inclui os gentios (Is 42:6; At 13:47, 48; Lc 1:79). Isaías 42:7 refere-se ao livramento do cativeiro na Babilônia (Is 29:18; 32:3; 35:5) bem como ao livramento dos pecadores da condenação (Is 61:1-3; Lc 4:18, 19).

A seção final (Is 42:10-25) descreve uma nação que canta (vv. 10-12), dando louvores ao Senhor, e um Deus silencioso que quebra o silêncio para se tornar um valente emitindo gritos (vv. 13-1 7). Deus é longânimo para com o pecador, porém, quando começa a operar, não perde tempo! O “servo”, nos versículos 18-25, é o povo de Israel, cego para seus próprios pecados e surdo para a voz de Deus (Is 6:9, 10); ainda assim, o Senhor o perdoou graciosamente e o libertou da servidão. Então, Deus diz aos babilônios: “Restitui” (Is 42:22).

Como é triste quando Deus nos disciplina e não entendemos ou não levamos a sério o que ele está fazendo (v. 25)! O cativeiro de Israel na Babilônia curou a nação de sua idolatria, mas não criou nele um desejo de adorar e glorificar a Deus. Meus irmãos, nós também fomos libertos do pecado pela graça de Deus, precisamos ter fome e sede da presença do Senhor e glorifica-lo em nosso viver.

3. DEUS É MAIOR QUE NOSSOS INIMIGOS (Is 45:1-48:22)

Estes capítulos tratam da ruína da Babilônia, e um dos temas principais é: “Eu sou o Senhor, e não há outro” (Is 45:5-6, 14, 18, 21, 22; 46:9). Jeová volta a se revelar como o verdadeiro Deus vivo em contraste com os ídolos mudos e mortos.

A descrição do conquistador (45:1-25). Assim como profetas, sacerdotes e reis eram ungidos para o serviço, também Ciro foi ungido por Deus para realizar um serviço especial por Israel. Nesse sentido, Ciro foi um “messias”, um “ungido”. Deus o chamou pelo nome um século antes de seu nascimento! Ciro foi o instrumento humano para a conquista, mas foi o Deus Jeová quem lhe deu as vitórias.

A desgraça dos falsos deuses (46:1-13). Bel era o deus babilônio do Sol, e Nebo era seu filho, o deus da escrita e do aprendizado. Mas nem os dois juntos foram capazes de deter Ciro! Ao escapar do inimigo, os Babilônios tiveram de carregar seus deuses, porém eles acabaram sendo levados para o cativeiro junto com os prisioneiros de guerra Deus garantiu a seu povo que os levaria em seus braços do ventre ao túmulo. O versículo 4 é a base para a estrofe do conhecido hino Firme Alicerce, geralmente omitida dos nossos hinários:

Até à velhice, todo meu povo há de provar,

Meu soberano, eterno e imutável amor,

E quando o cabelo grisalho suas têmporas adornar,

Como ovelhas junto ao peito ainda os hei de levar.

(Richard Keen)

Que conforto saber que nosso Deus já cuidava de nós mesmo antes de termos nascido (Sl 139:13-16) e que o fará até envelhecermos, bem como a cada momento entre uma coisa e outra! Ele está no controle de tudo, conhece todos antes de nascermos.

A destruição da cidade (47:1-15). A Babilônia, a rainha arrogante, não passava mais de uma escrava humilhada. “Eu serei senhora para sempre!” (v. 7-), bradava ela. Mas, num instante, foi alcançada pelo julgamento de seus pecados e tornou-se viúva. Nem seus ídolos nem suas práticas ocultas (vv. 12-14) puderam avisá-la ou prepará-la para sua destruição. Deus, porém, sabia que a Babilônia cairia, pois havia planejado isso muito tempo atrás! Chamou a Ciro, que se lançou sobre a Babilônia como uma ave de rapina. A Babilônia não mostrou misericórdia para com os judeus, e Deus julgou-a conforme merecia.

A libertação do remanescente judeu (48:1-22). Os judeus haviam se tornado complacentes e acomodados em seu cativeiro e não queriam partir. Seguiram o conselho de Jeremias (Jr 29:4-7) e tinham casas, jardins e famílias. Apegaram-se de tal modo a essas coisas que não seria fácil fazer as malas e seguir para a Terra Santa. No entanto, pertenciam à Terra Santa, e Deus tinha um trabalho para eles ali. Deus lhes disse que eram hipócritas ao usar seu nome e identificar-se com sua cidade, mas não obedecer à sua vontade (Is 48:1, 2). Eram obstinados (v. 4) e não se empolgaram com as coisas novas que Deus estava fazendo por eles.

Se tivessem obedecido ao Senhor logo de início, teriam experimentado paz e não guerras (vv. 18, 19), mas ainda não era tarde demais. O Senhor os havia colocado dentro da fornalha para refiná-los e prepará-los para o trabalho que os esperava (v. 10). “Saí da Babilônia, fugi de entre os caldeus”, foi o mandamento do Senhor (v. 20; ver Jr 50:8; 51:6; 45; Ap 18:4). Deus iria adiante deles e prepararia o caminho, de modo que não tinham o que temer.

Seria de se pensar que os judeus estivessem ansiosos para deixar sua “prisão” e voltar para sua terra, a fim de ver Deus fazer coisas novas e grandiosas por eles. Porém, haviam se acostumado com a segurança do cativeiro e se esquecido dos desafios da liberdade. Não é difícil para a Igreja de hoje se acomodar com seu conforto e fartura. Deus pode nos colocar na fornalha para nos lembrar de que estamos aqui para ser servos e não consumidores ou espectadores

Conclusão

Meus irmãos, mesmos sendo fracos e miseráveis pecadores podemos contemplar o grande amor de Deus, assim como o remanescente. Ao olhar para trás, o remanescente da Babilônia via suas falhas e pecados e precisava de encorajamento, para prosseguir em frente.

1-Deus é maior do que qualquer coisa na terra (vv. 12-20) ou no céu (vv. 21-26). A criação mostra sua sabedoria, seu poder e sua infinitude. Ele é maior do que as nações e seus ídolos. E se você sentir-se tão pequeno a ponto de se perguntar se Deus se importa, de fato, com sua vida, lembre-se de que ele sabe o nome de cada estrela (Is 40:26) e o seu nome também (ver Jo 10:3, 27)! O mesmo Deus que dá nome às estrelas e as conta pode curar seu coração partido (Sl 147:3, 4).

2-Deus é maior que nossos medos– Deus procurou acalmar seus medos garantindo que iria à frente deles e que trabalharia por eles. O Senhor explicou uma verdade maravilhosa: empregou três servos que cumpririam seu propósito: Ciro, rei da Pérsia (Is 41:1-7), a nação de Israel (vv. 8-29; Is 43:1 – 44:27) e o Messias (Is 42:1-25). Então meu irmão e amigo não há o que temer, precisamos confiar no Senhor hoje.

3-Deus é maior que nossos inimigos – Se tivessem obedecido ao Senhor logo de início, teriam experimentado paz e não guerras (vv. 18, 19), mas ainda não era tarde demais. O Senhor os havia colocado dentro da fornalha para refiná-los e prepará-los para o trabalho que os esperava (v. 10). “Saí da Babilônia, fugi de entre os caldeus”, foi o mandamento do Senhor (v. 20; ver Jr 50:8; 51:6; 45; Ap 18:4). Deus iria adiante deles e prepararia o caminho, de modo que não tinham o que temer.

Seria de se pensar que os judeus estivessem ansiosos para deixar sua “prisão” e voltar para sua terra, a fim de ver Deus fazer coisas novas e grandiosas por eles. Porém, haviam se acostumado com a segurança do cativeiro e se esquecido dos desafios da liberdade. Não é difícil para a Igreja de hoje se acomodar com seu conforto e fartura. Deus pode nos colocar na fornalha para nos lembrar de que estamos aqui para ser servos e não consumidores ou espectadores.

Assim como o Israel da Antiguidade, você ao se deparar com uma tarefa difícil e um futuro impossível, siga o exemplo de Israel e lembre-se da grandeza de Deus.

W.Wiersbe/Adap pelo Pr. Eli Vieira

sexta-feira, 1 de julho de 2022

A FÉ VERDADEIRA

 


UMA FÉ VERDADEIRA

Daniel 3

O diabo nos tenta a fim de destruir nossa fé, mas Deus nos prova a fim de desenvolver nossa fé, pois uma fé que não pode ser provada não é digna de confiança. A fé que não é verdadeira sucumbe nos tempos de provação, mas a fé autêntica lança raízes mais profundas, cresce e glorifica a Deus. Isso explica por que Deus permitiu que três homens hebreus fossem provados e lançados numa fornalha de fogo.

A experiência desses três homens nos ajuda a examinar nossa própria fé e a determinar se temos uma fé autêntica, que pode ser provada, e a glorificar a Deus.

 1. A FÉ VERDADEIRA ENCARA O DESAFIO ( Dn 3:1-12 ) O rei enviou mensageiros a todas as províncias de seu império ordenando que os oficiais se reunissem para a consagração da grande estátua de ouro. São mencionados os nomes de oito oficiais específicos (Dn 3:2,3) que representariam o povo de suas províncias. Todos os níveis hierárquicos possuíam representantes, e esperava-se que todos estivessem presentes.

No entanto, naquela imensa multidão, três homens permaneceram em pé, mesmo quando todo o resto prostrou-se com o rosto em terra. Sua fé estava no verdadeiro Deus vivo e na Palavra que ele havia dado a seu povo. Conhecendo a história do povo judeu, tinham certeza de que o Senhor estava no controle e de que não havia nada a temer. Ter fé significa obedecer a Deus apesar dos sentimentos dentro de nós, das circunstâncias a nosso redor ou das consequências diante de nós.

                A verdadeira fé não teme as ameaças, não se impressiona com as multidões nem se abala com cerimônias supersticiosas. A verdadeira fé obedece ao Senhor e confia que ele cuidará das consequências. Prostrar-se diante de uma imagem, ainda que uma só vez, quaisquer que fossem as desculpas que pudessem dar, teria acabado com seu testemunho e rompido sua comunhão com Deus.

2 . A FÉ VERDADEIRA CONFESSA O SENHOR ( Dn 3 : 13 - 18 ) Novamente, vemos o rei num ataque de raiva (v. 13; ver v. 19 e 2:12). Ele havia conquistado muitas cidades e nações, mas não conseguia dominar a si mesmo. Os três oficiais hebreus, porém, mostravam-se calmos e respeitosos.

Os três homens poderiam ter transigido com o rei e defendido sua desobediência com argumentos como: "Todos estão fazendo isso", ou "É uma das obrigações de nosso cargo", ou ainda "Dobraremos nossos joelhos, mas não o nosso coração". Poderiam ter dito: — Podemos ser mais úteis para nosso povo como oficiais a serviço do rei do que como cinzas na fornalha do rei. Contudo, a verdadeira fé não procura brechas para escapar; simplesmente obedece a Deus e sabe que ele fará aquilo que for melhor.

 "Quanto a isto não necessitamos de te responder" (Dn 3:16) significa: "Não precisamos nos defender nem defender nosso Deus, pois nosso Deus cuidará da sua própria defesa e da nossa."Os três homens hebreus criam que Deus podia livrá-los, mas confiariam nele, mesmo que não o fizesse. E assim que a fé deve funcionar em nossa vida (ver Habacuque 3:17-19).

3. A FÉ VERDADEIRA DESCONCERTA O INIMIGO (Dn 3:19-25) Mais uma vez, o rei se enfureceu - homens arrogantes não gostam de ser desobedecidos - e ordenou que os três judeus fieis fossem lançados na fornalha de fogo. Haviam recusado sua oferta generosa e teriam de sofrer as consequências. Finalmente, os conselheiros da corte teriam sua vingança contra esses exilados judeus que haviam se instalado em seu território e sido promovidos a cargos que pertenciam aos caldeus.

 Os três homens haviam se recusado a obedecer às ordens do rei e a prostrar-se diante da figura, mas quando o rei ordenou que saíssem da fornalha, obedeceram sem demora. Eram milagres vivos e queriam que todos soubessem o que seu grande Deus era capaz de fazer. Não apenas o corpo de cada homem estava intocado, como também seus cabelos não haviam sido chamuscados e suas roupas nem tinham cheiro de fumaça.

Os oficiais não ousaram dizer coisa alguma naquele momento a fim de não ofender o rei. Mas Nabucodonosor falou (v. 28)! Declarou: (1) o poder do Deus de Israel; (2) a eficácia da fé nele; e (3) a devoção extraordinária dos três homens judeus que sujeitaram seu corpo ao Deus verdadeiro e não ao falso deus do rei (Rm 12:1, 2). Por um ato de fé, os três judeus deram testemunho do verdadeiro Deus vivo a todo o império babilônio!

4 . A FÉ VERDADEIRA CONFIRMA AS PROMESSAS (Dn 3 : 26 - 30 ) Por que o Senhor incluiu essa história nas Escrituras do Antigo Testamento? Pelo mesmo motivo que incluiu histórias sobre as "experiências de fé" de Abraão, de Moisés, de Josué, de Davi e dos profetas: para encorajar o povo de Deus em sua batalha contra o mundo, a carne e o diabo. "Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança" (Rm 15:4).

A vida pode ser relativamente segura e confortável onde você e eu vivemos, mas, em muitas partes do mundo, o povo de Deus está pagando um alto preço para manter-se firme em seu testemunho e continuar separado do mundo. Dia após dia, ouvem o arauto gritando: "Prostrai-vos diante da figura de ouro como todos estão fazendo!" "Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" (Ap 2:10).

 Ao nos aproximarmos do fim dos tempos, a fornalha da oposição será aquecida para arder com intensidade sete vezes maior, e a pressão para se conformar ao mundo ficará cada vez mais forte. Será preciso um bocado de graça, oração, coragem e fé ao povo de Deus para que permaneça firme por Cristo, enquanto outros se prostram diante dos deuses deste mundo. O Livro de Daniel é uma grande fonte de estímulo, pois nos lembra de que Deus se preocupa com seu povo e honra seus filhos, quando são fiéis a ele. "Porque aos que me honram, honrarei" (1 Sm 2:30).

Adp. Pr. Eli Vieira

file:///C:/Users/elivi/OneDrive/%C3%81rea%20de%20Trabalho/BOLETIM%20SEMEAR%202022/BOLETIM%2019%20DE%20JUNHO%202022.pdf

Rede Sociais