sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

UM NOVO TEMPO

 


1 Sm 7:3-17

Na atualidade, muitas pessoas gostariam de viver um novo tempo, mas são poucos aqueles que querem mudar e deixar as velhas práticas para viverem um novo tempo.

Quando Deus chamou Samuel, ele estava ciente da inquietação do povo e de seu desejo de mudança e sabia que períodos de transição fazem aflorar o que há de melhor ou de pior nas pessoas. Mas, Samuel estava certo, que a maior necessidade para a nação de Israel ser bem-sucedida seria colocar o Senhor em primeiro lugar e crer somente nele. Por esse motivo, convocou uma reunião em Mispa, uma cidade em Benjamim (Js 18:26), onde desafiou o povo a voltar-se para Deus se queriam viver um novo tempo.

Para viver um novo tempo, Israel precisava:

1-DEIXAR OS FALSOS DEUSES (I Sm 7.3,4)

A idolatria havia sido um pecado constante em Israel. A família de Jacó havia carregado falsos deuses consigo (Gn 35:2), no Egito, eles adotaram os deuses e deusas dos egípcios, no êxodo, os israelitas adoraram alguns desses ídolos durante as jornadas pelo deserto (At 7:42, 43). Moisés ordenou que Israel destruísse todo e qualquer vestígio da religião cananeia, mas o povo acabou se entregando à idolatria e adorando os deuses de seus inimigos derrotados. Samuel citou especificamente os baalins e astarotes (1 Sm 7:3,4).

Deixar os falsos deuses era apenas o começo do processo de volta para o Senhor. Além disso, os israelitas deveriam preparar o coração para o Senhor e se consagrar somente a ele (v. 3). Essas instruções estavam de acordo com o primeiro mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20:3).

Os israelitas adoravam ídolos de madeira, de pedra e de metal, mas os cristãos de hoje possuem ídolos mais sutis e atraentes: casas e propriedades, riqueza, carros, cargos e reconhecimento, ambição, etc. Qualquer coisa em nossa vida que ocupe o lugar de Deus e que exija o sacrifício e a dedicação que pertencem somente ao Senhor é um ídolo e deve ser lançada fora.

2- CONFESSAR O PECADO (I Sm 7.5,6)

Naquele momento Israel confessou os seus pecados(vv. 5,6). Samuel planejava conduzir o povo a um tempo de adoração e de intercessão para que fossem libertos dos inimigos, mas, se os israelitas tivessem qualquer iniquidade no coração, o Senhor não os ouviria (Sl 6 6:18). Não bastava apenas destruir seus ídolos, mas também era preciso confessar seus pecados e que se entregassem ao Senhor. Eles se derramaram perante o Senhor e jejuaram naquele momento desafiador.

A principal atividade daquele dia foi a confissão do povo. “Pecamos contra o Senhor.” A promessa da aliança de Deus a Israel era a de que ele perdoaria seus pecados, se os confessassem ao Senhor com sinceridade (Lv 26:40-45), pois não havia sacrifícios suficientes nem rituais capazes de purificá-los de seus pecados. “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl 51:1 7).

Essa promessa de perdão e de bênção foi reiterada por Salomão mais adiante na história de Israel, por ocasião da consagração do templo (2 Cr 7:14).

3- BUSCAR AJUDA DO SENHOR (vv.7-11,13,14)

Quando os filisteus souberam desse grande ajuntamento dos israelitas, suspeitaram que Israel estava planejando um ataque, de modo que os cinco príncipes filisteus convocaram suas tropas e se prepararam para invadir a nação vizinha. Israel não possuía um exército permanente nem um governante para organizar uma força militar, de modo que se sentiam impotentes. Porém, sua maior arma era a fé em Deus, fé que se expressava por meio da oração. “Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do Senhor, nosso Deus” (Sl 20:7).

Samuel era um homem de oração, ao oferecer o holocausto no final do dia, o Senhor trovejou contra os soldados filisteus, confundindo-os de tal modo que foi fácil Israel atacá-los e derrotá-los. Quando nos lembramos de que Baal era o Deus cananeu da tempestade, vemos como o poder do trovão de Deus é ainda mais significativo.

Em decorrência dessa vitória, os israelitas recuperaram cidades que haviam perdido na batalha e até ganharam os amorreus como seus aliados. Sempre que o povo de Deus depende de seus planos e recursos, seus esforços fracassam e envergonham o nome de Deus. Porém, quando o confiam no Senhor e ora, ele supre suas necessidades e seu nome é glorificado. Um homem ou mulher de oração é mais poderoso do que todo um exército!

4- COMEMORAR A VITÓRIA (v. 12)

A prática de fazer altar de pedras para comemorar acontecimentos importantes faz parte da cultura dos hebreus desde o tempo em que Jacó ergueu um memorial em Betel (Gn 28:20-22; 35:14). Josué colocou doze pedras no meio do rio Jordão (Js 4:9) e outras doze na margem ocidental em Gilgal, a fim de marcar o local onde as águas se abriram e Israel atravessou para a terra prometida (4:1-8,19-21). Antes de sua morte, Josué ergueu uma grande pedra para servir de testemunho e lembrar os israelitas do voto que haviam feito de servir e de obedecer somente ao Senhor (24:26-28).

“Ebenézer” significa “pedra de ajuda”, o monumento era uma lembrança aos Israelitas de que Deus os havia ajudado e de que continuaria a ajudá-los se confiassem nele e guardassem sua aliança. O fundador da Missão para o Interior da China Hudson Taylor, costumava pendurar em todas as casas onde morava uma placa que dizia: “Ebenézer – Jeová Jiré”. Juntas, as palavras em hebraico significam : “Até aqui nos ajudou o Senhor e nos ajudará daqui em diante”. Que grande estímulo para nossa fé!

Portanto, se queremos viver um novo tempo, precisamos deixar os ídolos, abandonar o pecado, buscar a ajuda de Deus e nos consagrar ao Senhor, na certeza de que com ele, nós somos mais que vencedores e assim poderemos dizer: “até aqui nos ajudou o Senhor e amanhã Deus proverá”.

Pr. Eli Vieira

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

CELEBRAMOS O NASCIMENTO DO REI


            O nascimento de Jesus não ocorreu sem planejamento. Aliás, seu nascimento foi planejado na eternidade. Os céus e a terra ainda não existiam, quando no pacto da redenção, o Filho de Deus foi prometido. Ao longo da história, essa promessa foi reafirmada e confirmada. Jesus foi prometido no Éden como a semente da mulher. Ele foi prometido como o descendente de Abraão, de quem procederia reis, e cuja descendência seria tão numerosa como as areias da praia e como as estrelas dos céus.

            Jesus foi simbolizado pelo cordeiro da Páscoa, pela coluna de nuvem e pela coluna de fogo. Foi simbolizado pelo maná que desceu do céu e pela água que brotava da rocha. Ele foi simbolizado pelo tabernáculo e pelo templo. Foi simbolizado pela arca da aliança e pelos objetos que nela estavam: as tábuas da lei, o vaso com maná e a vara seca de Arão que floresceu. Ele foi simbolizado pelas festas de Israel, pelos sacrifícios oferecidos no templo e pelo sábado. Tudo era sombra dele; ele, a realidade.

            As profecias sobre seu nascimento foram meridianamente claras: ele procederia da tribo de Judá e seria filho de Davi e herdeiro de seu trono. Ele nasceria de uma virgem, na cidade de Belém da Judeia. Seu nome seria Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz. Ele viria como o Sol da Justiça, trazendo salvação em suas asas e seria visto como a brilhante estrela da manhã.

            Na plenitude dos tempos ele veio, nascido de mulher, nascido sob a lei para ser o Salvador do seu povo. O Verbo eterno, pessoal e divino se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade. Nele resplandeceu a glória do Pai, pois ele é exata expressão do ser de Deus, o resplendor da glória, em quem habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Mesmo sendo ele o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, nasceu não num berço de ouro, mas numa gruta de pastores e depois de enfaixado em panos, foi deitado numa manjedoura, um coxo onde os animais comiam. Contrastando com esse humilde nascimento, seu advento foi anunciado pelos anjos, que fizeram das nuvens partituras musicais e cantaram com efusivo entusiasmo: “Glórias a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem”.

            O nascimento de Jesus marcou a entrada do eterno no tempo. O infinito tornou-se finito. O Verbo de Deus vestiu pele humana, calçou as sandálias da humildade, pisou o nosso chão, comeu o nosso pão, bebeu a nossa água, sentiu a nossa dor, chorou a nossa lágrima e tomou sobre si o nosso pecado. Sendo ele Deus, se fez homem. Sendo rico, se fez pobre. Sendo Rei, se fez servo. Sendo ele transcendente, esvaziou-se. Sendo bendito eternamente, foi feito pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.

            Jesus, o desejado de todas as nações, é o pão da vida que sacia a nossa fome; é a água da vida que mitiga a nossa sede; é a luz do mundo que guia os nossos passos. Ele é a porta da salvação e o bom Pastor que deu a vida pelas suas ovelhas. Ele é a ressurreição e a vida e fora dele não há esperança. Ele é o Caminho, e a Verdade e a Vida e sem ele, ninguém tem acesso ao Pai. Ele é a Videira verdadeira e a não ser que estejamos enxertados nele, jamais poderemos produzir frutos que agradem a Deus.

            Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele é o cordeiro que foi morto, mas está vivo pelos séculos dos séculos. Ele é a Raiz de Davi, o Leão da tribo de Judá. Ele é o Profeta e a mensagem; o Sumo Sacerdote e o sacrifício; o Rei dos reis e o servo sofredor. Seu nome está acima de todo nome. Ele foi exaltado sobremaneira pelo próprio Pai. Ele está assentado no trono, tem o livro da história em suas mãos e governa soberanamente sobre as nações. Ele é quem está conduzindo a história à consumação. O fim já está determinado: é a vitória de Cristo e de sua igreja. O plano que foi traçado na eternidade será consumado no último dia. Entraremos com Jesus na festa que nunca vai terminar. Então, nossas lágrimas serão estancadas e uma alegria indizível brotará nos nossos lábios, e isso, pelos séculos eternos.

Hernandes Dias Lopes

 

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

A PRESENÇA DE DEUS



Êxodo 33.15

 

Na atualidade marcada pelo materialismo, o homem trocou Deus por suas bênçãos, porém a nossa maior necessidade, não são as bênçãos de Deus, mas  a   presença de Deus.

Em Êxodo 33, contemplamos a visão de Moisés sobre a importância da presença de Deus. Israel havia pecado construindo o bezerro de ouro, e Deus ficou irado com o povo, se afastando do meio deles por causa da desobediência. Quando Moisés desceu do monte viu o mal que o povo praticara, deixando de adorar ao Senhor para adorar um bezerro. Então disse o Senhor a Moisés um anjo iria adiante do povo, mas Moisés disse ao Senhor: “Se a tua presença não vai comigo, não nos faça subir deste lugar”.

Com base neste texto de Êxodo, podemos aprender algumas lições:

 1-O PECADO NOS AFASTA DA PRESENÇA DE DEUS (Êx. 32.9,10,30-35; 33.4,5)

 Quando Moisés subiu ao monte para falar com Deus e passou quarenta dias e quarenta noites o povo ficou impaciente e pensando que Moisés não retornaria, e fizeram para si um ídolo ( Êx 32.1,2), e isso entristeceu ao Senhor de tal maneira que ele não queria mais  caminhar no meio do povo (Êxodo 33.5). Agora pense na tristeza de Moisés, guiar aquele povo sem a nuvem do Senhor, sem a coluna de fogo, sem a presença dos sinais visíveis da presença do Deus. Ele entendeu a gravidade do problema que seria conduzir aquele povo sem a presença de Deus.

O pecado provoca a ira de Deus, faz ele se afastar do meio do seu povo, e como consequência escraviza o homem e o leva para a morte. Por isso podemos contemplar Moisés clamando a misericórdia do Senhor ao intercedendo diante de Deus (Êx. 32.11-24, 30-35; Dt 9.25-29). O profeta Isaías nos diz que a mão do senhor não está encolhida para que não possa salvar, surdo o seu ouvido para que não possa ouvir. “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”(Isaías 59.1,2). Como é triste, quando o povo de Deus o desobedece, aquele que o libertou da escravidão do pecado.

Não podemos brincar com o pecado, mas precisamos nos afastar de tudo aquilo que tenta nos afastar de Deus. Portanto, se você está vivendo em pecado arrependa-se e clame pelas misericórdias do Senhor, como Moisés fez pelos filhos de Israel, porque só no Senhor há perdão e verdadeira restauração.

           2-  DEUS É A RAZÃO DA EXISTÊNCIA DO SEU POVO (Gn. 12.1-9; Êx. 12.1-51; 13.17-22; 40.34-38; Nm 9.15-23)

A razão da existência de Israel era Deus, foi ele quem chamou Abraão do meio de sua parentela, lhe dando um filho Isaque. Deus por sua graça  transformou o miserável Jacó em Israel e resgatou os seus descendentes da Escravidão do Egito. Moisés conhecia a história dos seus pais, ele disse: “Não é, porventura, em andares conosco, de maneira que somos separados, eu e o teu povo, de todos os povos da terra? (Êx. 33.16b). Todo o contexto histórico nos mostra que a razão da existência de Israel era o Senhor Deus.

A presença de Deus era indispensável para Israel continuar existindo, ele era o verdadeiro sentido da vida. Sem a presença de Deus as vitórias sobre os inimigos, a terra prometida, não teriam sentido. O principal alvo de Moisés não era uma terra que manava leite e mel, mas uma terra santa, onde Deus estaria presente com o seu povo. Pois a presença de Deus fazia de Israel um povo diferente dos demais.

Como Moisés,  nós precisamos entender que a nossa maior necessidade é de Deus, pois somente com Ele nós podemos viver de forma diferente, caminhar desfrutando de sua comunhão e proteção no meio deste mundo que mais parece um deserto desafiador. Ele é o Deus vivo, poderoso, o Deus presente que nos sustenta e nos dar força para viver (Is 41.10). O evangelho, nos ensina que ele está conosco, pois ele é o Deus Emanuel (Mt 1.23), e que sem ele nada podemos fazer (Jo 15.5), mas com ele nós somos mais que vencedores (Rm 8.37).

 3-NADA PODE SUBSTITUIR A PRESENÇA DE DEUS (Êx. 33.1-15)

É interessante observarmos que Deus prometeu a Moisés enviar o anjo, lhe dar vitórias sobre os seus inimigos e a terra que manava leite e mel. Alguém poderia dizer está bom Senhor eu aceito.

Mas o que um anjo comparado com o Senhor Deus todo poderoso, criador e sustentador. Os anjos são apenas seres criados por Deus. Deus prometeu vitória sobre os inimigos de Israel, mas o que são as vitórias sem a presença de Deus? O que é a terra que mana leite e mel sem a presença de Deus? Ah! Como hoje a igreja precisa entender que a nossa maior necessidade é Deus.

As bênçãos  de Deus, sem a sua presença conosco em nosso viver, não tem sentido, ficamos vazios. Quantas pessoas tem bens matérias, tais como: casas luxuosas, carros, dinheiro, fazendas. mas são vazias, secas, sem esperança, sem amor, sem vida, mesmo estando vivas. O profeta Ageu advertiu o povo de Israel dizendo que a prioridade da nação deveria ser a construção do templo, símbolo da presença de Deus, não casas luxuosas ( Ag. 1.1-11). Jesus nos ensina que o reino de Deus deve ter a primazia em nossas vidas (Mt 6.33). Nada pode substituir a presença de Deus em nossa vida neste mundo.

Igreja do Senhor! hoje, precisamos ter esta consciência, que muito mais do que bênçãos, nós precisamos da presença de Deus em todos os momentos da nossa vida, porque sem ele, não adianta você ter vitórias, casas luxuosas, carros, filhos, etc. Ele é a razão do nosso viver. Ele é o nosso Salvador. Sem ele, a vida não tem sentido, mas no Senhor encontramos a verdadeira vida abundante e eterna.

Pr. Eli Vieira 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Vencendo os desafios da Vida

 


Josué 6


“Se você pensa que pode vencer sem lutar e acredita que receberá a coroa sem qualquer batalha, não passa de um péssimo soldado de Cristo.”

Essa declaração tão apropriada é do corajoso pregador e mártir sírio, João Crisóstomo (347-407). Sem dúvida, a vida cristã envolve desafios e conflitos, quer gostemos disso quer não. Nossos inimigos lutam constantemente contra nós e tentam nos impedir de tomar posse de nossa herança em Jesus Cristo. O mundo, a carne e o diabo (Ef 2:1-3) constituem uma coalizão contra Cristo e seu povo, assim como as nações de Canaã formaram uma coalizão contra Josué e o povo de Israel.

A vitória de Israel em Jericó ilustra três princípios do conflito e da vitória espiritual que se aplicam a nossa vida hoje, quaisquer que sejam os desafios que se apresentem diante de nós.

1.ANTES DO DESAFIO: LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ ESTÁ LUTANDO EM VITÓRIA E NÃO PELA VITÓRIA (JS 6:1-5)
A notícia do êxodo de Israel do Egito e de suas vitórias recentes ao leste do rio Jordão já havia se espalhado pela terra de Canaã, deixando o povo de lá em pânico (Js 2:9-11; ver Dt 2:25; 7:23; 11:25; 32:30). Deus havia prometido: “Enviarei o meu terror diante de ti, confundindo a todo povo onde entrares; farei que todos os teus inimigos te voltem as costas” (Êx 23:27).

Meu irmão, a rainha Mary da Escócia tinha mais medo das orações de John Knox do que de um exército inimigo. Mas será que a sociedade de hoje tem algum temor daquilo que o povo de Deus é capaz de fazer? É bem provável que não, e isso se deve principalmente ao fato de a Igreja não ter feito muita coisa para mostrar o poder de Deus a um mundo incrédulo. Na verdade, a igreja se parece tanto com o mundo que os incrédulos nem percebem mais o que fazemos. Imitamos os métodos do mundo, satisfazemos os apetites do mundo, buscamos a aprovação do mundo e medimos nosso sucesso de acordo com os padrões do mundo. É de se admirar que não conquistemos o respeito do mundo? Mas não foi assim com Josué e com os israelitas! Eram um povo conquistador que não fazia concessões ao inimigo; antes, confiavam que Deus lhe daria a vitória. Sua marcha foi triunfal, pois instilaram o temor de Deus no coração do inimigo.

O soldado cristão encontra-se numa posição de vitória garantida, pois Jesus Cristo já derrotou todos os inimigos espirituais (Jo 12:31). Ao interceder por seu povo no céu, ele nos ajuda a crescer em maturidade e a realizar sua vontade (Hb 13:20, 21). “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31).

2-DURANTE O DESAFIO: LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ VENCE O INIMIGO PELA FÉ (JS 6:6-16, 20)
Fé não é crer apesar das evidências, pois o povo de Israel havia recebido provas seguidas de que poderia confiar na Palavra e no poder Deus. O Senhor havia separado as águas do mar Vermelho, destruído o exército egípcio, cuidado de seu povo no deserto, derrotado grandes reis, dado a Israel sua terra, aberto o rio Jordão e levado seu povo em segurança à Terra Prometida. O que mais lhes restava fazer senão crer nele?
Assim como a travessia do rio Jordão, a conquista de Jericó também foi um milagre de fé. Josué e seu povo ouviram as ordens de Deus, creram nelas e obedeceram. As atividades daquela semana foram um teste da fé e da paciência do povo de Israel. Deus nunca se apressa. Ele sabe o que faz e o tempo certo de fazê-lo. A queda de Jericó é um incentivo a que o povo de Deus confie nas promessas do Senhor e obedeça a suas instruções, por mais impossível que pareça a situação.

Pode ser que você e eu não conquistemos uma cidade como Josué, mas em nossa vida diária deparamos com inimigos e muralhas que nos desafiam. A única maneira de crescer na fé é aceitar novos desafios e confiar que Deus nos dará a vitória. Como disse Phillips Brooks: “Não orem pedindo uma vida fácil. Antes, orem para ser homens e mulheres melhores. Não orem pedindo tarefas à altura de suas forças. Antes, orem por forças à altura de suas tarefas”.

3-DEPOIS DA VITÓRIA: LEMBRE-SE DE OBEDECER ÀS ORDENS DE DEUS (JS 6:17-19, 21-27)
Antes de cercarem as cidades distantes, os israelitas deveriam oferecer-lhes a paz e, se a cidade se entregasse, deveriam poupar o povo e transformá-lo em seus súditos. No entanto, o povo das cidades de dentro de Canaã deveria ser completamente destruído, e suas cidades, queimadas. Isso se devia, antes de tudo, ao fato de a população de Canaã ser indescritivelmente perversa e de Deus não querer que seu povo santo fosse contaminado por seus vizinhos (Dt 7:1-11).Nas palavras de G. Campbell Morgan: “Deus está sempre em guerra com o pecado”. Essa é a explicação para o extermínio dos cananeus.

Como havia prometido, Deus foi com Josué (Js J:5,9) e engrandeceu o nome dele na terra (Js 1:27; 3:7; 4:14). Os servos de Deus jamais devem engrandecer a si mesmos. Se o Senhor o fizer, devem ter o cuidado de dar-lhe toda a glória. Quando estamos fortes, há o perigo de nos sentirmos seguros demais e de nos esquecemos de confiar no Senhor. Como aconteceu com Uzias (2 Cr 26:15,16).Como aconteceu com Davi ( 2 Sm 24.1-9; 1 Cr 21.1-6).

Permita-me citar o conselho sábio de Andrew Bonar: “Permaneçamos tão vigilantes depois da vitória quanto antes da batalha”. Pelo fato de um soldado não ter dado ouvidos a essa advertência, o desafio seguinte de Israel em Canaã acabou sendo uma derrota humilhante. Portanto meus amados irmãos, “DEUS SEMPRE NOS FORTALECE QUANDO FAZEMOS A SUA VONTADE”, se queremos vencer os desafios da vida, precisamos andar de conformidade com a vontade de Deus.

Por Eli Vieira

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

O DEUS QUE ADORAMOS




Deuteronômio 4 - 5

O povo de Israel foi abençoado mais do que todas as nações da terra, pois pertencia ao verdadeiro Deus vivo e tinha um relacionamento de aliança com ele. Estavam se preparando para entrar na terra que Deus prometeu quando chamou Abraão, o pai dos israelitas (Gn 12:1-3; 13:14-18), e parte dessa preparação consistia em ouvir atenciosamente discurso de despedida de Moisés, o profeta do Senhor e líder do povo de Deus.

Depois de relatar a história de Israel (Dt 1-3), Moisés lembrou o povo do caráter do Deus de Israel e de como deveriam responder a ele. Se não conhecermos o caráter do Deus a quem adoramos, como poderemos adorá-lo "em espírito e em verdade" (Jo 4:24)?

1. DEUS FALA - DEVEMOS OUVI-LO (Dt 4:1,2)
O grande estudioso judeu Abraham Joshua Heschel escreveu: "Para crer, precisamos de Deus, de uma alma e da Palavra". Outro estudioso judeu, o apóstolo Paulo, chegou à mesma conclusão e escreveu: "E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo" (Rm 10:17).
O Deus que fez a criação existir por sua Palavra (Sl 33:6-9) ordenou que seu povo deve ter uma vida dedicada à atenção e à obediência a sua Palavra.

O verbo "ouvir" é usado quase cem vezes em Deuteronômio. A confissão de fé tradicional dos judeus (Dt 6:4,5) é chamada de Shema, palavra que vem do hebraico e significa "ouvir, prestar atenção, compreender, obedecer". Para o judeu do Antigo Testamento e o cristão do Novo Testamento, ouvir a Palavra de Deus implica muito mais do que ondas de som chegando ao ouvido humano.

Ouvir a Palavra de Deus é uma questão de concentrar todo nosso ser - mente, alma e vontade - no Senhor, recebendo o que ele nos diz e obedecendo. A fim de transformar nossa vida, a Palavra de Deus deve penetrar em nosso coração e tornar-se parte de nosso ser interior. Foi isso o que Jesus quis dizer quando falou: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (Lc 8:8). Essa declaração aparece pelo menos oito vezes nos Evangelhos e, portanto, deve ser importante (ver também Dt 29:4 e Ez 12:2).

Ouvir a Palavra de Deus e lhe obedecer era a essência de Israel (Dt 4:1a). Quando Deus fala, coloca diante de nós a vida e a morte (Dt 30:15-20), e nossa resposta determina qual se concretizará. "Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o S e n h o r " (Lv 18:5). Deuteronômio 4:1, 2 e 5 enfatiza o mandamento e o ensino, pois o Senhor não apenas nos diz o que fazer, mas também explica a verdade por trás de suas prescrições. É possível que Jesus tivesse isso em mente quando disse a seus discípulos que os tratava como amigos e não como escravos, pois lhes explicava o que estava fazendo (Jo 15:14, 15).

Não era apenas a vida de Israel que dependia da obediência à Palavra de Deus, mas também sua vitória sobre o inimigo (Dt 4:1b). Sem fé e obediência, Israel não poderia entrar na terra e derrotar as nações fortemente entrincheiradas naquela região. O Senhor não poderia ir adiante de seu povo e dar-lhes a vitória se eles não o seguissem em obediência (Dt 1:30). Os dez espias que não compreenderam o poder das promessas de Deus levaram Israel ao desânimo, à derrota e à morte por causa de sua incredulidade (Nm 13-14). "Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (1 Jo 5:4), e a fé vem da Palavra (Rm 10:17).

Os cristãos de hoje devem buscar sua vida e sua vitória na Palavra de Deus. Não podemos obedecer a Deus se não conhecemos seus mandamentos. Mas se os conhecemos, cremos neles e lhes obedecemos, então o poder de Deus opera em nossa vida. "Ora, os seus mandamentos não são penosos" (1 Jo 5:3). Obedecer ao Senhor torna-se um privilégio prazeroso quando percebemos que seus mandamentos são expressões de seu amor, garantias de sua força, convites às suas bênçãos, oportunidades de crescer e de trazer glória para o nome do Senhor e ocasiões de desfrutar o amor de Deus e a comunhão com ele, à medida que procuramos agradá-lo. A Palavra de Deus é a porta para os tesouros da graça divina.

Moisés deu ainda uma advertência sobre mudar a Palavra de Deus, acrescentando a ela ou subtraindo dela (Dt 4:2; ver 12:32; Pv 30:6; Gl 3:15; Ap 22:18, 19). Os primeiros manuscritos das Escrituras eram copiados a mão, e era fácil um copista fazer mudanças; mas Deus cuida de sua Palavra (Jr 1:12) e julga aqueles que adulteram seu conteúdo. Os fariseus do tempo de Jesus guardavam as Escrituras com grande zelo e, no entanto, adulteravam a Palavra de Deus ao colocar no lugar dela suas próprias tradições (Mc 7:1-1 3). Se a Palavra de Deus é nossa vida, então estamos pondo nosso próprio futuro em risco se deixarmos de honrá-la e de lhe obedecer de todo o coração (Ef 6:6).

1.1- DEUS É SANTO - DEVEMOS TEMÊ-LO (DT 4:3,4)
A idolatria e as práticas imorais associadas a ela eram o pecado contumaz de Israel. Enquanto viveram no Egito, os hebreus tiveram contato com a idolatria e chegaram a praticá-la em sua jornada pelo deserto (At 7:42, 43). Enquanto Moisés estava com Deus no monte Sinai, o povo no acampamento adorou a um bezerro de ouro (Êx 32). A idolatria era um pecado muito grave, pois Israel havia se "casado" com Jeová no monte Sinai, de modo que, na verdade, sua adoração a ídolos era adultério (Jr 3; Os 1-2). Era um pecado contra o amor de Deus e uma transgressão à lei divina. Por fim, o Senhor teve de mandar seu povo à Babilônia para curá-lo de sua idolatria.

Pode ter sido esse o motivo que levou Moisés a citar a tragédia dos pecados de Israel em Baal-Peor (Dt 4:3,4; Nm 25). O acontecimento era recente o suficiente para que o povo se lembrasse dele. O falso profeta Balaão havia sido contratado pelo rei Balaque para amaldiçoar o povo de Israel, mas cada vez que Balaão tentava amaldiçoa-los, acabava abençoando-os (Nm 22 - 24). Suas maldições não funcionaram, mas ele elaborou um plano que deu certo. Balaão e Balaque convidaram os homens israelitas para as festas religiosas dos moabitas e incentivaram sua total participação (Nm 25). Isso significava ter relações com prostitutas cultuais dos templos, e um dos homens chegou a levar sua "namorada" de volta para o acampamento de Israel! O fato de Deus julgar seu povo matando vinte e quatro mil homens indica que muitos dos israelitas não hesitaram em tomar parte naquela libertinagem. Aquilo que o inimigo não conseguiu fazer com maldições e combate, foi capaz de realizar por meio da condescendência e da "amizade".

Temer ao Senhor significa respeitar quem ele é, o que ele é e o que ele diz, e por meio de nossa submissão e obediência demonstrar nosso amor e o desejo de lhe agradar. Deus é o Criador e nós somos as criaturas; ele é o Senhor e nós somos os servos. Quando desrespeitamos sua autoridade deliberada e propositadamente, tentamos o Senhor a nos disciplinar, e nossa arrogância só causa dor e perdas trágicas. Não vale a pena. Se você quer identificar as bênçãos que os cristãos perdem quando não temem ao Senhor, leia e medite nos seguintes versículos: Deuteronômio 6:24; Salmos 25:12; 31:19; 34:9; 112; 145:19; Provérbios 1:7; Isaías 33:6; Efésios 5:21; Hebreus 12:28, 29.

1.2-DEUS É SÁBIO - DEVEMOS APRENDER DELE (Dt 4:5-9) A Palavra de Deus é a revelação da sabedoria de Deus, e precisamos conhecer e seguir tal sabedoria se queremos ter uma vida que agrade e que glorifique ao Senhor. Para Deus, a sabedoria do mundo é insensatez (1 Co 3:19) e aqueles que a seguem ficarão desapontados. No Antigo Testamento, a palavra "sabedoria" está relacionada ao caráter e não à inteligência humana e descreve o uso correto do conhecimento. De acordo com o Dr. Roy Zuck: "A sabedoria consiste em demonstrar aptidão e em ter sucesso nos relacionamentos e responsabilidades, observando e seguindo os princípios de ordem do Criador no universo moral".2 A prática da sabedoria de Deus implica não apenas sobreviver, mas viver de fato.

Há ainda outro benefício que gozamos quando seguimos a sabedoria de Deus: ela nos ajuda a construir lares tementes ao Senhor (Dt 4:9, 10). Cercados como estavam de povos pagãos, apenas uma geração separava Israel de perder as bênçãos de Deus, sendo que o mesmo se aplica à Igreja de hoje (2 Tm 2:2). Se não ensinarmos nossos filhos sobre Deus e sua Palavra, um dia surgirá uma geração que não conhece ao Senhor, como acabou acontecendo em Israel (Jz 2:7-15). "Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?" (Lc 18:8).

Qual a melhor maneira de os pais cristãos influenciarem seus filhos de modo que confiem no Senhor e vivam de acordo com a sabedoria de Deus? Moisés dá três sugestões aos adultos: sejam exemplos para seus filhos; não deixem que a Palavra de Deus saia da mente e do coração deles; e lembrem-se do que o Senhor fez por vocês no passado, compartilhando essas experiências com seus filhos. Todas as crianças israelitas no tempo de Moisés deveriam conhecer a história do êxodo (Dt 6:20-25; Êx 10:1, 2; 12:24-28; 13:1-16), e, posteriormente, toda criança deveria saber o que significava o fato de Israel ter cruzado o rio Jordão (Js 4:1-7, 21-24). A negligência espiritual e os maus exemplos - podem ser imitados pelos filhos e produzir consequências tristes ao longo da vida desses jovens (Dt 5:8-10; Êx 20:5, 6; Nm 14:17, 18).4

2- SOMENTEO SENHOR É DEUS - DEVEMOS ADORÁ-LO (Dt 4:10-43)
As nações ao redor de Israel adoravam vários deuses e deusas, mas Israel deveria adorar somente o único e verdadeiro Deus. "Ouve, Israel, o S e n h o r , nosso Deus, é o único S en h o r " - esse é o primeiro princípio fundamental da confissão de fé dos judeus, o Shema (Dt 6:4, 5), e o primeiro dos dez mandamentos é: "Não terás outros deuses diante de mim" (Dt 5:7). Isso porque todos os outros "deuses" são apenas fruto de imaginações pecaminosas e, na verdade, não são deuses coisa nenhuma (Rm 1:18ss). Adorar outros deuses significa adorar o nada e tornar-se nulo (Sl 115:8). Uma das palavras hebraicas para "ídolos" significa "vaidade, inutilidade". Em sua mensagem, Moisés apresenta vários argumentos para apoiar essa advertências contra a idolatria.

A experiência de Israel no Sinai (w.10-19). Moisés lembrou o povo das experiências extraordinárias de Israel no Sinai, quando Deus fez sua aliança com eles. A montanha ardeu em fogo e cobriu-se de nuvens e de grande escuridão.
"Aquele que pode ouvir, pode ver", disse, com toda razão, um sábio judeu.
"Aparência nenhuma vistes no dia em que o Senhor, vosso Deus, vos falou em Horebe, no meio do fogo" (Dt 4:15). A conclusão é óbvia: o Senhor proíbe seu povo de adorar representações visíveis de Deus ou qualquer coisa que Deus tenha feito, sejam seres humanos, animais, aves, peixes, o Sol, a Lua ou as estrelas.

O livramento de Israel do Egito (v. 20). Moisés havia acabado de mencionar todas as nações (v. 19), de modo que lembrou o povo que Israel era diferente desses outros povos, pois Israel era o povo escolhido de Deus e sua propriedade peculiar (Êx 19:1- 6). O Senhor escolheu Abraão e seus descendentes para levar suas bênçãos ao mundo todo (Gn 12:1-3; Jo 4:22), e, a fim de realizar essa tarefa importante, era preciso que Israel fosse um povo separado

A experiência de Moisés em Cades (vv.21-24; Nm 20:1-13). Quando Moisés feriu a rocha em vez de falar-lhe, Deus, em sua bondade, supriu água em abundância para seu povo sedento, mas disciplinou seu servo, que havia glorificado a si mesmo em lugar de glorificar ao Senhor. Não há outro Deus além do Senhor e somente ele deve ser glorificado. "Eu sou o S e n h o r , este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem" (Is 42:8).

A aliança de amor de Deus (w. 25-31). Deus fez uma aliança com seu povo e esperava que eles a guardassem. A palavra "aliança" é usada pelo menos vinte e sete vezes em Deuteronômio e vem do termo hebraico berith que, de acordo com alguns estudiosos, significa "comer pão". No Oriente, quando as pessoas faziam uma refeição juntas, formavam uma aliança ou tratado de ajuda e de proteção mútuas (ver Gn 26:26-35).

O amor de Deus (w. 32-43). Ao educar crianças pequenas, usam-se recompensas e castigos para ensiná-las a obedecer, mas quando ficam mais velhas, espera-se que o caráter e o amor sejam sua motivação para evitar o mal e fazer o que é certo. O Senhor é um Deus misericordioso (Dt 4:31), mas não devemos tentá-lo, pois também é um Deus zeloso (v. 24). Como prova do amor e da misericórdia de Deus, Moisés separou três "cidades de refúgio" do lado leste do Jordão, para onde as pessoas que tivessem matado alguém acidentalmente poderiam fugir, receber justiça e encontrar proteção (vv. 41-43). Trataremos desse assunto com mais detalhes em Deuteronômio 19:1-14.

3. DEUS É SENHOR DE TUDO - DEVEMOS LHE OBEDECER (Dt 4:44-5:33)
As descobertas arqueológicas revelam que o Livro de Deuteronômio segue um padrão literário empregado em tratados entre um soberano e seus vassalos no antigo Oriente Próximo. No caso de Israel, é evidente que o Senhor havia conquistado seus inimigos e libertado os israelitas, seu povo especial. Israel era o povo da aliança, e Deuteronômio define os termos desse acordo. Assim como os antigos tratados de vassalos, Deuteronômio contém um preâmbulo (Dt 1:1-5) e uma recapitulação da história por trás do tratado (1:6 - 4:49). Em seguida, apresenta uma lista das estipulações do soberano quanto à conduta de seus súditos (caps. 5 - 26) e o que aconteceria em caso de desobediência (caps. 27 - 30). Encerra com uma explicação de como o tratado funcionaria nas gerações futuras (caps. 31 - 34).

Moisés começou chamando Israel para ouvir a aliança de Deus, aprendê-la e cumpri-la (Dt 5:1). Como vimos, "ouvir" significa muito mais do que escutar casualmente aquilo que alguém está dizendo. Significa ouvir atentamente, compreender, atender e obedecer.

Moisés era o mediador entre Jeová e Israel, pois o povo tinha medo de ouvir a voz de Deus (Dt 5:23-27; Êx 20:18-21; ver também Gl 3:19). Para quem é cristão e obediente, ouvir a voz de Deus significa bênção e ânimo; mas se nosso coração não está em ordem com Deus, sua voz significa juízo.

A lei de Deus (w. 6-21; Êx 20:1-17). O Senhor deu início à proclamação de sua lei lembrando o povo de que era ele quem os havia livrado da escravidão do Egito (Dt 5:6; ver Ne 9:9-11; Sl 77:14, 15; 105:23-38; 136:10-1 5; Is 63:11-14). Esse grande ato de redenção deveria ter sido motivo suficiente para o povo de Israel ouvir a lei de Deus e lhe obedecer, assim como a redenção que temos em Cristo deve servir de motivação para que obedeçamos ao Senhor. A cada Páscoa, os israelitas eram lembrados do grande ato de salvação de Deus, e cada vez que nós, como igreja, celebramos a Ceia do Senhor, somos lembrados de que Cristo morreu por nós para que fôssemos salvos de nossos pecados e pertencêssemos a ele. O Senhor deseja que sejamos obedientes a ele, não como escravos que estremecem de medo diante de um capataz, mas como filhos gratos que amam o Pai celeste e apreciam tudo o que ele é para nós e que faz por nós.

No terceiro mandamento (Dt 5:11), o nome de Deus representa o caráter e a reputação do Senhor, e honrar o nome dele significa falar bem dele para as pessoas a nosso redor. Todo pai quer que seus filhos honrem o nome da família.
Nove dos dez mandamentos são repetidos no Novo Testamento para que a Igreja obedeça; a exceção é o quarto mandamento (Dt 5:12-15) sobre o sábado. Isso porque o sábado era um sinal especial entre Israel e o Senhor (Êx 31:12-1 7; Ne 9:13-1 5; Ez 20:1 2, 20) e não foi dado a nenhuma outra nação (Sl 147:19, 20).

O quinto mandamento (Dt 5:16) nos leva do relacionamento com o Senhor para a prática desse relacionamento com outras pessoas, começando no lar..Isso leva, logicamente, ao sexto mandamento (Dt 5:1 7), que exige que honremos a vida humana e que não matemos.
O sétimo mandamento (Dt 5:18) requer a pureza sexual e a fidelidade no casamento como forma instituída por Deus para o uso e desfrute apropriados da sexualidade.

O nono mandamento (Dt 5:20) proíbe todas as formas de mentira, desde aquelas contadas no banco de testemunhas no tribunal até aquelas ditas ao vizinho (ver Dt 1 7:6-13).O Deus da lei (w. 22-33). O propósito da lei de Deus é revelar o Deus da lei, e, quando nos concentramos nele, vemos que é agradável obedecer a seus mandamentos (Sl 40:8). Moisés encerrou sua recapitulação dos dez mandamentos lembrando a nova geração de que, no Sinai, Deus revelou sua glória e grandeza.

Muitas igrejas de hoje perderam o conceito bíblico da majestade e da autoridade de Deus conforme expressas em sua lei. Essa deficiência empobreceu nosso culto, transformou o evangelismo numa técnica de venda religiosa e converteu a Bíblia num livro de auto-ajuda, que garante transformar você num sucesso. A. W. Tozer estava certo quando disse que: "religião alguma jamais foi maior do que sua concepção de Deus". Também de acordo com Tozer: "A essência da idolatria é alimentar pensamentos sobre Deus que não são dignos dele".6 Se isso é verdade, e creio que é, então muitos cristãos evangélicos estão caindo em idolatria.

Em seu apelo a Israel, Moisés instou o povo a lembrar a majestade de Deus e a respeitar a Palavra de Deus. Citou as palavras do próprio Jeová: "Quem dera que eles tivessem tal coração, que me temessem e guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos" (Dt 5:29). A obediência envolve sempre uma atitude do coração, e se amamos ao Senhor, guardaremos seus mandamentos (Jo 14:15, 21-24).
"Terei prazer nos teus decretos; não me esquecerei da tua palavra" (SI 119:16).
Adap. De WW.

Tempos Difíceis

 

Categoria: Artigos
Data: 05/12/2022
Joel 1:1-2:21

As dificuldades não significam que Deus nos abandonou, mas que ele está preparando algo maior e melhor para aqueles que nele confiam.
Ao lermos as Escrituras, podemos ver que Deus levantou o profeta Joel para transmitir a sua Palavra ao povo de Israel em um momento muito difícil por causa da seca que assolava a região e principalmente por falta de obediência a Palavra do Senhor. Entretanto, a crise não era só econômica, mas também política e espiritual.

Ao fixarmos os nossos olhos naquele momento em que o servo de Deus pregou, devemos perguntar: o que nos ensina a mensagem do profeta Joel? A mensagem de Joel nos ensina como enfrentar as dificuldades da vida. Como devemos enfrentar os problemas em tempos difíceis? Em tempos difíceis devemos:

1- CLAMAR A DEUS ( Joel 1.14,19) - O profeta foi levantado por Deus para transmitir a sua mensagem em um momento marcado pela crise causada principalmente pela seca. A situação da terra é descrita no capítulo 1 e pode ser resumida no verso 10 e 14b, onde vemos: a devastação do campo; cessação do serviço religioso, crise espiritual, tristeza e desolação.

Este era o cenário que traduzia a lamentável situação da terra. Além do mais, a carestia, seca e praga. Diante deste quadro triste e desolador em que a nação se encontrava, muitas pessoas murmuravam, choravam, etc. Mas, o profeta convocou o povo a clamar ao Senhor e promulgar um santo Jejum (Jl 1:14). Joel nos ensina, que a lamentável situação deve nos motivar a clamar a Deus. Não basta reclamar, chorar, etc. Devemos clamar aquele que é poderoso para intervir e mudar o quadro ou reverter a situação. Esse deve ser o Projeto do povo de Deus.

Portanto, meu irmão isto deve ser o projeto da Igreja na atualidade em que estamos vivendo, diante das grandes lutas que nos desafiam, precisamos buscar a presença de Deus.

2- CONFIAR NAS MISERICÓRDIAS DE DEUS (Joel 2.12-19). O povo de Israel estava vivendo um momento de tristeza e dor, porque havia se afastado da Palavra de Deus e do Deus da Palavra e como consequência deixaram-se levar pelo pecado. Então, agora o povo estava sendo disciplinado ou exortado pela seca permitida por Deus, para falar que Israel precisava se arrepender, olhar para Senhor que é misericordioso, soberano e controla todas as coisas. O Deus vivo, que não se limita as concepções humanas.

Naquele momento, o profeta Joel pregou a sua mensagem convidando Israel a voltar-se para Deus. Israel precisava olhar para as misericórdias de Deus, se humilhar e pedir perdão de todo coração, certo que Deus é misericordioso. Hoje, quando nós paramos para olhar o Nordeste, o Brasil, podemos ver a idolatria, a injustiça social, corrupção, feitiçaria, violência, prostituição infantil, o sincretismo religioso, etc., a depravação total. Nós não temos humanamente falando solução para a nossa nação. A solução para nossa situação está em nos arrependermos dos nossos pecados, confiarmos nas misericórdias de Deus e assim seremos restaurados.

É o que o homem precisa fazer em meio a depravação da nossa atualidade. O homem (nordeste,) precisa se arrepender e voltar-se para Deus. Voltar-se para Deus de todo coração, na certeza de que o Senhor é misericordioso e rico em perdoar, porque Deus tem bênçãos incomparáveis para aqueles que o buscam, pois no Senhor há restauração.

3- NOS FIRMAR NAS PROMESSAS DE DEUS (Joel 2.18-32). Em Joel 2:18 o Senhor se mostra zeloso de sua terra, compadecendo-se de seu povo e Promete Bênçãos Grandiosas. Podemos classificar estas bênçãos como sendo de ordem: material, espiritual e eterna. Deus promete ao povo normalidade na produção, dizendo:”… eis que vos envio o cereal e o vinho, e o óleo… os pastos do deserto reverdecerão, porque o arvoredo dará o seu fruto, etc. 2:19,22-26. Deus promete proteção 2:20,21,27; Estabilidade climática 2:23; fartura e alegria 2:24,26 e o derramamento do Espírito Santo 2:22-32. Diante de tais promessas, o profeta Joel desafia o povo de Israel a renovar suas esperanças. Diante de tais promessas nós também somos desafiados a nos enchermos de esperanças, e não ficarmos desanimados, murmurando. Como disse Emil Brunner : ” O que o oxigênio significa para os pulmões, é a esperança para o sentido da vida”.

Na atualidade diante das dificuldades, há muita gente ansiosa, desesperada, buscando um sentido para a vida nos prazeres carnais, nas drogas, nas religiões, sem contudo, encontrar uma saída, porque estão pondo suas esperanças onde não há esperança, mas, devemos crer nas promessas de Deus e no Deus das promessas na certeza de que Ele pode mudar a nossa situação e vai mudar se nos voltarmos para Ele como Ele nos ensina em Sua Palavra “SE EU CERRAR OS CÉUS DE MODO QUE NÃO HAJA CHUVA, OU SE ORDENAR AOS GAFANHOSTOS QUE CONSUMAM A TERRA, OU SE ENVIAR A PESTE ENTRE O MEU POVO; SE O MEU POVO , QUE SE CHAMA PELO MEU NOME, SE HUMILHAR, E ORAR, E ME BUSCAR, E SE CONVERTER DOS SEUS MAUS CAMINHOS, ENTÃO, EU OUVIREI DOS CÉUS, PERDOAREI OS SEUS PECADOS E SARAREI A SUA TERRA”.(2 Cônicas 7.13,14).Desperta ! DESPERTA BRASIL! É tempo de confiarmos nas promessas de Deus e nos voltarmos para Ele.

Portanto, não sei qual é o teu problema, mas eu sei que o nosso Deus não mudou, ele é imutável. Por isso podemos confiar nas suas promessas e nos encher de esperanças e ouvir o que o profeta Jeremias nos diz em Lamentações 3:21 ” Quero trazer a memória o que me pode dar esperança”. O que você está trazendo a memória neste momento? Pare e pense! Olhe para Deus, independente das circunstâncias. Clame ao Senhor, confie nas suas misericórdias e firme a sua vida nas promessas de Deus, na certeza de que há esperança para todos que se entregam a Deus, pois com Ele nós somos mais do que vencedores.

Pr. Eli Vieira

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

AS LIÇÕES DA CURA DO CEGO BARTIMEU


AS LIÇÕES DA CURA DO CEGO BARTIMEU

Marcos 10.46-52

O texto de Marcos não é sobre um grande líder político de Israel como o rei Davi,  Judas Macabeu  ou sobre um sábio rabino judaico como Hilel fundador da Escola Bet Hilel, Shamai fundador da escola Bet Shamai ou mesmo sobre Rabenu Shlomo ben Yitzhak, Rashi, “considerado como o maior dos mestres judaicos e o erudito bíblico mais brilhante de todos os tempos, é o comentarista clássico da Torá e do Talmud”¹, por isso, ela não deixa de ter lições preciosas para nós hoje.

Desta narrativa podemos aprender algumas lições preciosas para vivermos neste mundo desafiador, tais como:

1ª Lição –  UM EXEMPLO DE FÉ INABALÁVEL – O texto nos diz: “E foram para Jericó. Quando ele saia de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo,  filho de Timeu, estava assentado a beira do caminho. E, ouvindo que era Jesus, o nazareno pôs-se a clamar: Jesus filho de Davi tem compaixão de mim!”(Mc 10.46,47).

Bartimeu estava fisicamente cego, mas não espiritualmente, pois ele entendeu que Jesus de Nazaré era o filho de Davi anunciado pelos profetas. Ele não tinha presenciado os sinais extraordinários realizado por Jesus, ele não viu os mortos ressuscitarem, leprosos curados, coxos andarem, pois estava privado pela cegueira. Mas, ele tinha ouvido acerca dos poderosos milagres realizados por Jesus, e tendo ouvido creu que Jesus poderia curá-lo. Precisamos ter uma fé maravilhosa como a de Bartimeu. Não contemplamos o Senhor com os nossos olhos físicos. Porém, os evangelhos narram os poderosos milagres realizados por Jesus, que revelam a sua graça e sua disposição para salvar os homens miseráveis perdidos.

Hoje nós somos privilegiados, pois DEUS nos deu a sua Palavra que nos falam dos milagres tremendos realizados por Ele. Precisamos crer e viver pela fé. Mas no que consiste viver pela fé? Viver pela fé implica que a pessoa vive na dependência da Palavra de Deus, pois só nela encontramos todo o conselho de Deus para vivermos uma vida abundante.

2ª Lição – PERSEVERANÇA DIANTE DAS DIFICULDADES - Quando Bartimeu, começou a clamar “Jesus filho de Davi, tem compaixão de mim!” (Mc. 10.46). Muitos que estavam perto dele não o encorajaram, mas antes o repreenderam para que ele ficasse calado (Mc. 10.47), contudo ele não se calou, mas continuou clamando cada vez mais alto. Aqueles que pediram para ele ficar calado, não conheciam a miséria da cegueira, muitos pensavam que não valia apenas clamar a Jesus. Ele não deu ouvidos as reprovações dos insensíveis circunstantes em sua volta, não ligou para o ridículo que os seus gritos mui provavelmente lhe traria. Ele conhecia a miséria da cegueira que o impediam de contemplar as maravilhas do Senhor.

Na atualidade todos querem desfrutar das bênçãos de Deus. Nós queremos ver vidas salvas, mas quantas vezes temos olhado para o que as pessoas pensam ou vão falar ao nosso respeito, então não perseveramos em buscar ao Senhor, não clamamos, pois estamos preocupados com aqueles que vivem em nossa volta. Meus irmãos, a exemplo de Bartimeu, nós somos desafiados a não darmos ouvidos as pessoas que não conhecem o nosso drama, quando estivermos a procura da cura para as nossas almas. Não podemos dar ouvidos aqueles que não conhecem as dores que enfrentamos, os projetos que temos, mas precisamos clamar cada vez mais ao Senhor Jesus com fé na certeza que ele nos ouvirá, pois nunca faltará pessoas para nos desanimar, para dizer que não vale apena, que você não vai conseguir, etc. Quantos não desistiram de seus projetos ou propósitos por causa dos outros.

Como Bartimeu, precisamos clamar ainda mais ao nosso Senhor, entregando tudo diante do alto do soberano Deus, não importa o que as pessoas venham pensar ou falar. Não podemos desanimar, mas precisamos confiar que Deus proverá todas as coisas. É tempo de clamar ao Senhor por nossas vidas, família, igreja e por nosso país, não podemos desanimar, muitos vão dizer que não adianta, mas Jesus disse: “Não lhe falei que, se você cresse, veria a glória de Deus”(Jo. 11.40).

3ª Lição – UM EXEMPLO DE GRATIDÃO A CRISTO – Marcos registra que “Então Jesus disse: - Vá, você foi salvo porque teve fé. E imediatamente passou a ver e foi seguindo Jesus estrada a fora” (Mc. 10.52). Bartimeu, quando foi curado não retornou imediatamente para sua casa, para a sua família, os seus amigos, mas ele continuou diante daquele que realizou tão grande maravilha em sua vida como expressão de sua gratidão.

Meu irmão, os nossos olhos já foram abertos pelo Senhor, então devemos segui-lo com alegria e testemunhando do seu amor a todos os homens dizendo: “ UMA COISA EU SEI EU ERA CEGO E AGORA VEJO” (Jo 9.25). Outrora nós estávamos cegos, não só cego, estávamos mortos em nossos delitos e pecados, sem podermos fazer nada, ele nos curou, ele nos deu vida abundante, para que possamos viver para sua honra e glória de Deus. Uma das grandes tristezas da nossa atualidade é a ingratidão do povo de Deus. Ele, tem nos concedido tantas bênçãos, que não podemos contar, mesmo assim muitos reclamam, são infiéis, ingratos, etc. O salmista Davi nos ensina dizendo: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios” (Sl 103.2). A gratidão é uma das características dos verdadeiros servos de Deus.

Hoje, precisamos seguir o exemplo de fé, de perseverança e gratidão daquele que fora curado por Jesus e segui-lo com todo o nosso ser proclamando SOMENTE JESUS, SOMENTE JESUS, SOMENTE JESUS, pois só ele pode dar vista aos cegos e salvar o pobre pecador. Nele está a nossa esperança. Jesus fala hoje dizendo: “Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso. Sejam meus seguidores e aprendam comigo porque sou bondoso e tenho um coração humilde; e vocês encontrarão descanso.(Mateus 11.28,29).

Pr. Eli Vieira

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Catar: como é a realidade dos cristãos no país da Copa do Mundo

 

Culto na Assembleia de Deus Bethel – Doha Catar. (Foto: Facebook/Igreja Bethel AG Doha Catar)

Apesar da relativa liberdade religiosa, os cristãos, que correspondem 9,6% da população do Catar, sofrem pressões e as igrejas só funcionam sob égide de denominações reconhecidas pelo governo.

Catar ou Qatar, uma península localizada no litoral do Golfo Pérsico, no oriente Médio, está em evidência em todo a mídia. Os holofotes apontados para o pequeno emirado são devidos à maior competição de esporte único: a Copa do Mundo de futebol.

A cerimônia de abertura da Copa do Catar aconteceu no domingo (20), às 11h (horário de Brasília).

Segundo a Forbes, em 2022 o país, que faz fronteira com a Arábia Saudita e é separado por um estreito do Golfo Pérsico do Bahrein, foi considerado o 4º mais rico do mundo.

Comandado pela família al-Thani, que ganhou esse direito político concedido pelo Reino Unido e pelo Império Otomano, o país asiático tem uma população de aproximadamente 2,8 milhões de habitantes. Do total, cerca de 75% são estrangeiros, representados especialmente pelos indianos. Quase 90% da população vive na área urbana.

De acordo com o Qatar Statistics Authority, a população masculina atual é de aproximadamente 2.036.932 homens e cerca de 646.575 mulheres. Esses números fazem do Catar o país com o maior número de homens para cada mulher.

Estrangeiros

Outras comunidades estrangeiras também ajudam a compor a população catariana, entre elas nepalenses, filipinas, paquistanesas e de outras nacionalidades menos representativas. Segundo dados do país, cerca de 800 brasileiros vivem no Catar.

A dinastia reinante no Catar está no poder desde 1825. Após a renúncia sobre a região do Catar pelos otomanos, o país passou a ser um protetorado britânico, em 1916. Quase 60 anos depois, país conquistou sua independência do Reino Unido, e se tornou um Estado Soberano.

Só em 2003, uma Constituição foi aprovada após um referendo com cerca de 98% de aprovação. O Catar corresponde a uma Monarquia Absolutista e Constitucional. No Catar, partidos políticos são proibidos e não há legislatura independente.

Religião

A principal religião do país é o islamismo, mas outras crenças em minoria podem ser praticadas no país entre elas o cristianismo.

Aproximadamente 9,6% da população do Catar é cristã, formada em sua imensa maioria por trabalhadores filipinos, indianos e libaneses, além de alguns convertidos do islamismo.

Apesar de grupos missionários estrangeiros não ter permissão para trabalhar no país, a Copa do Mundo é uma oportunidade para evangelizar no Catar.

Sociedade Bíblica divulgou que irá distribuir exemplares do Novo Testamento e do Evangelho de João durante a competição. A tradução será em 14 idiomas, entre eles o árabe, inglês, francês, alemão, hindi, italiano, malaiala, nepalês, português e cingalês.


Assembleia de Deus Bethel – Doha Catar. (Foto: Facebook/Igreja Bethel AG Doha Catar)

As Bíblias serão oferecidas aos turistas de várias nacionalidades que visitarão o país árabe e aos trabalhadores imigrantes.

“Nosso mandato como Sociedade Bíblica é acender esperança, cuidado e amor nos corações de milhares”, declarou o Dr. Hrayr Jebejian, secretário-geral da Sociedade Bíblica no Golfo.

Igrejas cristãs

Segundo a Religion and Public Life, antes da construção contínua de igrejas, os cristãos se reuniam em casas particulares e centros comunitários para adoração. Tanto o governo quanto os líderes cristãos promovem a necessidade de discrição e comunicação amigável, e os símbolos cristãos não são permitidos no exterior das igrejas.

Entre a minoria cristã, os católicos romanos encabeçam a lista, seguidos por protestantes, anglicanos e cristãos não afiliados. Apenas seis igrejas são reconhecidas pelo governo do Catar: católica romana, anglicana, ortodoxa grega, ortodoxa síria, copta e cristã indiana.

As denominações menores não reconhecidas oficialmente, em grande parte protestantes, devem realizar cultos sob o amparo de um dos seis grupos reconhecidos. A Igreja Anglicana abriga sessenta evangélicos, protestantes e pentecostais.

Aos poucos, as igrejas estão conseguindo algumas conquistas. Segundo a Religion and Public Life, várias já foram construídas e outras foram aprovadas para construção futura.

“Uma igreja católica foi inaugurada em março de 2008, cujo terreno foi doado diretamente ao Emir, Sheikh Hamad bin Khalifa. Uma Igreja Anglicana foi consagrada em setembro de 2013 com capacidade para 15.000 lugares e é supervisionada pela Diocese Anglicana de Chipre e do Golfo”, diz a RPL.

A instituição, ligada à Harvard Divinity School, diz ainda que várias outras igrejas estão planejadas para o mesmo complexo, conhecido como Complexo Religioso de Mesaymir ou “Cidade da Igreja”, um movimento visto como consistente com os esforços do Catar para modernizar e atrair trabalhadores expatriados.

Liberdade religiosa

Apesar da relativa liberdade religiosa, o Catar figura em 18º lugar na lista da perseguição da Portas Abertas.

As mullheres enfrentam restrições e limitações aos direitos humanos devido à sharia (conjunto de leis islâmicas). Elas são obrigadas a obedecer ao marido, serem vulneráveis à violência doméstica e restringidas legalmente de herdar metade do que um familiar masculino nas mesmas condições receberia.


Culto na Assembleia de Deus Bethel – Doha Catar. (Foto: Facebook/Igreja Bethel AG Doha Catar)

No Catar, os homens são mais visíveis na esfera pública e, portanto, estão à frente da interação com as autoridades. Os que estão na liderança cristã são obrigados a relatar detalhes das atividades da igreja.

Os homens cristãos ex-muçulmanos não são imunes à pressão doméstica. Quando a conversão se torna conhecida, a família pode ameaçar de tirar as esposas e os filhos e colocá-los com outra família. A fé cristã de um pai jamais deve ser compartilhada com um filho. 

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO G1 E RELIGION AND PUBLIC LIFE

“O espírito do Anticristo já está presente”, diz Nicodemus sobre o fim dos tempos

 

Pastor Augustus Nicodemus. (Foto: Captura de tela/YouTube Flow Podcasts)

Conforme o pastor, todos os sinais dados por Jesus já estão sendo cumpridos.

De acordo com o pastor Augustus Nicodemus, o livro de Apocalipse “pede para ser interpretado simbolicamente”, conforme ele explica em entrevista ao Flow Podcasts, na última sexta-feira (18). 

Ao ser questionado sobre o arrebatamento, a volta de Cristo e o fim dos tempos, o pastor começa falando sobre o milênio. Sendo amilenista, ele acredita que já vivemos no fim dos tempos.

Segundo os amilenistas, Jesus começou a reinar a partir de sua ressurreição e os próximos eventos serão a volta Dele, a ressurreição dos mortos e o Juízo Final. 

Pré-milenismo X Pós-milenismo

Lembrando que o pré-milenismo interpreta os “mil anos” citados na Bíblia como sendo literais, período em que Jesus vai reinar na terra. Nessa linha interpretativa, Jesus volta antes do milênio e a sede de Seu reinado será em Jerusalém.

Nicodemus esclarece que os pré-milenistas acreditam que ainda virá a Grande Tribulação (GT), citada em Mateus 24.

Já para os seguidores da linha pós-milenista, conforme explica Nicodemus, o milênio é figurado, ou seja, não vai durar exatamente mil anos e Jesus só voltará após esse período indefinido.

Nessa interpretação, o milênio é considerado como um tempo de paz, com a Igreja sendo proeminente no mundo. “Há pouca gente que acredita nessa visão”, ele mencionou. 

Amilenismo

Segundo Nicodemus, os amilenistas não acreditam que haverá um milênio literal. “Ele é figurado e já está acontecendo a partir da ressurreição de Cristo, que se sentou no Trono do Universo”, explicou ao esclarecer que a paz e o domínio de Cristo é sobre Sua Igreja e não ainda no mundo. 

Depois disso, o próximo passo é a vinda de Jesus para o início dos novos céus e nova terra, após o Juízo Final, conforme cita Nicodemus. 

“Eu sou amilenista e creio que Cristo já reina, já governa no coração do Seu povo”, disse ao compartilhar que não acredita em arrebatamento secreto, antes da GT, já que a Bíblia não fala sobre o tema.

Essa ideia muito propagada pelos filmes, segundo o pastor, surgiu há 200 anos, aproximadamente e não existia entre os teólogos mais tradicionais. 

Sobre a figura do Anticristo

O Anticristo, o homem da iniquidade ou a besta que sai do mar, conforme a Bíblia, é uma figura profética que vai surgir durante o período de maior perseguição à Igreja. 

Nicodemus acredita em sua vinda literal, no futuro, mas também considera o “espírito do Anticristo” que já está entre nós. 

“Anticristo é uma palavra que pode significar ‘no lugar de Cristo’ ou ‘contra Cristo’. Ou então as duas coisas juntas, pois a ambiguidade enriquece esse sentido”, disse.

Ao falar dos falsos profetas e anticristos, Nicodemus lembra que muitos apontam para a figura do Papa ou do Hitler, entre outros. Depois, lembrou que o apóstolo João escreveu sobre os anticristos: “Aqueles que negavam a humanidade de Cristo”.

Além disso, disse que alguns estudiosos apontam para o Anticristo, não como uma pessoa, mas como um sistema que se levanta contra Cristo: “E, ao mesmo tempo, se oferece no lugar de Cristo para resolver os problemas da humanidade”. 

Sobre o número da besta 666

Nicodemus disse: “Em minha interpretação, o número 7 é o número de Deus [perfeito] e 6 é o número do homem, e ele nunca será Deus”. 

O pastor explica que o Anticristo quer tomar o lugar de Deus, mas será sempre 666, ou seja, sempre o número 6, nunca alcançará o 7. A Bíblia deixa isso claro: “Pois é número de homem”. (Ap 13.18).

E sobre os sinais bíblicos sobre a vida do Anticristo e o fim dos tempos, o pastor cita Mateus 24 e lembra de cada profecia: guerras, rumores de guerras, perseguição aos cristãos, fomes, terremotos, pestes, pandemias e falsos profetas.

‘Jesus é o Filho de Deus’

“Jesus deu 9 ou 10 sinais que eram difíceis de acontecer naquela época”, disse  o pastor ao mencionar que Jesus estava vivendo o tempo da Pax Romana, e mesmo assim falou das guerras.

“Jesus estava sozinho no Monte das Oliveiras, sendo perseguido, já traído por Judas, iria ser negado por Pedro e os outros discípulos fugiram”, citou o pastor ao destacar como Jesus profetizou.

“Como Ele poderia dizer que o nome Dele seria tão conhecido e que seus discípulos seriam levados diante de reis e autoridades? Aqueles sinais foram dados para mostrar que Jesus é o Filho de Deus e o Profeta, pois Ele conhece o futuro”, continuou. 

Nicodemus finaliza dizendo que, desde que Jesus falou sobre os sinais, tudo vem se cumprindo: “Nunca parou de ter guerras, pandemias, pestes, doenças, perseguições, falsos profetas. Sempre teve [tudo isso], em algumas épocas mais, em outras menos”.

“Esses sinais foram dados, não para marcar a data da vinda Dele, mas para termos certeza de que isso vai acontecer [Jesus vai voltar]”, concluiu.

FONTE: GUIAME, CRIS BELONI

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